A fase em que o câncer é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar). No caso do melanoma, essa associação entre fase de descoberta e cura é ainda mais decisiva, ressalta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Comparativamente, enquanto a doença em fase inicial tem taxas de cura acima de 90%, o melanoma com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de ulceração (perda ou ausência de uma epiderme intacta cobrindo uma porção principal do melanoma primário), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase).

De acordo com o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 66,2% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 27,3%.

A fase de descoberta do melanoma, ressalta a SBCO, é fundamental para a tomada de decisão quanto à cirurgia e tratamento sistêmico e, com isso, se obtenha melhores resultados oncológicos.

“A preocupação com o melanoma deve ir além do Dezembro Laranja ou nos demais meses do nosso verão. Em especial neste verão de 2022, no qual a população está com alta de vacinação contra Covid-19 e, desta forma, mais encorajada a ir para a praia, é essencial adotar medidas de proteção”, destaca o cirurgião oncológico Heber Salvador, presidente da SBOC.

Melanoma no Brasil e no mundo

Os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes, sendo que a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), anunciadas antes da pandemia de Covid-19, apontavam para 183.390 novos casos em 2021. Desse total, 176.940 correspondem aos cânceres de pele menos agressivos – o basocelular e o espinocelular (não melanoma) – e 8.450 ao melanoma.

Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente, e hoje já são maiores do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago. Os números mostram que, embora o melanoma represente apenas 4,5% dos casos de câncer de pele, quase metade (43%) das mortes por tumores cutâneos é por conta desse tipo de tumor. Em termos de mortalidade, o câncer de pele basocelular e espinocelular, informa o Inca, corresponde a 2.329 casos anuais e o melanoma a 1.791.

Idade e danos cumulativos ao longo da vida

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa doença possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol.

Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão. Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia.

Atenção ao critério ABCDE

A prevenção é sempre a melhor forma de evitar o surgimento do câncer de pele. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia campanha Dezembro Laranja. com o objetivo de alertar para o tumor de maior incidência no Brasil.

“Desde cedo, é preciso adotar hábitos de fotoproteção, que incluem usar de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus, preferir a sombra, evitar a exposição solar entre 9h e 15h e utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicando a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água”, diz a dermatologista Daniella Cury, diretora clínica da Meu Dermato.

Uma dica para ajudar no diagnóstico precoce é observar a regra do ABCDE, um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:

(A ) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra. Uma das coisas que buscamos na sua pinta é se ela é assimétrica. Caso a pinta tenha uma metade diferente da outra ou um formato irregular, ou seja, assimétrico, é uma mancha ou pinta considerada suspeita;

(B) Bordas irregulares: contorno mal definido. Toda pinta deve ter bordas regulares e lisas. Logo, pintas com bordas arredondadas ou irregulares, devem ser analisadas;

(C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul). É preciso estar atento quando as manchas e pintas suspeitas possuem vários tons e cores diferentes. Várias cores numa mesma lesão podem ser algo mais grave;

(D) Diâmetro: Sinal muito grande? As pintas no corpo não normalmente devem ter mais de 5 milímetros (5 mm) de diâmetro. Pintas maiores devem ser analisadas.

(E) Evolução/Espessura: mudanças de tamanho, forma ou cor. : A sua pinta deve manter seu formato e não mudar de forma, espessura, cor ou tamanho. Caso isso esteja acontecendo rapidamente, é mais um sinal de alerta.

Mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele. Lembre-se que o seu dermatologista é o profissional indicado para fazer a análise dessas pintas e cuidar de você com todo o carinho e cuidado que você merece.

Cuidados com a pele

– Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão). – Fazer uso de chapéus, camisetas e filtros solares.

– É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

– Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição.

– Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.

– Durante a pandemia, respeitar as diretrizes de distanciamento social determinadas por sua cidade.

Importante:

O acompanhamento de um dermatologista é fundamental para manter a saúde da pele em dia!
Com Assessorias
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