Mãe da Stella, de 3 anos, Karine Freitas viveu três meses tensos depois que sua filha nasceu prematuramente na Maternidade Municipal Herculano Pinheiro e teve sua vida salva graças ao banco de leite da unidade localizada em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro. Após a alta da Stella, Karine conseguiu amamentá-la de forma exclusiva e também virou doadora. 

Conseguir amamentar uma criança que nasceu tão cedo, sabendo que o aleitamento materno, além de ser fonte de nutrição, também serve como sistema de defesa para as crianças, foi, para mim, um momento mágico! Saber que eu pude ajudar minha filha a ficar mais saudável quando ainda era tão pequenininha, com certeza é uma alegria que não sei explicar!”, conta Karine.

 

O exemplo de Karine serve de inspiração neste Dia Mundial da Amamentação (1/8), data que marca o início da campanha Agosto Dourado, de conscientização sobre a importância do aleitamento materno. Não são poucos os relatos de mães que, sensibilizadas com o nascimento prematuro de seus filhos, reconhecem a necessidade vital do leite materno.

Mães atendidas em hospital privado doam leite materno para usuárias do SUS

Também neste dia 1 de agosto, uma ação de solidariedade ganha destaque na zona Leste da capital paulista. Mães atendidas no Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco ajudam bebês prematuros atendidos na rede pública com a doação de leite humano.

Isso acontece por meio de uma parceria entre o São Luiz e o Hospital Leonor Mendes de Barros, unidade pública de saúde referência em neonatologia, para doação do leite excedente coletado no banco da unidade privada.

Ao longo dos últimos 15 anos o São Luiz Anália Franco coletou 12 mil litros de leite humano, dos quais nove mil foram utilizados pelos bebês em atendimento na UTI neonatal, e outros três mil litros foram doados ao Leonor, para ajudar outros recém-nascidos.

A amamentação diminui a mortalidade infantil. Quando pensamos no contexto hospitalar de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, onde temos bebês prematuros, isso se torna fundamental”, destaca Jamile Morelo, supervisora do Banco de Leite do São Luiz Anália Franco.

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Anticorpos desenvolvidos pela mãe passam para o filho através do leite

Estudos científicos comprovam que bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer, internados em UTI Neonatais e alimentados com leite humano, possuem mais chances de recuperação e de terem uma vida mais saudável.

O alimento é a primeira e principal fonte de nutrição dos recém-nascidos, garantindo nutrição e hidratação, além de contribuir em fatores imunológicos. É considerado a primeira vacina para o bebê, pois os anticorpos desenvolvidos pela mãe, seja pela imunização ou “memórias” de  doenças passadas, passam através do leite para seu filho. Também ajuda na nutrição da criança, diminui cólicas e proporciona um ganho de peso saudável.

Além disso, reduz as chances de broncoaspiração (entrada de leite pelas vias aéreas), diminui as chances do bebê contrair alergia alimentar, infecções respiratórias, urinárias e intestinais.

O leite materno é um alimento completo e ideal, tem todos os nutrientes essenciais e adequados para o desenvolvimento saudável do bebê, dispensando o uso de água ou outros alimentos até os seis primeiros meses de vida. O aleitamento traz  inúmeros benefícios, não só para os pequenos, mas também para as mamães, ajuda a reduzir a incidência de câncer de mama,  ovário e endométrio, além de proteger contra doenças cardiovasculares.

“O leite humano é um alimento vivo e impacta diretamente a redução da mortalidade infantil, principalmente, na faixa etária de zero a cinco anos. O leite é o alimento mais rico e completo para o desenvolvimento dos bebês, não existe outro que substitua em qualidade o leite materno. Ele ajuda na cognição do bebê, fortalece o sistema imunológico e é rico em vitaminas”, informa a assessora técnica da Superintendência dos Hospitais Pediátricos e Maternidades Carla Rocha, que coordena a rede municipal de Banco de Leite Humano e a Iniciativa Hospital Amigo da Criança-Aleitamento Materno.

Cada potinho de 300 ml de leite ajuda até 10 recém-nascidos internados

A equipe da maternidade oferece todo apoio necessário às mamães e incentiva a estimular a produção de leite. Para garantir alimentação adequada dos recém-nascidos internados nas maternidades municipais, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) recebe doações de leite de mulheres saudáveis e promove constantemente trabalho de conscientização sobre o tema.

Mulheres saudáveis que ainda amamentam, produzem quantidade excedente de leite e não utilizam nenhum medicamento que contraindique o aleitamento materno podem se tornar doadoras.  “A doação de leite humano é um ato de amor ao próximo, para ser doadora a mulher precisa ser saudável e estar amamentando. A doação é realizada com o leite excedente”, diz Carla.

No Rio, as doações de leite humano podem ser feitas em maternidades municipais e em postos de coleta presentes em unidades da Atenção Primária (centro municipais de saúde de clínicas da família). Cada pote de 300 ml de leite pode ajudar até 10 recém-nascidos internados em UTI neonatal. O leite passa por todo processo de controle de qualidade para disponibilização de acordo com a necessidade de nutrição de cada criança, com qualidade certificada.

Os postos de coleta são essenciais na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno.  Neles, as nutrizes (mulheres que estão amamentando), seus filhos e sua rede de apoio recebem todas as orientações de pega, posicionamento ao amamentar, sobre a composição do leite materno, de  massagem e extração de leite para oferecer ao bebê. Também é possível ajudar doando potes de vidro com tampa para o armazenamento do leite.

Para encontrar o banco de leite ou ponto de coleta mais próximo da sua residência, acesse: https://saude.prefeitura.rio/doacao-de-leite-humano/.

Mais sobre o Agosto Dourado

A Organização Mundial de Saúde (OMS) designou o mês de agosto como “Agosto Dourado” por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno, ressaltando sua importância e valor na promoção da saúde e bem-estar dos bebês.

O mês dedicado ao incentivo do aleitamento materno tem como objetivo de destacar a importância da amamentação para o desenvolvimento infantil, ajudando a evitar doenças e aumentar o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê.

Anualmente, na primeira semana do mês é celebrada a Semana Mundial do Aleitamento Materno, a data tem o propósito de educar sobre o leite humano como alimento exclusivo e essencial aos bebês nos primeiros meses de vida.

Neste ano, o foco da campanha é o tema “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham” e visa discutir sobre os direitos assegurados por lei às pessoas que estão amamentando.

A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que tem início em 1º de agosto, é o momento em que diversos países se unem para destacar a relevância da amamentação e proporcionar um ambiente favorável às mães que desejam amamentar.

Essa iniciativa teve origem em 1992, quando a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA) estabeleceu a campanha, seguindo a “Declaração de Innocenti”, resultado de um encontro entre a OMS e o Unicef.

Por isso, é importante conscientizar e desmistificar os cuidados de saúde para que as mulheres compreendam a importância do aleitamento no desenvolvimento infantil, fornecendo nutrientes e anticorpos que fortalecem o sistema imunológico do bebê. Além disso, amamentar cria um vínculo afetivo entre mãe e filho, promovendo o bem-estar emocional da criança e auxiliando no desenvolvimento cerebral e cognitivo.

Com Assessorias

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