A desistência da tiktoker Vanessa Lopes no Big Brother Brasil (BBB 24) jogou luz sobre um importante debate nas redes sociais em torno da saúde mental da população jovem brasileira e os efeitos da presença constante nas redes sociais. “Lidar com essa superexposição é especialmente prejudicial na adolescência e início da vida adulta, quando descobrir a própria identidade conflita com o escrutínio e o julgamento da internet”, diz a psicóloga Rafaelle Benevides, autora do livro….

Para Daniela Araújo, psicóloga coordenadora do Núcleo Infantojuvenil da Holiste Psiquiatria, cada vez mais crianças e adolescentes chegam aos consultórios com episódios de sofrimento emocional ligados ao desequilíbrio entre o mundo real e o virtual.

“Os profissionais de saúde mental estão recolhendo algumas consequências e acredito que este é o futuro. Percebemos que os jovens chegam infectados pelo mundo imaginário das redes sociais e despreparados para a realidade das relações humanas, que é a diferença, a dificuldade de conviver”, destaca.

Com essa predominância das relações online, inclusive nas expectativas sobre o futuro, já que muitos adolescentes sonham em viralizar, em se tornarem influenciadores digitais, somada com a vulnerabilidade que a adolescência representa, já que é a etapa de construção da personalidade, perder a aprovação online, ou seja, ser cancelado nas redes, se torna um gatilho real e pode desencadear transtornos mentais, inclusive.

Mudanças no Facebook e Instagram podem ajudar?

A Meta, que controla o Facebook e o Instagram, iniciou em 2024 anunciando mudanças nas diretrizes de proteção a adolescentes em seus apps. Conforme a big tech, determinados conteúdos sensíveis serão ocultados de acordo com idade do usuário, entre outros recursos que visam minimizar o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens.

Para a psicóloga Alice Munguba, especialista do núcleo infantojuvenil da Holiste Psiquiatria, é importante que empresas de tecnologia reconheçam que, apesar do controle sobre uso das redes sociais ser uma responsabilidade dos pais, elas também têm que se responsabilizar.

Cabe também às big techs limitar o conteúdo sensível que veiculado e propagado virtualmente, mesmo que se saiba que existam outras questões – como o cyberbullying e o cancelamento – que implicam outros cuidados, às vezes até mesmo do ponto de vista legal ou de saúde.

A adolescência é um período de formação em que os limites entre o real e o virtual se confundem. É uma fase em que há uma valorização muito maior do outro, o grupo de amigos passa a ter uma importância enorme. Muitas vezes, os adultos esquecem de que nesta etapa de formação da personalidade, a opinião das outras pessoas tem uma influência subjetiva muito grande, assim como aquilo que se lê, que se assiste. E aqui entram os conteúdos online sobre automutilação, distúrbios alimentares, entre outros assuntos que serão restringidos pelas redes sociais“, detalha a profissional.

BBB 24: em surto, Vanessa Lopes pede pra sair

Para as psicólogas do núcleo infantojuvenil da Holiste, a participação de Vanessa Lopes – que desistiu do BBB 24 após um surto psicótico – é um tema delicado porque não podemos diagnosticar ou falar sem acompanhar o caso, mas podemos hipotetizar sobre a diferença entre o mundo real e o mundo virtual.

“Não que esse seja o caso dela, mas essa diferença entre o virtual e o real pode abalar algumas pessoas e desencadear situações de sofrimento mental. Não é à toa que muitos jovens estão desistindo dos estudos porque conviver coletivamente se tornou fonte de uma ansiedade incapacitante”, aponta Daniela.

Segundo elas, os efeitos da alta exposição e presença no ambiente virtual cada vez mais mostrarão suas potencialidades e suas consequências nocivas. “Basta analisar que as telas entram cada vez mais cedo na vida das crianças, que desde muito pequenas já estão com o smartphones na mão. O ideal para os responsáveis é sempre buscar o equilíbrio entre os jogos online e as brincadeiras com a turma presencialmente”, destaca Alice.

BBB: como a cultura do cancelamento prejudica a vida dos participantes

A tendência de transformar um participante em vilão prejudica sua saúde mental e sua vida social

O Big Brother Brasil 24 traz um fenômeno crescente: a cultura do cancelamento. Essa tendência se manifesta principalmente nas redes sociais, como Instagram, Twitter e Facebook. Inicialmente, surgindo para incentivar questionamentos e debates sobre comportamentos prejudiciais, o cancelamento na maioria das vezes se desvia do propósito original. Ao invés de promover discussões construtivas, torna-se um cenário onde atitudes e pensamentos são condenados sem espaço para diálogo.

