A atriz Thais Araújo, de 45 anos, foi internada no último dia 8 de janeiro em São Paulo com dores nas costas, sendo diagnosticada com hérnia de disco. Para conter a crise, recebeu uma infiltração de corticoide e já iniciou a fisioterapia, mas teve que se afastar das gravações dos três primeiros episódios do programa “The Masked Singer Brasil 4”, com estreia prevista para o final de janeiro.

No início de novembro, o humorista e influenciador Rico Melquíades também veio a público anunciar que estava com hérnia de disco.  Outra que também já sofreu com o problema é a cantora Wanessa Camargo. Atualmente confinada no reality global “BBB24”, ela já passou por isso no passado, tendo que cancelar sua agenda em 2018 devido a uma hérnia de disco.

Os famosos engrossam uma estatística assustadora no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 5,4 milhões de brasileiros sofrem com a enfermidade que pode ser tratada com fisioterapia, medicamentos ou, em casos graves, cirurgia. Três das dez principais causas de afastamento estão relacionadas à coluna vertebral, entre elas a hérnia de disco e a lombalgia.

Segundo o Ministério da Previdência Social, mais de 2,5 milhões de brasileiros foram afastados do trabalho por incapacidade temporária em 2023. A hérnia de disco lombar causou a maior quantidade de benefícios (antigo auxílio-doença): 51.453. O número de trabalhadores com carteira assinada que receberam benefícios por causa da hérnia de disco aumentou quase 70% em relação a 2022. 

Logo em seguida, em segundo lugar, está a dor lombar (lombalgia) com 46.964 casos e a degeneração discal em quinto lugar, com mais de 37 mil trabalhadores listados. Outras hérnias de disco, na cervical e coluna torácica, aparecem em quinto lugar no ranking.

Esses números não só destacam a magnitude do problema, mas também ressaltam a urgência em discutir estratégias efetivas de prevenção e tratamento. Afinal, a hérnia de disco é uma das doenças mais comuns que afetam a coluna vertebral, causando dores intensas e impactando a vida das pessoas.

Segundo informações da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), para obter o benefício, o empregado tem que comunicar imediatamente o seu supervisor e procurar o auxílio do médico do trabalho. É o médico do trabalho que irá fazer o diagnóstico, o tratamento e o encaminhamento, se necessário.

Maior pisco da hérnia de disco ocorre entre 35 e 60 anos

hérnia de disco é uma condição que afeta o disco intervertebral da coluna, muitas vezes causada pelo desgaste precoce dessa estrutura. Contrariando a crença popular, as hérnias de disco são condições que não são exclusivas de idades avançadas. O maior pico de incidência da hérnia de disco acontece entre os 35 e 60 anos.

Entretanto, é cada vez mais comum vermos pessoas mais jovens sofrendo com a enfermidade. Pacientes entre 20 e 40 anos também podem ser afetados, muitas vezes no auge de suas atividades produtivas. Isto ocorre devido ao aumento da obesidade em pessoas mais novas, falta de prática de atividade física e má postura, especialmente durante o período de trabalho.

“A dor pode começar na região lombar e, com o tempo, passar para os membros inferiores. Piora com o tempo, especialmente quando a coluna segue sendo forçada. Na literatura, é possível identificar mais casos em mulheres, mas isso pode ocorrer devido ao costume de muitos homens, que geralmente estão mais expostos a pesos excessivos, não irem ao médico”, afirma Renato Sorpreso, ortopedista e especialista em coluna do Hospital Santa Catarina – Paulista.

A dor lombar, principal sintoma da doença, pode piorar durante a noite. Ela também impossibilita o paciente de ficar muito tempo em pé ou sentado. Fraqueza em uma das pernas e dificuldade para locomoção também podem ser sinais de que é necessário buscar ajuda médica.

O diagnóstico da hérnia de disco é feito a partir da anamnese, exame físico e auxiliado por exames como tomografia e ressonância magnética. Essa amplitude de procedimentos auxilia na identificação do problema e na determinação do tamanho, local da lesão e indicação do tratamento

Sedentários e fumantes são mais suscetíveis

“Pessoas que carregam muito peso, não fazem atividade física ou que são fumantes ou obesos, em combinação com fatores genéticos ou não, são mais suscetíveis a desenvolver a hérnia de disco”, explica o Osmar José Santos de Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina – Paulista.

Segundo o especialista, somente em casos de compressão neurológica, o que representa menos de 10% dos quadros avaliados, a ação cirúrgica é indicada. Geralmente, o tratamento é feito sem cirurgia. Para esses casos, é indicado a prática de atividades de fortalecimento muscular, principalmente da musculatura da coluna, além de alongamentos diários, alimentação saudável para controle do peso corporal, manutenção de uma postura correta e evitar pesos excessivos.

“Desde que nascemos, as células do disco já começam a deteriorar. Aos 2 anos de idade, 90% delas já se deterioraram. Parar de produzir algumas proteínas que ajudam na função de produção do disco é um processo natural”, afirma o neurocirurgião. “Na maior parte dos casos é possível tratar somente com mudanças de hábitos e exercícios, porque dois terços da sustentação da coluna é feito pela musculatura abdominal”.

Prática regular de exercícios é fundamental

Para o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Antônio Krieger, esta tendência é alarmante, e reforça como é importante que a população esteja atenta aos sintomas e práticas que evitem essas lesões.

“Embora fatores genéticos desempenhem um papel relevante, as condições também estão fortemente ligadas a práticas laborais inadequadas, falta de ergonomia e exposição a cargas excessivas. A prática regular de exercícios, o fortalecimento dos músculos do core, uma dieta equilibrada e evitar o tabagismo são estratégias eficazes para prevenir o problema,” afirma Krieger.

 

Nas crises, os sintomas limitam significativamente as atividades diárias e laborais. “Os sintomas incluem dor ciática, perda de força muscular e formigamentos nos membros inferiores que podem ser debilitantes e até causar incapacidades e déficit neurológico”, explica Krieger.

Tratamento – Segundo o especialista, embora cerca de 9 em cada 10 casos melhorem com tratamento clínico, exercícios físicos e fisioterapia, a cirurgia é indicada em situações de sintomas persistentes.

“A cirurgia pode ser realizada de forma minimamente invasiva, utilizando técnicas endoscópicas, proporcionando uma recuperação mais rápida ao paciente. Em geral, as cirurgias minimamente invasivas da coluna para tratamento de hérnias de disco permitem que o paciente receba alta hospitalar no mesmo dia”, comenta.

Com Assessorias

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