O cantor Zezé Di Camargo, de 61 anos, e a modelo e influencer Graciele Lacerda, 43, revelaram que estão grávidos do primeiro filho. O casal vinha tentando a gestação por quatro anos, por meio da fertilização in vitro, tanto pelos desafios relacionados à idade, mas também devido à vasectomia do artista. Zezé contou que, para conquistar esse sonho, precisou passar por um procedimento para extrair os espermatozoides.
Em uma postagem recente no Instagram, Graciele Lacerda compartilhou com seus seguidores a jornada de sua gravidez, revelando que ocorreu através de fertilização in vitro. A influencer explicou que a gestação foi alcançada na sétima tentativa do casal, e envolveu um procedimento de punção para coleta de espermatozoides. “Você faz uma punção e puxa os espermatozoides”, detalhou.
Assim como o sertanejo, não é incomum que os homens decidam pela vasectomia e depois se arrependam. Isso ocorre por muitos motivos, dentre eles melhora no padrão de vida, troca de parceiras ou simplesmente vontade de ter mais filhos.
Após a vasectomia, se o paciente mudar de ideia sobre ter filhos, existem dois procedimentos que podem ajudá-lo a ter um filho: uma reversão de vasectomia ou aspiração de esperma antes da fertilização in vitro (FIV).
O médico pode ajudá-lo a escolher qual procedimento é melhor com base em alguns fatores, como: o tempo que se passou desde sua vasectomia, sua idade, o número de filhos desejados, o custo e com que rapidez espera-se conceber uma criança, naturalmente ou por meio de fertilização in vitro”, explica Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Segundo o médico especialista em Reprodução Humana, a primeira coisa a fazer é procurar um médico. “Ele verá seu histórico médico e fará um exame físico para garantir que o paciente não tenha outros problemas de saúde que possam afetar a fertilidade. A parceira também deve consultar o médico para garantir que ela não tenha problemas de fertilidade”, explica.
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O que acontece em um procedimento de reversão de vasectomia?
Existem dois tipos de procedimentos de reversão de vasectomia. O procedimento usado depende da área do trato reprodutivo masculino que foi bloqueada durante o procedimento de vasectomia original, segundo o médico.
Uma vasovasostomia reconecta as duas extremidades do ducto deferente. O ducto deferente é um tubo que transporta os espermatozoides para fora do testículo. O homem tem dois vasos deferentes, um de cada lado na bolsa escrotal. Cada um dos vasos deferentes teve um pedaço cortado durante a vasectomia para evitar que os espermatozoides sejam transportados para fora dos testículos”, diz o médico.
No caso da vasoepididimostomia, esse é um procedimento que reconecta o epidídimo ao ducto deferente. O epidídimo – o “chapeuzinho” que fica sobre o testículo – é onde os espermatozoides amadurecem. Esta cirurgia é utilizada quando uma vasovasostomia não é possível devido a bloqueios causados pela vasectomia”, explica.
O médico decidirá qual procedimento é melhor durante a operação. “Ambos os tipos de reversão de vasectomia podem permitir que o paciente tenha um bebê naturalmente através da relação sexual”, explica o médico.
Como os espermatozoides são aspirados antes de um ciclo de fertilização in vitro?
Segundo o especialista, ainda é possível realizar um procedimento de reprodução assistida, principalmente quando a parceira também apresentar problemas de fertilidade. “Durante este procedimento, o médico aspira (suga suavemente) os espermatozoides dos epidídimos, que são o “armazém” que mantém os gametas que são produzidos nos testículos”.
Este procedimento geralmente é realizado sob anestesia local (com o uso de medicação anestesiante) no consultório. Também pode ser feito sob anestesia geral. Uma pequena agulha é usada para remover os espermatozoides diretamente dos epidídimos, ou mesmo diretamente de cada testículo. Os espermatozoides são então usados para fertilizar os óvulos da sua parceira em um laboratório usando a fertilização in vitro”, conta o médico.
Os espermatozoides podem ser aspirados no dia do procedimento de fertilização in vitro ou podem ser removidos com antecedência e congelados para um futuro procedimento de fertilização in vitro. “Como a quantidade de espermatozóides é pequena, seu uso para inseminação artificial não é recomendado. Quando esse método é usado junto com a fertilização in vitro, é muito bem-sucedido, especialmente se a parceira tiver menos de 35 anos.
Existem várias outras vantagens para este método. Isso pode significar que levará menos tempo para a parceira engravidar e a paciente não precisará voltar a usar anticoncepcional após uma gravidez bem-sucedida. É também um procedimento menos invasivo para o parceiro masculino”, explica o médico.