“Em meio à busca por entretenimento, as massas tornam-se juízes virtuais, elegendo vilões e desencadeando diversas críticas e ameaças. A pessoa rotulada como “vilã” do reality acaba se tornando alvo das frustrações coletivas”, relata a psicóloga clínica Tatiane Paula, com base em relatos de Daniel Fontes, participante do BBB17. 

A psicologia desempenha um papel essencial nesse espetáculo midiático. De acordo com a especialista, a representação de participantes como mocinhos e vilões revela uma necessidade coletiva de encontrar inimigos, transformando o jogo em uma dinâmica de grupo onde a coesão social é construída às custas da reputação e do bem-estar emocional não apenas do participante do reality, mas também das pessoas próximas a ele.

“Os reality shows, em sua essência, submetem os participantes a uma intensa pressão. A exposição ao público cria uma dinâmica de jogo e espetáculo, muitas vezes priorizando o entretenimento sobre a ética. Em busca da possibilidade de ganhar dinheiro e fama, os participantes podem adotar estratégias controversas, alimentando um ciclo de dramas e conflitos”, explica Tatiane.

A psicóloga ressalta que a reflexão sobre nosso papel como consumidores e produtores dessa narrativa é fundamental. Ao compreender as dinâmicas psicológicas envolvidas, podemos questionar nossa contribuição para esse espetáculo, promovendo uma cultura mais crítica e consciente diante dos impactos reais sobre a saúde mental e emocional dos envolvidos.

Além disso, há uma associação curiosa com personagens de novelas, mas no contexto da vida real. “A representação do participante como vilão ou mocinho não é um espelho fiel de quem são fora das telinhas. O público é instigado a refletir sobre a complexidade por trás dos comportamentos exibidos, reconhecendo que a construção de personagens está sujeita à manipulação do espetáculo”, esclarece.

Recentemente, o cantor Rodriguinho, participante do camarote do BBB24, tem enfrentado ameaças e críticas nas redes sociais por sua participação no programa. Paralelamente, a influenciadora digital Vanessa Lopes, temendo passar por isso, tomou a decisão de apertar o botão e abandonar o programa. Esses eventos destacam a pressão e os desafios enfrentados pelos participantes diante da intensa exposição e do julgamento virtual, ressaltando a urgência de discutir os impactos reais da cultura do cancelamento nos bastidores do entretenimento televisivo.

Segundo Tatiane, George Orwell, décadas atrás, capturou nuances sociais que ressoam nos reality shows modernos. Seus enredos, como em “1984” e “A Revolução dos Bichos”, ecoam nos dramas televisivos atuais, oferecendo um olhar perspicaz sobre vigilância, manipulação de verdades, poder e a distração proporcionada pelo entretenimento.

“Ao mergulharmos nas tramas desses programas, devemos lembrar que cada participante, ao escolher sua estratégia, contribui para uma narrativa cuidadosamente manipulada. A reflexão profunda nos permite evitar julgamentos precipitados, compreendendo que o reality é um espetáculo desenhado para capturar audiências, mas que não reflete integralmente a verdadeira natureza dos envolvidos”, conclui.

BBB 24: 3 lições sobre saúde mental que podemos aprender com o programa

Doutora em psicologia comenta alguns sinais que alertam para ansiedade e a importância do ambiente

Nesta edição, o comportamento de alguns participantes do Big Brother Brasil 24, da TV Globo, está dando o que falar. Em menos de um mês no ar, internautas estão repercutindo cenas e questionando a saúde mental de algumas pessoas que participam do reality show. Mas, o que podemos aprender com o que se tem visto no programa nos últimos dias?

Blenda Oliveira, doutora em psicologia pela PUC-SP, autora do livro Fazendo as pazes com a ansiedade, publicado pela Editora Nacional, traz algumas reflexões importantes sobre o que tem acontecido na casa.

De acordo com a especialista, esse caso pode nos trazer algumas lições importantes sobre saúde mental, acolhimento e ambiente.

1 – Descontroles em excesso pode ser um alerta para cuidarmos da saúde mental

A ansiedade nem sempre tem sinais óbvios e o nervosismo pode ser um deles. “Uma pessoa ansiosa pode ficar nervosa e angustiada e não necessariamente roer as unhas, balançar as pernas. A ansiedade pode se manifestar de várias formas, inclusive com sintomas como taquicardia, falta de ar, diarreia, vômito, entre outros”, explica Blenda.

2 – Discutir em momento de crise não ajuda em nada

A especialista também explica que, ao perceber qualquer descontrole emocional, o ideal não é alimentar qualquer tipo de embate. “É importante que tenhamos sensibilidade para perceber quando o outro está sofrendo e precisa de ajuda. Se não conseguir acolher, como numa discussão, não alimente o embate, pois isso pode realmente piorar a saúde mental dos envolvidos e,principalmente, daquela pessoa que já está fragilizada.

