Imunização contra a Covid só com 2ª dose, alertam especialistas

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As vacinas são um dos maiores avanços da área da saúde já conquistados pelo homem. Diante do cenário atual de pandemia, a Semana Nacional da Imunização alerta para os desafios da saúde pública brasileira e a longa jornada que o país precisa percorrer para ampliar as coberturas vacinais.

Com a necessidade cada vez mais evidente da vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo, é preciso ressaltar a importância da aplicação de vacinas em seu ciclo completo – ou seja, as duas doses dos imunizantes. Somente em São Paulo, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a estimativa era de que mais de 400 mil pessoas estavam com a dose de reforço atrasada antes do chamado “Dia D” de imunização, no último sábado (5).

Segundo o Ministério da Saúde mais de 68 milhões de doses já foram aplicadas contra a Covid-19: 48,9 milhões receberam ao menos uma dose de imunizantes e 22,9 milhões já completaram o ciclo de duas doses. O especialista em Clínica Médica Fábio Pagazzi, do Hospital Adventista Silvestre, explica a importância da segunda dose.

O objetivo hoje da vacinação é diminuir o número de casos da Covid e reduzir a gravidade da doença e para isso, é preciso que todos tomem as duas doses da vacina. Para diminuir o número de infectados e para conseguirmos voltar de certa forma ao normal com as atividades econômicas”, comenta Fábio.

No início da vacinação contra a Covid era uma surpresa, mas hoje já temos dados para comprovar a eficácia. “Inicialmente havia grande insegurança quanto aos efeitos colaterais e eficácia da vacina, porém atualmente  já existem estudos comprovando tanto a segurança quanto a eficácia da vacina contra o vírus”, argumenta Fábio Pagazzi.

O Brasil entrou em junho com pouco mais de 22 milhões de pessoas completamente imunizadas com as duas doses das vacinas contra a Covid-19. De acordo com números de 1º de junho, quase 22% da população tinha recebido ao menos uma dose e cerca de 10% a segunda.

Medidas de proteção mesmo após vacinados

A imunização já reflete numa queda significativa do número de mortes da população idosa, que representava 79% dos óbitos em novembro de 2020 e passou para 57,6% no mês de maio. A grande preocupação dos especialistas agora é que a vacina, que veio para trazer esperança, pode criar uma falsa sensação de que o pior já passou.

“A população de forma geral ainda não entendeu que, para que todos fiquem seguros, precisamos encarar que o problema é nosso e seguir as medidas de proteção enquanto a estratégia da vacinação avança”, afirma a infectologista Viviane Hessel Dias, do Hospital Marcelino Champagnat, alertando sobre a chegada de mais um aumento significativo no número de pacientes graves e mortes pela doença.

Uma pesquisa realizada no município de Serrana (SP), com a vacina Coronavac do Butantan, indicou que o número de casos sintomáticos da Covid-19 caiu 80%; as internações, 86%; e as mortes, 95% após a segunda dose da vacina. A estimativa é que seja necessário 75% da população adulta vacinada com as duas doses no país, para que as regras de distanciamento, uso de máscaras e de álcool em gel sejam finalmente afrouxadas. E isso ainda não tem data para acontecer.

Vacina em tempo recorde

O fato é que nunca se falou tanto em vacinas. A pandemia da Covid-19, que já matou mais de 3,4 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), também fez com que vacinas fossem desenvolvidas, aprovadas, fabricadas e aplicadas na população em menos de um ano. 

Antes, a vacina da caxumba tinha o título de ter sido produzida em menor tempo. Foram quatro anos de estudo e experimentos até a sua aprovação. A do ebola, produzida mais recentemente, demorou cinco anos para ser finalizada. Mas, com bom aporte de investimentos, 14 imunizantes contra a Covid-19 já foram aprovados em vários países e dados da OMS indicam que 91 estão sendo testados em humanos. Outros 184 estão na fase de pesquisa laboratorial ou em teste em animais. 

