É hora de descanso e recuperação das exigências e estresse do ano letivo. As férias são um período crucial para o desenvolvimento equilibrado e saudável das crianças e adolescentes. Além de passarem mais tempo com a família, elas descansam e recarregam as energias após um longo período de estudos. Elas também têm a chance de interagir com amigos e conhecer novas pessoas e ambientes, benefício para desenvolver habilidades sociais.
As férias escolares são um momento muito aguardado pelas crianças. É o período em que elas têm a oportunidade de brincar, relaxar e explorar atividades. Com a pausa na rotina escolar, os pequenos têm a oportunidade de recarregar as energias para o próximo ano letivo que vem em fevereiro É tempo de brincar e aproveitar o tempo livre.
Porém, muitos pais se preocupam se essa pausa pode causar perdas no processo de aprendizado dos filhos. Mas o que muitos talvez não saibam é que a brincadeira vai além da diversão: ela é essencial para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças.
Brincar é uma poderosa forma de aprendizado
Brincar ao ar livre, nadar, correr e andar de bicicleta, por exemplo, é uma forma de potencializar e fortalecer o desenvolvimento motor. Já visitar parques, museus ou até mesmo viajar, amplia o vocabulário, estimula a curiosidade e incentiva o aprendizado de forma divertida e espontânea.
Interagindo também com a família e crianças da mesma idade ou não, é possível ajudá-lo a aprender habilidades sociais, como compartilhar, resolver conflitos e trabalhar em equipe. Contando histórias e inventando brincadeiras, as crianças também estimulam a criatividade. As atividades auxiliam na construção da confiança, autoestima e da independência.
Segundo Mariana Bruno Chaves, pós-graduada em psicopedagogia e especialista em educação na rede Kumon, brincar é uma forma poderosa de aprendizado.
Por meio das brincadeiras, as crianças desenvolvem habilidades fundamentais, como a criatividade, a resolução de problemas, a colaboração e até mesmo conceitos básicos de matemática e linguagem. O brincar permite que elas aprendam de forma natural e significativa, conectando experiências do dia a dia com novos conhecimentos”, explica Mariana.
Segundo ela, durante as férias, além de descansarem, as crianças podem viver experiências tão essenciais para o seu crescimento quanto o aprendizado acadêmico, auxiliando no estímulo de diversos aspectos, como a imaginação e a socialização.
Para evitar perdas de conhecimento, é preciso continuar estimulando o cérebro. O estímulo constante é necessário para evitar perdas de conhecimento. O cérebro se reorganiza durante os períodos de descanso, porém, praticar atividades que estimulem algum tipo de habilidade cognitiva, social ou emocional é essencial para as crianças.
Sem pressão: neurocientista recomenda as atividades mais indicadas
Segundo Lívia Ciacci, neurocientista parceira do Supera – Ginástica para o Cérebro, as férias também proporcionam um aprendizado informal, fora do ambiente escolar, como visitas a museus, parques, viagens e outras atividades enriquecedoras.
Com mais tempo livre, a criatividade, que é trabalhada pelo cérebro em segundo plano (quando não estamos focados em nada), também é mais evidente e pode ser mais estimulada. Como um todo, as férias reduzem o estresse acumulado do ano letivo e promovem um bem-estar físico e emocional na grande maioria dos casos”, diz.
Ela explica que as atividades mais indicadas são aquelas que combinam a diversão com um aprendizado informal, sem pressão. Como exemplo, ela cita os jogos de tabuleiro com os familiares ou amigos, garantindo um tempo de qualidade, ou atividades manuais que ajudam o desenvolvimento e coordenação motora, como desenhos, pinturas, jardinagem, e até mesmo música e dança, podendo inclusive se tornar um hobby para a criança.
Ao incluir essas atividades no dia a dia das férias, os pais não apenas ajudam as crianças a se divertirem, mas também a aprenderem e se desenvolverem de forma completa. “Brincar é a linguagem da infância, e é por meio dela que as crianças se conectam com o mundo e constroem o conhecimento. Aproveitar as férias para brincar em família é um investimento no aprendizado e no vínculo emocional”, conclui Mariana.