Há algumas desvantagens também. É mais caro. Se mais de um embrião for transferido, pode resultar em mais de um filho ao mesmo tempo. “Também é um procedimento mais invasivo para a parceira, e o procedimento pode ter que ser repetido se você quiser ter mais filhos”, diz o médico. De qualquer maneira, a melhor forma de resolver a questão é consultando um médico especialista em Reprodução”, finaliza o Dr. Fernando Prado.
Para entender melhor o processo, , explicou que
A vasectomia interrompe o canal que transporta os espermatozoides dos testículos para a uretra. Essa interrupção faz com que a ejaculação não contenha mais espermatozoides. Porém, a produção continua pelo resto da vida e, se o homem decidir reverter a vasectomia, é possível”, explicou Renato Fraietta, especialista em Reprodução Humana da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva (CPMR) e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Técnicas para extração de espermatozoides
Dr. Renato Fraietta destacou as diferentes técnicas de extração de espermatozoides para fertilização In Vitro.
Azoospermia Obstrutiva: 40% dos fatores de infertilidade são de origem masculina, sendo um deles a azoospermia, que pode ser obstrutiva ou não obstrutiva. Causada pelo bloqueio do caminho por onde passa o espermatozoide, desde o testículo até a uretra, impedindo a saída dos espermatozoides dos testículos. No caso em questão, nos ductos deferentes por ser uma vasectomia.
Azoospermia Não Obstrutiva: Dificuldade ou ausência de produção de espermatozoides nos testículos. Pacientes do sexo masculino tem um pequeno ducto no seu sistema reprodutor, chamado de epidídimo – responsável pelo armazenamento dos espermatozoides produzidos pelo testículo.
Por isso, para homens vasectomizados, utiliza-se a PESA (Aspiração Percutânea de Espermatozoides do Epidídimo), realizada através da punção do epidídimo, ou a MESA (Aspiração Microcirúrgica de Espermatozoides do Epidídimo – padrão-ouro), que é uma microcirurgia com anestesia na qual o epidídimo é aberto para buscar os espermatozoides, portanto, sem dor.
Em casos mais graves, como nas azoospermias não obstrutivas, quando não há produção de espermatozoides, são utilizadas técnicas como a TESE (Extração de Espermatozoides dos Testículos), uma obtenção direta no testículo realizada em centro cirúrgico, e a MICROTESE, uma técnica mais complexa que expõe o testículo para localizar os espermatozoides com a ajuda de um microscópio especializado”, detalhou Dr. Renato Fraietta ao abordar as técnicas utilizadas em azoospermia.
Fertilização in vitro: quem se beneficia
A FIV é um tratamento que oferece a casais inférteis, casais homoafetivos masculinos e femininos, mulheres com endometriose ou que decidiram adiar a maternidade, entre outros casos, a oportunidade da gestação.
Fatores como a idade da mulher e do homem, o tempo desde a vasectomia, a reserva ovariana e os hábitos de vida podem ser bons indicativos para seguir diretamente para a fertilização in vitro”, afirma Larissa Matsumoto, especialista em reprodução assistida da clínica Vida Bem Vinda, unidade do Fertgroup.
A taxa de sucesso da FIV varia de acordo com a idade da mulher, um dos principais fatores, bem como a reserva ovariana. “As chances são muito mais favoráveis quando a mulher tem cerca de 35 anos, devido à qualidade dos óvulos, que está diretamente relacionada à probabilidade de formar um embrião geneticamente normal”.
Outro fator que influencia a taxa de sucesso é a qualidade do espermatozoide. Para que o tratamento de fertilização in vitro seja bem-sucedido, é essencial que tanto o óvulo quanto o espermatozoide sejam de qualidade.
Como a FIV é feita após vasectomia
Após a coleta dos espermatozoides, seja por punção, microcirurgia ou masturbação, os espermatozoides passam por um tratamento especial no laboratório. Dr. Renato explica que o espermatozoide é então inserido no óvulo através da ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides).
A ICSI é usada quando há prejuízo na quantidade dos óvulos, baixa concentração de espermatozoides, morfologia ruim ou baixa motilidade, ou quando são obtidos cirurgicamente. Já a fertilização in vitro convencional é usada quando a qualidade do espermatozoide é adequada e obtida por masturbação”, concluiu o especialista.
Buscar a ajuda de um especialista em reprodução humana é fundamental para casais enfrentando desafios de fertilidade. Profissionais como o Dr. Renato Fraietta possuem o conhecimento e as técnicas necessárias para identificar as causas da infertilidade e oferecer as melhores opções de tratamento, como a fertilização in vitro.
Com Assessorias