Para a infectologista, o controle de doenças infecciosas só se faz com um bom controle vacinal. “As vacinas são de extrema importância, mas se a cobertura não for mantida pela adesão da população, é possível que ocorram escapes”, diz Viviane. 

Risco de pneunomia ou influenza

O infectologista Renato Grinbaum, professor do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), reforça que é importante manter o calendário vacinal atualizado para evitar contaminações como um todo. Ou mesmo por precaução para que algumas doenças não se agravem e ocorram concomitantemente com a Covid-19, como a pneumonia bacteriana ou a influenza, e que já possuem vacinação geral disponível à população.

A imunização é uma das ferramentas da ciência que mais contribuíram para diminuir a mortalidade, aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Doenças como a varíola foram erradicadas e outras como a poliomielite quase desapareceram do cenário mundial. Vacinas são saúde, comprovadamente seguras e eficazes”, afirma o docente.

Como funcionam as vacinas?

As vacinas são utilizadas para induzir a imunização contra vírus e bactérias, já que elas estimulam a produção de defesas contra agentes nocivos. O organismo produz anticorpos necessários e cria células de memória produtoras que permanecem vivas evitando contaminações.

Dessa forma, se o vacinado for exposto novamente ao vírus ou bactéria causadores da doença, a resposta do anticorpo será muito mais rápida, protegendo a pessoa. Em outros casos, a imunização diminui os sintomas, como as vacinas desenvolvidas contra o coronavírus”, explica Renato Grinbaum.

Por fim, o especialista ressalta que diante da maior importância dada às vacinas no cenário de pandemia do coronavírus, vale relembrarmos a relevância de seguirmos o calendário vacinal como um todo para prevenção de doenças.

Entre os grandes avanços mundiais na área da saúde, a erradicação, em todo o território nacional, de doenças infecciosas como a poliomielite (paralisia infantil) e a varíola se deu graças aos esforços e à dedicação de sanitaristas e infectologistas. A invenção das vacinas significou uma revolução na saúde pública ao proteger a população de várias doenças.

Instituído pelo Ministério da Saúde (MS) para alertar sobre o papel das vacinas, o Dia Nacional da Imunização (9/6) ganha relevância no contexto da pandemia, quando se reforça a importância da campanha de combate à Covid-19. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), garante o acesso gratuito a 19 vacinas, que protegem contra mais de 40 doenças. 

Criado pelo Ministério da Saúde (MS) em 1973 com o objetivo de oferecer todas as vacinas com qualidade à população que nasce no país, o PNI foi institucionalizado em 1975. Em 1977, o primeiro Calendário Nacional de Vacinação trazia como obrigatórias quatro vacinas no primeiro ano de vida: a BCG, contra tuberculose; a vacina oral contra a poliomielite (VOP); a vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche (DTP); e a vacina contra o sarampo. Ainda na lista de doenças com prevenção por meio da vacinação estão meningite, caxumba, rubéola, hepatites virais, gripe, pneumonia, tuberculose e febre amarela.

Vacinação contra a gripe é muito importante

Sempre reforçamos que é necessário que a população fique atenta às campanhas, e compareça aos postos de saúde para se vacinar. A vacina contra a gripe, por exemplo, é tão importante quanto a da Covid-19 porque ajuda a prevenir os casos graves e óbitos de julho a setembro, período de sazonalidade da doença no Brasil”, esclarece o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro.

O subsecretário alerta, ainda, para a importância do cumprimento do esquema vacinal na imunização contra a Covid-19:- É importantíssimo que as pessoas retornem aos postos de saúde para tomar a segunda dose e completar esse ciclo. Somente dessa forma haverá a garantia de imunização contra a doença. Mesmo para aqueles que já tomaram as duas doses, é recomendado manter os protocolos sanitários, tais como o uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações.

Com Assessorias

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