Sabe aquele excesso de gordura abdominal? Pois pode representar algo além de alguns dígitos a mais na balança. Pode ser sinal de uma síndrome metabólica, que tem como base a resistência do corpo à insulina. Este distúrbio hormonal contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, da pressão alta, obesidade e a elevação das taxas de triglicérides, glicemia e colesterol. Todas essas doenças juntas cooperam para o surgimento de problemas cardiovasculares, como AVC e infarto. Porém, a redução do peso corporal através de atividades físicas, tratamento medicamentoso ou cirurgia metabólica representam o controle, ou até, a cura da doença.
Neste Dia do Endocrinologista e Dia do Profissional de Educação Física (1 de setembro), Monique Lima, endocrinologista do Hospital Rios D’Or, alerta que as causas da síndrome metabólica estão associadas à ausência de hábitos saudáveis, como alimentação e atividade física. E pior: além de adultos, as crianças têm desenvolvido a doença cada vez mais cedo. “Os hábitos dos pais refletem na vida dos filhos. Se eles não buscam uma rotina saudável, logo, as crianças não têm bom exemplo. Além disso, o excesso de uso de tecnologias, como tablet, televisão e celulares, têm contribuído para que as crianças se movimentem cada vez menos. Isto, juntamente com o fácil acesso aos fast food, coopera para o ganho de peso e o desenvolvimento da síndrome metabólica”, pontua.
Ainda de acordo com ela, a falta de uma rotina saudável também é a responsável pelo crescimento dos casos da doença ao longo dos anos, pois a correria diária e a ansiedade têm feito as pessoas consumirem alimentos processados, cheios de calorias, ricos em gorduras saturadas e carboidratos simples, e que, cada vez mais, têm tido menos tempo para se exercitarem. Além disso, a predisposição genética também coopera para o distúrbio, principalmente, àqueles com histórico familiar de diabetes.
Como diagnosticar
A síndrome metabólica é diagnosticada através da avaliação física pelo médico – que vai verificar a pressão arterial e a gordura visceral, principalmente a localizada no abdômen, e dos exames hormonais e de sangue – que mostra as alterações nas taxas de colesterol, triglicérides e glicemia.
A desregulação desses índices somados à obesidade significam risco à saúde, pois estão ligados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares – como AVC e infarto – aos casos de infertilidade feminina decorrente da resistência do corpo à insulina, às complicações durante a gestação, e a alguns tipos de câncer, como o colorretal.
Como tratar
Como a síndrome metabólica está muito associada ao sobrepeso, o principal tratamento base é a mudança dos hábitos de vida, incluindo na rotina exercícios e dieta equilibrada. Dependendo do resultado clínico e laboratorial, há outros tratamentos específicos. Por exemplo, para aqueles que estão com a taxa de IMC acima dos 40kg/m², há a indicação de cirurgia metabólica.
Este procedimento, além de focar na redução do peso, também age no controle do diabetes tipo 2, por isto o termo cirurgia metabólica. Para quem está no grau 2 de obesidade, ou seja, com IMC acima de 35kg/m², a cirurgia só é indicada caso tenha ligação com outra patologia, sendo o diabetes, novamente, a principal associação.
“Há outras alternativas para tratar a doença, como os medicamentos, mas isso depende do tipo de alteração da síndrome o paciente tenha e do objetivo do tratamento naquele momento”, aponta Monique Lins.
Fonte: Hospital Rios D’Or