OSTEOPATIA

Reconhecida como medicina complementar pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Osteopatia trabalha manualmente o corpo para devolver o equilíbrio global, tratando a falta de mobilidade e suas consequências. A técnica alivia dores e pode ser aplicada em pacientes de todas as idades, de recém-nascidos a idosos. Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou esta abordagem terapêutica entre as técnicas de medicina integrativa disponíveis na rede pública de saúde.

A partir desta segunda-feira, 17 de abril, o Rio de Janeiro ganha um centro exclusivamente para a prática da Osteopatia. A unidade do Natural Global Osteopathy (NGO), empresa nascida na França, trabalha os cuidados de saúde, centrados no paciente, usando  técnicas manuais a fim de favorecer a capacidade do corpo de restabelecer o equilíbrio e manter a mobilidade.

O tratamento osteopático é consequência da consulta, que avalia o paciente como um todo.  . Em geral, de uma a três sessões, com 45 minutos cada, são suficientes para restaurar a mobilidade sem dores quando o problema é apenas osteopático, ou seja, de restrição de movimentos. Na NGO, o preço da sessão é de R$ 350.

O espaço é comandado pelo osteopata franco-brasileiro Henri Pelletier, de 28 anos, formado pela Andrew Taylor Still Academy, instituição reconhecida pelo Ministério da Saúde Francês e batizada com o nome do criador da técnica.

Terapias cada vez mais comuns em hospitais

Movimento crescente na Europa, o bem-estar amplo ganha espaço também no Brasil.  O Ministério da Saúde reconheceu oficialmente a importância da medicina complementar por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Outras terapias complementares incorporadas pelo SUS recentemente são Arteterapia, Ioga, meditação, reiki, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Musicoterapia, Naturopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Shantala, Terapia comunitária (TCI).

No Brasil, técnicas como acupuntura, ioga e hipnose já são realidade em muitos hospitais brasileiros. Chamadas antes de alternativas, as terapias complementares são temas de cada vez mais estudos e estão invadindo centros médicos no Brasil e no mundo — algumas delas já estão disponíveis inclusive em postos de saúde pelo SUS.

Em São Paulo, hospitais de ponta, como o Einstein e o Sírio-Libanês já contam com serviços de abordagem Integrativa. Mas a tendência não é exclusividade dos centros mais caros. O SUS oferece fitoterapia, homeopatia e práticas da medicina tradicional chinesa, como acupuntura. Segundo o Ministério da Saúde, em 2014 foram realizadas mais de 600 mil sessões de acupuntura em mais de 100 municípios; no ano passado, até setembro, foram contabilizados mais de 730 mil.

Ainda em 2014, registraram-se cerca de 245 mil sessões de práticas de origem chinesa como tai chi chuan. Na área da fitoterapia, já são 12 extratos de plantas com eficácia demonstrada que podem ser receitados pelos médicos nas unidades básicas de saúde. “O Brasil está na vanguarda nesse aspecto, uma vez que na maioria dos países ocidentais essas terapias estão mais concentradas no âmbito privado”, diz Augusto Vinholis, cientista bio-médico da USP.

Avanços na Medicina Naturopática

Aos poucos, a Medicina Naturopática ganha evidências científicas e vence a resistência de profissionais mais ortodoxos. “Ela propõe um resgate das práticas mais antigas sem negar os avanços da medicina convencional”, define Vinholis, lembrando que o modelo tem raízes na concepção milenar de saúde dos orientais. “Entendemos que o processo de recuperação não depende apenas de um procedimento, mas da reação do organismo. As terapias são ferramentas para que se restabeleça o equilíbrio e o paciente se recupere”, explica.

Daí porque se prefere o termo “integrativo” a “alternativo”: a proposta não é trocar um tratamento por outro, mas analisar qual deles ou que combinação teria melhor resultado, sem perder de vista a necessidade de oferecer conforto num momento penoso. “Se pensarmos em alguém com câncer, não podemos tratar apenas o tumor. É preciso considerar outras demandas desse paciente, como questões neurológicas, mentais, emocionais e físicas. Nesse contexto, terapias complementares ajudam a minimizar a dor, a ansiedade ou depressão e até efeitos colaterais dos tratamentos convencionais”, afirma.

Segundo ele, esta abordagem procura casar tradicionais práticas baseadas em evidência com métodos que, em vez de focar num problema específico, buscam tratar o corpo como um todo. “Nos Estados Unidos, o próprio governo estimula a pesquisa e a adesão a essas práticas com o Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa (NCCAM na sigla em inglês), cujo orçamento supera US$ 120 milhões. Universidades  como Harvard  já dispõem de departamentos dedicados à pesquisa e aplicação de acupuntura, técnicas de relaxamento, dietoterapia e afins. O número de estudos sobre o tema cresceu 33% em cinco anos, de acordo com o banco de dados de publicações médicas Pubmed. Só em 2014 foram 514 artigos divulgados”, esclarece Vinholis.

Da Redação, com assessorias

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