A influência da saúde bucal na autoestima já foi destacada em diversas pesquisas. Segundo um estudo da Kin Dental Care, indivíduos que possuem dentes bem cuidados são percebidos como mais simpáticos e acessíveis, o que melhora suas relações interpessoais e profissionais.

A saúde bucal vai muito além da estética: ela impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar geral das pessoas. Um sorriso saudável influencia diretamente a autoestima, o convívio social e até mesmo a saúde geral do corpo.

Um sorriso saudável não é apenas uma questão de estética. Ele impacta diretamente a autoestima e a forma como nos relacionamos com o mundo. Muitas pessoas evitam sorrir ou até mesmo interagir por conta de problemas dentários, o que pode prejudicar sua qualidade de vida”, afirma Gustavo Dutra, superintendente técnico da Novodente Planos Odontológicos.

Outro aspecto crucial da saúde bucal é a halitose, ou mau hálito, condição que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 40% da população global e pode ter um impacto considerável na qualidade de vida e nas interações sociais. Só no Brasil, cerca de 30% da população seja afetada com esse problema: 69 milhões de pessoas sofrem com a halitose recorrente, de acordo com a Associação Brasileira de Halitose.

O mau hálito pode ser um grande fator de constrangimento e até isolamento social. Em muitos casos, ele é reflexo de uma má higiene bucal ou de condições mais graves, como a periodontite. Por isso, manter consultas regulares com o dentista é essencial”, alerta Dutra.

Mau hálito nem sempre está ligado à má higiene bucal

Suas causas podem variar, desde questões de má higiene oral, cáries, dentes quebrados, restaurações inadequadas, até doenças na gengiva. Mas também pode ser influenciada por condições de saúde, como rinite, sinusite, amigdalite, infecções respiratórias ou doenças gastrointestinais, como gastrite e refluxo.

A dentista Sandra Chagas, especialista em saúde integrativa, explica que nem sempre essa condição está ligada à má higiene bucal, podendo ter sua origem no nosso estômago, mais especificamente a um problema de digestão de proteínas do nosso organismo, e explica a solução para combater esse mal.

Existem bactérias no nosso organismo que se alimentar de proteolíticos, que são restos de proteínas mal digeridas no estômago, como cadaverina e putrecida. E, por esses nomes, já dá para imaginar como fica o nosso hálito”, afirma.

E não só o hálito, mas as fezes e os gases também são afetados, apresentado odores mais fortes e característicos.

Possíveis causas

Segundo dra. Sandra, a bactéria responsável por causar úlceras é a H. pylori. Sozinha, ela não provoca odores, mas estudos comprovam que ela costuma ser encontrada junto com outras bactérias periodontais que causam a halitose.

Problemas de refluxo também pode causar mau hálito. Além disso, o ácido que vem do estômago volta para a boca e, ao entrar em contato com os dentes, pode danificá-los causando perda de minerais.

Arrotos em excesso é outra possível causa do mau cheiro na boca. Isso porque ao arrotarmos, liberamos gases estomacais através da cavidade bucal, e esses gases são a síntese da digestão dos alimentos com a ação das bactérias que vivem no intestino.

Como combater o mau hálito

O mau hálito é uma condição multifatorial que requer uma abordagem abrangente para sua prevenção e tratamento, que envolve cuidados com a higiene bucal mas também atenção a possíveis condições de saúde subjacentes.

Nos casos que a halitose é proveniente de problemas gastrointestinal, a solução, de acordo com dra. Sandra, é fazer o uso de cloridrato de betaina, que atua na diminuição do pH estomacal e auxilia na digestão, principalmente para aquelas pessoas que possuem uma dieta rica em proteínas e gorduras. “Com o estômago ácido, ele vai começar a digerir melhor as proteínas e o cheiro vai sumir”, esclarece.

Você sabia que mau hálito tem solução?

Especialista explica possíveis causas e tratamentos, além de desmistificar o uso de balas para amenizar odores

“No geral, 90% dos casos de halitose estão relacionados a problemas de origem bucal e os outros 10% têm origem em alterações sistêmicas, ou seja, em problemas que afetam o corpo como um todo”, afirma Milene Portela, dentista da Unidade Clínica Ambulatorial Jundiapeba, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Mogi das Cruzes.

Muita gente não sabe, mas a diminuição da salivação, causada por fatores psicológicos como o estresse e a ingestão de certos medicamentos, também pode agravar o problema, já que a saliva tem um papel extremamente importante na limpeza bucal. Além disso, pessoas com diabetes também podem sofrer com variações em seu hálito.

“O grande problema é que, na maioria dos casos, a pessoa não sente o mau cheiro vindo de sua boca, mas, sim, as que estão próximas. E, justamente, essa condição a deixa extremamente vulnerável”, explica a especialista.

Quando a origem da halitose é bucal, torna-se fundamental melhorar as práticas de higienização, realizando uma escovação correta e completa de todas as superfícies dentárias, utilizando diariamente o fio dental e higienizando a língua com escovas e raspadores.

Além disso, outros tratamentos odontológicos, como a substituição de restaurações defeituosas, remoção de tecidos cariados, restaurações de dentes fraturados e extrações, passam a ser necessários para resolver os demais fatores que possam contribuir para o seu aparecimento.

“Lembrando que o tratamento da halitose também envolve melhorar as práticas que estimulam o aumento da salivação, como a reposição de dentes ausentes para uma mastigação mais eficaz, por exemplo. Por isso, recomendamos, juntamente com essas práticas, manter uma ingestão adequada de líquidos”, complementa a dentista.

Outras dicas importantes para se ter em mente, segundo a profissional, incluem manter uma alimentação saudável e balanceada, de preferência a cada 3 horas e evitar o consumo de alimentos que intensifiquem o mau hálito, como cebola e alho, além do alto consumo de gorduras e frituras em geral. Não só isso, eliminar hábitos como o consumo excessivo de álcool e cigarro faz toda a diferença.

E como a origem da halitose também pode ser sistêmica, é fundamental verificar com um médico se os níveis de glicose no sangue estão dentro da normalidade e se o funcionamento do estômago, rins e intestinos não apresenta nenhuma alteração.

Balas, chicletes e doces ajudam?

Em situações em que a pessoa sabe que possui o mau hálito, é comum que balas e chicletes sejam usados como formas de amenizar odores. Porém, nem sempre essa é a melhor opção, por mais que seja mais rápida.

“A partir dessa prática, as bactérias que vivem na boca da pessoa com halitose passam a se alimentar de açúcares, produzindo ácidos que contribuem para o aparecimento de cáries e para a potencialização desse odor já existente. O fato torna a situação pior, na maioria das vezes”, salienta Milene.

Não há contraindicação, mas, para evitar a possibilidade de agravar a halitose, a opção mais segura é optar por chicletes sem açúcar. Desta forma, ao mascá-lo, a pessoa estimula a produção de saliva e, ao mesmo tempo, as bactérias não têm acesso a glicose para se alimentar.

Cuidado pelo SUS

Na maioria dos casos, o profissional mais indicado para tratar a halitose é o cirurgião-dentista. Portanto, é importante que o paciente o procure para obter um diagnóstico preciso e adequado. Se a causa da halitose for bucal, o especialista realizará todo acompanhamento necessário.

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível obter o diagnóstico correto e buscar tratamento gratuito, de acordo com o caso. Basta procurar a unidade de saúde mais próxima que disponha de uma equipe de odontologia e solicitar atendimento nessa área.

Com Assessorias

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