Mais do que uma raridade estatística e evidencia uma mudança importante e contínua em nosso clima”, disse Carlo Buontempo, diretor do observatório. “Ainda que esta série particular de extremos acabe em algum momento, estamos preparados para observar novos recordes sendo batidos à medida que o clima continua esquentando”, comentou.
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Oceanos: o termômetro do planeta
Ainda de acordo com o Copernicus, as temperaturas dos oceanos também atingiram novos máximos, com o recorde da temperatura da superfície do mar no Atlântico, Pacífico Norte e Índico, o que influenciou o calor em todo o planeta. Em junho, as temperaturas da superfície do mar atingiram outro marco: 15 meses consecutivos de novos máximos, um fato que Nicolas chamou de “impactante”.
Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e absorvem 90% do calor adicional associado ao aumento das emissões de gases do efeito estufa. “O que acontece na superfície dos oceanos tem um grande impacto na temperatura do ar acima da superfície e também na temperatura média global”, disse Nicolas.
O mundo, no entanto, está prestes a entrar em uma fase de ‘La Niña’, que tem um efeito de resfriamento, então “podemos esperar que a temperatura global (do ar) diminua nos próximos meses”, acrescentou.
Apesar disso, se as temperaturas recordes da superfície do mar persistirem, 2024 pode ser ainda mais quente que 2023. “Mas é muito cedo para saber“, destacou Nicolas.
Isto não quer dizer que a meta do Acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial tenha sido desrespeitada, pois é medida em décadas e não em anos individuais.
Porém, no mês passado o observatório Copernicus afirmou que havia 80% de probabilidade de que as temperaturas médias anuais da Terra superassem, ao menos temporariamente, o limite de 1,5ºC nos próximos cinco anos.
Desafios à meta do Acordo de Paris
A série significa que está “1,64ºC acima da média pré-industrial de 1850-1900, quando as emissões de gases do efeito de estufa da humanidade ainda não haviam aquecido o planeta”.
Este aquecimento não indica necessariamente que a meta do Acordo de Paris de 2015 – limitar o aquecimento global a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial – foi desrespeitada, já que essa meta é medida em décadas, não em anos individuais.
No entanto, no mês passado, o observatório Copernicus afirmou que há 80% de probabilidade de que as temperaturas médias anuais da Terra superem, ao menos temporariamente, o limite de 1,5ºC nos próximos cinco anos.
Com Agências