3 – A convivência pode aliviar ou piorar sintomas de transtornos

A psicóloga lembra outro fator importante: a convivência e o ambiente. Apesar de ser um programa, pode-se observar como as pessoas do convívio influenciam nosso comportamento, ajudando a aliviar ou piorando qualquer tipo de transtorno.

“É importante sempre avaliar o ambiente, nossos limites e possibilidades para dar conta das características do ambiente, assim como e quais as pessoas estão ali presentes, pois ambos influenciam profundamente na nossa saúde mental. Neste caso estamos falando de um programa, é algo fora do nosso cotidiano, mas no dia a dia precisamos avaliar como esses dois fatores nos afetam, principalmente se já tivermos uma predisposição ou algum diagnóstico”, alerta.

No geral, Blenda lembra que a ansiedade é um transtorno que atinge quase 19 milhões de pessoas no Brasil e aprender sobre ela, como lidar pessoalmente é fundamental. “Importante refletir, observar sem julgamentos sobre como cada um de nós consegue dar conta dos aspectos psíquicos da nossa vida.

Talvez, programas como esse, possam reforçar e nos levar a reflexões e aprendizados sobre o cuidado e o conhecimento que precisamos ter sobre nossas crenças, emoções e pensamentos. Muitas vezes entramos em situações, sem fazer uma avaliação realística do quanto estamos dispostos a nos expormos a situações que podem ser desafiadores para momentos nem sempre adequados do ponto de vista do bem estar emocional. A vida emocional é de enorme valor e necessita atenção e cuidado, pois pode levar a imensos sofrimentos quando os sinais não são cuidados.” finaliza a psicóloga.

Como a decoração e o ambiente impactam no comportamento de brothers e sisters?

Cancelamento, monstro, quarto branco, paredão, ambientes da casa, restrições alimentares, convívio constante. Como o ambiente do BBB afeta os participantes? Vanessa Gebrim e Bárbara Lopes esclarecem as principais dúvidas sobre o assunto

Os comentários sobre a casa do BBB24 ou mesmo os conflitos entre os participantes do programa estão entre os assuntos mais comentados na internet. Uma das escolhas da produção do programa é sempre trazer uma decoração com muita informação, o que também impacta no comportamento das pessoas. Além disso, o confinamento muitas vezes deixa todos à flor da pele. De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, já foi comprovado que as cores interferem no comportamento das pessoas.

“Se formos pensar no que o ambiente influencia no ser humano e como a pessoa acaba sendo impactada por ele, teríamos mais atenção a isso. Mas esse não é o objetivo do BBB. A própria composição da casa, com suas cores, muitas coisas misturadas, muitos materiais na decoração, fomentam os agentes estressores. E isso foi pensado para estimular em excesso as pessoas para que fiquem mais suscetíveis ao desequilíbrio emocional”, comenta a especialista.

Os ambientes que não combinam entre si também podem ser uma escolha proposital. “O cérebro acaba recebendo tanta informação que não relaxa. Isso pode gerar estresse e ansiedade. O objetivo acaba sendo causar essa sensação de desconforto e muitos estímulos de informações em todos os cantos. Tem poucos elementos naturais, poucas janelas, ou seja, é o oposto do que seria apropriado ao relaxamento”, explica Vanessa Gebrim.

Ainda de acordo com ela, uma casa com muita informação, cores, materiais interferem no nosso humor, produtividade, sono e gera sentimento de angústia, ansiedade e estresse.

“A iluminação também acaba influenciando no emocional. A luz quente traz aconchego e a luz fria acorda. A impressão que eu tenho é que na casa do BBB é tudo invertido justamente para a pessoa ficar constantemente ligada e acordada! Muita cor ao mesmo tempo atrapalha e o excesso de informações afetam diretamente as emoções e a saúde mental”, revela Vanessa.

Para a arquiteta Bárbara Lopes, especialista em regularização, psicoarquiteta e CEO da Ciclo Arquitetura, a intenção da casa é transportar os participantes para outro tempo e espaço.

“A ideia de passar por uma linha do tempo se perpetua do ano passado pra esse. Essa ideia de parecer que os participantes estão realmente em outro mundo. Esse tipo de intenção na arquitetura é útil para a intenção do programa, porque você se sente como um jogador mesmo”, explica.

“Além de ficarem presos, o excesso de estímulos da decoração e a pressão de estarem em um programa ao vivo, o fato de conviverem com pessoas diferentes, o uso constante de bebida alcóolica, a política do cancelamento e o fato de serem vigiados o tempo todo, fazem com que os participantes fiquem tensos e agitados e acabam perdendo o controle das situações”, complementa a psicóloga.

Essa sobrecarga influencia diretamente no clima da casa. “O participante sai de um ambiente onde a ótica dele está sobrecarregada de informações para outro com as mesmas características, o que resulta na sensação de fadiga ao longo do tempo, gerando estresse e uma sensação de oposto a um spa”, mostra Bárbara.

