O Ministério da Saúde iniciou nesta quinta-feira (29), a distribuição da insulina análoga de ação rápida para todo o País. Nesta sexta-feira (30), serão distribuídas mais de 258 mil unidades do medicamento para atender emergencialmente a necessidade dos Estados e do Distrito Federal (DF). O montante em distribuição faz parte de um total de mais de 400 mil unidades de insulina análoga de ação rápida adquirida pela pasta.
A ação vai permitir a continuidade do tratamento de 67 mil pessoas que vivem com a diabetes mellitus tipo 1 e retiram o medicamento pelo SUS em todo o Brasil. Já receberam o medicamento em seus almoxarifados os estados de Pernambuco, Pará e o Distrito Federal. Vinte e um (21) estados devem receber o medicamento até esta sexta (30). Outros 3 estados restantes devem receber o medicamento até a próxima quarta-feira, 5 de julho.
O Brasil deve receber, até o dia 9 de julho de 2023, outra remessa do medicamento, por meio da aquisição emergencial internacional. Ao todo, foram adquiridas neste processo 1,3 milhão de unidades da insulina análoga de ação rápida. Com as duas aquisições, mesmo em um cenário de escassez mundial, o Ministério da Saúde garante o abastecimento ao SUS e o atendimento de todos os pacientes.
Depois de cinco meses de intensivas ações junto ao setor farmacêutico, o Ministério da Saúde garantiu a antecipação de entrega de mais de 400 mil unidades de insulina análoga de ação rápida para o tratamento de pessoas que vivem com diabetes mellitus tipo 1. O quantitativo é resultado do pregão eletrônico e cujo contrato foi assinado dia 20 de junho, após duas tentativas de aquisição frustradas por falta de propostas e adoção de medidas emergenciais por parte da pasta.
A antecipação ocorreu após diálogo com a empresa produtora para garantir o abastecimento da rede para os cerca de 67 mil brasileiros que utilizam o medicamento pelo SUS. Pelas regras do pregão, a empresa pode fazer a entrega do produto em até 60 dias após a assinatura do contrato. No entanto, diante da dificuldade de aquisição do medicamento e risco de desabastecimento, o Ministério da Saúde antecipou a entrega, garantindo o recebimento da insulina de ação rápida em menos de um mês após a conclusão do processo de compra.
Desde a incorporação da insulina análoga de ação rápida ao SUS, o Ministério da Saúde realiza sua aquisição de forma centralizada. No entanto, a Pasta vem enfrentando, nos últimos anos, dificuldade na compra do medicamento – reflexo também da escassez mundial do produto. Dois pregões para compra do medicamento com registro no país, o primeiro realizado em agosto de 2022 e o segundo em janeiro de 2023, não receberam propostas.
“É um presente para pessoas com diabetes tipo 1″
No mês em que se comemora o Dia Nacional do Diabetes (26 de junho), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) parabenizou o Ministério da Saúde pela chegada de 473 mil canetas do análogo de insulina de ação rápida, asparte, produzidas pela Novo Nordisk.
Essa era uma preocupação da entidade, já que a insulina de ação rápida é imprescindível para pessoas que convivem com o diabetes tipo 1 – ocorre quando o pâncreas não produz ou produz pouco esse hormônio, insuficiente para exercer sua ação de fazer com que a glicose entre nas células – sendo necessária a aplicação da injeção, em forma de caneta, antes das refeições e para cobrir a necessidade de insulina nas 24 horas do dia.
Há algum tempo, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia identificado redução importante do análogo de insulina de ação rápida no estoque do Ministério da Saúde, trazendo o alerta para a SBD e outras entidades parceiras que atuam em prol das pessoas com diabetes.
Karla Melo, coordenadora do Departamento de Saúde Pública da SBD, destaca a quantidade expressiva de canetas que serão entregues ao Ministério da Saúde, assim como a disponibilidade da Novo Nordisk para dispor desses medicamentos. “Notícia boa é para ser comemorada, esse quantitativo é praticamente um presente para pessoas com diabetes tipo 1”.
Para o presidente da SBD, Levimar Araújo, a questão das insulinas análogas de ação rápida foi solucionada ‘graças à união de sociedades de profissionais de saúde, associações representativas de pessoas com diabetes, e, principalmente, ao empenho do Ministério da Saúde”.
A mobilização envolveu também entidades como Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Instituto Diabetes Brasil (IDB) e ADJ – Diabetes Brasil. “E assim esperamos que não tenha falta de insulina”, completa o presidente.
Com Assessorias