Num mundo em que cada vez mais pessoas é fundamental acolher e conviver com pessoas que têm diferentes transtornos mentais, dados de uma pesquisa recente chamam atenção: 86,4% das pessoas entrevistadas nunca participaram de treinamentos ou programas relacionados ao tema neurodiversidade no ambiente corporativo.

O levantamento revelou que 48,6% tinham conhecimento limitado e outros 25% nunca haviam tido contato com a expressão. Apesar disso, 75% estão familiarizados com o termo “neurodiversidade”, o que inclui Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições.

pesquisa “Neurodiversidade no Mercado de Trabalho”, realizada pela Consultoria Maya, ouviu 12 mil estudantes e profissionais ligados à Universidade Corporativa Korú, com apoio da startup Tismoo.me e do Órbi Conecta. O objetivo é difundir informações para a população e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo TEA.

Pessoas neurodivergentes podem ter Transtorno de Espectro do Autismo [TEA], Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade [TDAH], Dislexia, Síndrome de Tourette, entre outras condições, e nenhuma delas as impede de exercer atividades profissionais. Precisamos desmistificar esses termos e normalizar a presença de pessoas atípicas no ambiente de trabalho”, comenta Francisco Paiva Jr., cofundador e CEO da Tismoo.me.

48,6% dos entrevistados tem um conhecimento limitado sobre o termo neurodiversidade

Metade nunca trabalhou com pessoas neurodivergentes

A pesquisa mostrou que, no ambiente de trabalho, quase a metade dos entrevistados nunca trabalhou diretamente com pessoas neurodivergentes, 21,4% tiveram experiências desafiadoras e apenas 30% considerou ter experiências positivas.

Vale destacar ainda que 40% dos entrevistados acreditam que a criação de programas de sensibilização e treinamentos para colaboradores seria a melhor estratégia para promover a inclusão de pessoas neurodivergentes no local de trabalho.

Outras soluções seriam: oferecer ajustes razoáveis como ambientes de trabalho flexíveis e tecnologias assistivas (29,3%), estabelecer programas de mentoria ou apoio para colaboradores neurodivergentes (16,4%) e a criação de um comitê de neurodiversidade (7,1%).

Neurodiversidade traz benefícios para o ambiente de trabalho

A maioria dos entrevistados apontou que a neurodiversidade traz benefícios para o ambiente de trabalho, como promover um espaço com mais criatividade e inovação, fortalecer a cultura de equipe, fomentar um ambiente de aprendizado, aumentar a satisfação e o engajamento dos colaboradores.

A maioria dos entrevistados alega que a neurodiversidade traz benefícios para o ambiente de trabalho 

O levantamento também identificou que a falta de compreensão de colegas e da liderança foi apontada como um dos principais desafios enfrentados por neurotípicos no ambiente de trabalho (62,9%).

Do total, 55% acreditam que é possível combater os estigmas e preconceitos por meio de programas de conscientização e educação e outros 42,9% por meio de política de inclusão e suporte.

Pesquisas internacionais

Já um levantamento da Play Pesquisa e Conhecimento, realizado com 1,4 mil famílias de crianças neurodivergentes (com TEA e/ou TDAH), aponta que para cerca de 60% das famílias, a capacitação dos colaboradores sobre como lidar com a neurodiversidade pode ajudar na inclusão. Metade considera que as empresas devem oferecer ferramentas que eduquem sobre as diferenças e como lidar com elas.

Outra pesquisa, dessa vez da McKinsey & Company, aponta que empresas com quadros diversos de colaboradores são capazes de lucrar até 33% mais do que seus pares menos preocupados com esse aspecto em suas operações.

 

Dia do Orgulho Autista: atenção ao diagnóstico em adultos

Neste Dia do Orgulho Autista (18 de junho), especialistas lembram que o TEA está presente em uma parcela significativa da população mundial e merece a nossa atenção em todos os outros dias do ano.

Informações divulgadas pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), em 2020, revelam que a incidência de autismo, a nível global, é de 2,2% da população. A partir desse índice, estima-se que, no Brasil, existam cerca de 6 milhões de autistas. Mas o país ainda carece de dados oficiais atualizados.

Com o avanço dos estudos científicos, nos últimos anos, o diagnóstico de autismo em adultos vem crescendo gradativamente. Muitos comportamentos socialmente incompreendidos estão sendo desvelados nesse processo, gerando empatia, compreensão e soluções assertivas. 

O autismo é uma condição muitas vezes invisível. É importante disseminar informações que despertem a consciência para o fato de que certas características que encontramos em algumas pessoas surgem em razão de uma questão neurológica atípica que não as tornam piores que ninguém e que devem ser acolhidas. Precisamos falar mais sobre neurodiversidade em nossas rotinas”, afirma Paola Carvalho, diretora criativa da Consultoria Maya, mãe de um menino autista.

Com informações de assessorias

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