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O cantor Luiz Melodia está internado no Hospital Quinta D’Or, na Zona Norte do Rio, para fazer um tratamento de quimioterapia. Ele foi diagnosticado com mieloma múltiplo,  um tipo de câncer no sangue que, somente em 2015, acometeu cerca de 124 mil pessoas no mundo. Melodia deverá fazer um autotransplante de medula, o que, segundo a assessoria do artista, é “o único tratamento com resultado efetivo”.

De acordo com especialistas, o mieloma múltiplo é considerado um câncer hematológico incurável que ocorre quando as células plasmáticas malignas crescem em descontrole na medula óssea. A sua evolução pode variar muito de paciente para paciente, exigindo avaliação criteriosa para a definição da melhor abordagem. Além disso, existe um grande problema de diagnóstico correto, que pode ser feito por meio de exames específicos.

“Muitas vezes, o paciente chega reclamando de dores ósseas, ou algum problema renal e, por estarem numa faixa etária mais avançada, as queixas são tratadas com normalidade. Porém, se olharmos com mais critério e pedirmos exames adicionais para detectar anemia e quantidade de cálcio presente no corpo, por exemplo, poderemos detectar o mieloma”, explica Jairo Sobrinho, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Representando cerca de 1% de todos os cânceres e 15%-20% de malignidades hematológicas em todo o mundo, o mieloma múltiplo é o segundo câncer hematológico mais frequente e continua sendo uma doença incurável devido à sua recidiva inevitável e à evolução da resistência aos medicamentos disponíveis.

Enquanto alguns pacientes com mieloma múltiplo não apresentam sintoma algum, a maioria é diagnosticada a partir de problemas que podem incluir fratura óssea ou dor, contagens de glóbulos vermelhos baixa, fadiga, elevação de cálcio, problemas renais, ou infecções. Pacientes com doença recidivada e refratária ao tratamento padrão normalmente têm prognósticos menos favoráveis.

O câncer refratário ocorre quando a doença do paciente é resistente ao tratamento ou, no caso de mieloma múltiplo, quando há progressão da doença dentro de 60 dias após o último tratamento. Câncer recorrente é quando a doença retornou após um período de remissão inicial, parcial ou completa. 

Novidade no tratamento chega ao Brasil

Atualmente, o tratamento da doença no Brasil é feito com quimioterapia, administração de corticoides ou transplante de medula. Mas uma novidade que acaba de chegar ao país, em regime de priorização, promete uma nova era nos cuidados dos pacientes com mieloma múltiplo. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou recentemente o primeiro anticorpo monoclonal (mAb) para o tratamento da doença. Trata-se do daratumumabe (anti-CD38), um medicamento que representa uma nova alternativa, já que nos últimos 10 anos não surgiram opções de tratamento com novos mecanismos de ação para a doença no país.

Daratumumabe é uma opção na falha da primeira linha de tratamento, sendo uma terapia-alvo que atua diretamente sobre as células cancerosas e também fortalece o sistema imunológico do paciente para combatê-las, com uma redução potencial nos efeitos adversos e, consequentemente, melhora na esperança e qualidade de vida. “Daratumumabe teve resultados impressionantes, que ressaltam o seu benefício clínico potencial como opção de tratamento, que poderá ser feito em combinação com outras drogas sem interferir nos benefícios de cada uma delas ou atuando isoladamente”, explica o médico.

O medicamento já é considerado no meio científico como um marco na evolução do tratamento do mieloma. Além de resgatar os pacientes que não têm mais opções de tratamento disponíveis, beneficia ainda mais o paciente que faz o tratamento de forma precoce, aumentando o tempo que fica sem recaída da doença. Quando utilizado em segunda linha de tratamento, a redução do risco de avanço da doença chega em 78%.

“Notamos que a expectativa de vida, que era em média de três anos, passou para oito anos de sobrevida, um número expressivo e que não podemos ignorar quando pensamos em cada um de nossos pacientes e seus familiares”, afirma o hematologista. Segundo ele, como ainda existe uma necessidade não atendida para os pacientes com mieloma múltiplo, que experimentam recaídas ou não respondem às terapias que já estão disponíveis, a chegada de daratumumabe é um avanço considerável e expressivo.

Da Redação, com assessorias

 

 

 

 

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