Conflitos dentro da casa

Muitas pessoas estão reclamando que nesta edição os conflitos são menores do que no último ano. A psicóloga Vanessa Gebrim acredita que é muito difícil não ocorrer conflitos até o final do programa.

“O próprio ambiente estimula a competição entre as pessoas e isso acaba facilitando confusões e brigas. Como é um jogo, não dá pra fazer amizade com todo mundo o tempo todo. O jogo ali é eliminar os participantes e evitar a própria eliminação. Na vida normal, em alguns momentos, a pessoa consegue escapar das situações que geram conflito, no BBB não tem como fugir. A pessoa tem que lidar e resolver lá dentro. Por isso fica mais difícil evitar os conflitos”, conta Vanessa.

O ambiente como um todo é planejado para incentivar essas interações entre os brothers. “É um modo de favorecer a interação das pessoas, é impossível sair de um quarto para o outro sem passar pela sala. A ausência de janelas aflige as pessoas, e o excesso de informação estimula o diálogo dos participantes com o próprio ambiente”, indica a arquiteta.

Ela ainda revela que mesmo que alguns fatores acabem turbinando alguns tipos de comportamentos, isso não significa que todos irão perder o equilíbrio no jogo.

“Isso vai depender da dinâmica de cada pessoa, como ela lida com a vida, com seu repertório emocional e como isso influencia nos seus relacionamentos. Com certeza, vai se sair melhor quem tiver resistência emocional, resiliência e carisma para conquistar o público. Com o tempo, a pessoa com inteligência emocional e maior jogo de cintura terá mais facilidade de manter o equilíbrio. No geral, é aquela com mais facilidade de se adaptar ao ambiente cheio de estímulos que vai prevalecer, é como ela lida com as relações, com o jogo, a competitividade e a pressão. Essa com certeza terá mais chances de vencer”, revela Vanessa Gebrim.

Quando as máscaras caem

Também existe a crença de que em uma situação de grande pressão as “máscaras vão cair” e as pessoas vão revelar quem realmente são. Vanessa conta que, segundo esse paradigma, todo indivíduo tem uma autenticidade própria que, supostamente, pode ser suprimida por aquilo que chamamos de “máscaras sociais”, que são adotadas por cada um.

“Essas máscaras seriam as nossas defesas, ou seja, os papéis ou os personagens que desempenhamos em diferentes esferas da nossa vida e que são fundamentais para garantir a nossa adaptação social. Assim no BBB, certos aspectos do confinamento e a pressão psicológica que cada participante do programa sofre, acaba deixando a pessoa bastante vulnerável, propiciando a retirada dessas máscaras. As pessoas, muitas vezes, acabam revelando quem são e nem sempre o que os outros esperam que elas sejam”, comenta.

Outro ponto que também afeta os participantes é colocar o participante no quarto branco, em que o confinado tem uma privação sensorial extrema, e a iluminação constante acaba desregulando o relógio biológico da pessoa.

“Saber a diferença entre o dia e a noite e a hora de dormir é fundamental para que o cérebro regule a produção de hormônios importantes para o funcionamento do corpo, como a melatonina. Sem ela, a pessoa não dorme. E sem dormir a pessoa caminha para o estresse absoluto, causando irritabilidade, nervosismo, podendo fazer com que o indivíduo chegue à exaustão”, explica Vanessa Gebrim.

Medo do cancelamento: ‘ideal era que todos fizessem psicoterapia’

Nas outras edições vimos diversos casos de cancelamento, e o medo de passar por essa situação traz muita preocupação aos participantes. O cancelamento costuma ser uma das grandes preocupações do BBB. Alguns, por terem uma imagem já conhecida, ficam com receio de prejudicar suas carreiras por falas e atitudes dentro da casa.

“O ideal seria que todos os participantes antes de participarem do BBB fizessem psicoterapia. Nada pode evitar a dor inicial de ser cancelado, mas, se a pessoa tiver uma boa autoestima, isso pode amenizar o que os outros pensam dela. Para que o cancelamento não aconteça, é essencial que a pessoa se conheça e que tenha controle mental e emocional”, orienta a psicóloga.

Ela reforça que devemos sempre lembrar que todos nós temos emoções, qualidades e defeitos. “Se o participante conseguir lidar bem com suas falhas e tiver uma postura transparente e humana, o cancelamento não acontecerá. Ninguém gosta de uma pessoa que tem um ego muito grande. Participantes que se acham demais e não são humildes tendem a ter uma rejeição maior. O ideal é que a pessoa sempre se mantenha verdadeira e saiba lidar bem com seus erros e acertos”, conclui a especialista.

 

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