Além de conquistar o maior número de transplantes de órgãos e córneas realizados no primeiro mês do ano em toda a sua história, o  Programa Estadual de Transplantes (PET) do Rio de Janeiro alcançou em fevereiro o dobro de transplantes de coração em comparação ao mesmo mês do ano passado. Os transplantes de córnea também tiveram um crescimento, com 42% a mais de procedimentos, comparando aos dois primeiros meses de 2017.

Apesar dos avanços, um dos principais desafios ainda é diminuir o índice de negativa familiar, que no Rio de Janeiro é de cerca de 30%. Apenas no ano passado, mais de 230 órgãos deixaram de ser doados. “Avançamos muito quando o assunto é doação de órgãos. Isso é resultado do trabalho  da equipe do PET, que é incansável e absolutamente dedicada e da solidariedade das famílias que decidem fazer o bem num momento de muita dor. Precisamos manter o debate sobre o assunto para que a negativa dos familiares seja cada vez menor”, enfatiza o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Junior.

Leia ainda: recusa da família é o principal obstáculo

Crescimento de 84% nos transplantes em relação a janeiro de 2017

Com 129 transplantes de órgãos e córneas realizados no estado apenas no mês de janeiro deste ano, o programa criado pela Secretaria de Estado de Saúde, entrou com o pé direito em 2018. registrou a melhor marca comparada ao mesmo mês em anos anteriores desde 2010, quando iniciou o programa. O número é 84% maior que o de procedimentos do mesmo tipo feitos em janeiro do ano passado, quando aconteceram 70 transplantes.

Em fevereiro, as cirurgias de transplante de coração puderam salvaram o dobro de vidas em comparação ao início de 2017. Este ano, foram quatro transplantes realizados apenas no mês da folia, marca inédita para apenas um mês. “Pode até parecer pouco, mas para se ter uma ideia, ao longo de 2017 foram feitos 12 transplantes cardíacos. Em 2016, essa diferença é ainda maior, pois conseguimos apenas 9. Ou seja, em apenas um mês, já realizamos um terço do que foi feito de cirurgia deste tipo em todo o ano de 2017”, destaca o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Gabriel Teixeira.

Rio bateu recorde de transplantes em fevereiro

Maior parte dos transplantes de pâncreas é no Paraná

Já no Paraná, o Hospital Angelina Caron anunciou o maior volume em transplante de pâncreas no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o hospital paranaense realizou uma média de 1,78 transplantes de pâncreas por milhão de pessoas no estado, entre janeiro e dezembro de 2017. Em seguida, Santa Catarina tem 1,74 e São Paulo 1,21. A média nacional é 0,3.

O coordenador da Central de Transplantes do Angelina Caron, João Eduardo Nicoluzzi, explica que a maioria desses transplantes é duplo, ou seja, de pâncreas e rim. “O transplante de pâncreas é um procedimento complexo, realizado em um paciente com múltiplas variáveis médicas, o que o torna ímpar se comparado a qualquer outro transplante. Apesar da alta complexidade, esse tipo de cirurgia tem obtido cada vez mais resultados positivos e a sobrevida dos pacientes tem sido superior a 90%”, explica o médico.

transplante de pâncreas é indicado, principalmente, para pacientes diabéticos (diabéticos tipo 1, na maioria das vezes) que necessitem de transplante renal, ou que já tenham sido submetidos a esse transplante. A recuperação do transplante de pâncreas geralmente é lenta, e exige no mínimo três meses de cuidados. “Nesse período o paciente não deve levantar peso ou fazer atividade física. Seguir corretamente as orientações do cirurgião são fundamentais para o sucesso do transplante.”

O Hospital Angelina Caron (PR) é referência nacional em transplantes de órgãos. “A maior dificuldade hoje para a realização de um transplante é a carência de doadores. A grande maioria dos procedimentos é realizada com órgãos provenientes de doadores falecidos. No caso do pâncreas, ele é retirado juntamente com o baço e o segmento de duodeno”, destaca o médico. E faz um alerta a quem deseja ser doador: “Se você deseja doar os órgãos, avise a sua família sobre essa vontade, pois ela é quem poderá autorizar o procedimento. Não precisa documentar nada, apenas deixar a família ciente”.

Seminário sobre transplantes em Minas

Minas Gerais também comemora a expansão recente no número de equipes de transplante de fígado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que agora estão presentes em cidades pólo do estado. Além de três equipes ativas em Belo Horizonte, que atuam no Hospital Felício Rocho, Hospital das Clínicas da UFMG e Santa Casa de Misericórdia de BH, ainda existem grupos transplantadores nas cidades de Montes Claros (Santa Casa – MC), Juiz de Fora (Santa Casa – JF, H. Monte Sinai) e Itajubá (Hospital Escola). Nos dias 23 e 24 de março, a Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais (SGNMG), com o apoio do Hospital Felício Rocho, realiza o “Seminário Mineiro” e o “1° Encontro Multidisciplinar de Transplante de Fígado”.

O Seminário contará com a presença de todas as equipes que fazem transplante de fígado pelo SUS em Minas Gerais e também com a central reguladora de transplantesdo estado, o MG transplantes. Deste modo, estarão reunidos cirurgiões do aparelho digestivo, hepatologistas, gastroenterologistas, infectologistas, intensivistas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e demais profissionais da área da saúde envolvidos no sistema de transplantes em Minas Gerais. O objetivo é debater os problemas que envolvem a doação de órgãos em nosso estado e as dificuldades vividas pelas equipes que realizam estes transplantes.

Em um segundo momento ocorrerá atualização científica, com destaque para temas que expressam os desafios complexos do dia-a-dia das equipes, destacando-se as complicações clínicas e cirúrgicas pós-transplante, o câncer de fígado e a hepatite fulminante, ou ainda temas novos e atuais como a febre amarela. As inscrições são gratuitas e limitadas, e devem ser feitas no site www.sympla.com.br/smtf.

Fonte: SES-RJ, Hospital Angelina Caron e Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais

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