Manter atividades balanceadas com tempo livre traz vários benefícios. “As atividades devem promover um equilíbrio saudável para manter o corpo e a mente da criança ativos e sem pressão, em um ambiente seguro e reconfortante. E ainda trazer o benefício de desenvolver habilidades de socialização, criatividade, disciplina e coordenação, de maneira agradável e lúdica”, explica Lívia.
E nada de excesso de telas no tempo livre, a melhor maneira de aproveitar esse tempo é com o corpo todo. “A criança está em desenvolvimento, e o cérebro depende do corpo e o corpo depende do cérebro, os dois precisam estar em harmonia, por isso as atividades mais indicadas envolvem movimento, coordenação e força muscular!”, ressalta.
Tempo de qualidade com os avós e colônias de férias
A relação com o avós também pode ser uma excelente aliada. Passar o momento das férias com os avós ou outros cuidadores pode ser muito positivo para o bem-estar mental das crianças, pois pode fortalecer os laços e vínculos familiares, criando memórias afetivas.
Os avós tendem a dar muita atenção e carinho, o que é reconfortante e positivo para as crianças, além de serem excelentes em contar histórias e tradições, gerando a sensação de pertencimento à família e entender suas raízes. Passar esse tempo de qualidade ouvindo sobre as tradições e valores familiares, pode ser valioso para a formação do caráter e identidade da criança”, explica Lívia.
As colônias de férias também podem ser ótimas opções para socialização, novas amizades, trabalho em equipe, estímulo à independência, atividades diversificadas e um ambiente seguro com planejamento e supervisão por profissionais.
No entanto, é necessário escolher uma colônia de férias bem recomendada e que se alinhe com os interesses e necessidades da criança, além de verificar a infraestrutura e qualificação dos profissionais envolvidos. Mas não se esqueça, o desenvolvimento cognitivo também precisa de tempo ocioso, à toa, sem supervisão e sem atividades com regras”, afirma.
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7 maneiras de usar a brincadeira para estimular o aprendizado
Durante as férias, os pais e familiares podem aproveitar para estimular o desenvolvimento das crianças por meio de brincadeiras que incentivem a imaginação e o aprendizado. Mariana ressalta que esse período é uma oportunidade para fortalecer os vínculos familiares enquanto as crianças adquirem habilidades importantes para a vida.
Abaixo, confira algumas dicas de atividades que podem ajudar as crianças a usar a brincadeira para estimular o aprendizado e manter o cérebro ativo durante o período de férias:
- Jogos e cartas: dos jogos de tabuleiro até os mais tradicionais como sudoku ou caça-palavras são ótimos para que se desenvolva o raciocínio lógico, a memória, percepção de espaço e visão e a interação entre crianças e adultos. Além de proporcionar momentos de diversão em família, esses jogos ajudam a desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento estratégico e a paciência. Jogos com números, como dominó ou baralho, também reforçam conceitos matemáticos de forma lúdica.
- Incentivo à leitura: ler livros é um exercício ótimo para se praticar a imaginação, tirando o cérebro da zona de conforto, estimulando a memória. Vale ler tudo, jornais, revistas e até outdoors! Ler histórias juntos é uma maneira prazerosa de estimular a imaginação e ampliar o vocabulário. “A leitura é uma brincadeira que transporta a criança para diferentes mundos e, ao mesmo tempo, promove um aprendizado profundo e significativo”, destaca Mariana. Ela recomenda que se ofereça livros apropriados para a idade, combinada com uma pequena recompensa ao final da leitura, como discutir o que leu com a família, ou jogos relacionados ao livro, que garantirão que ela fixe o aprendizado adquirido na leitura.
- Viagens em família: para visitar novos lugares, pontos turísticos e praias, o que proporciona aprendizado e muita diversão. “Leve o seu filho em uma unidade Supera para conhecer o ábaco e os jogos”, convida Mariana. Ir ao museu também pode ser uma experiência de viagem no tempo para a criança, em que ela pode ter uma visualização mais atrativa do que se aprende na escola. ·
- Artes e manualidades: pintar, desenhar ou criar esculturas com materiais recicláveis desenvolvem habilidades motoras finas e incentivam a expressão artística. Esses momentos também promovem a concentração e o foco, fundamentais para o aprendizado. Lívia recomenda uma ‘noite da massinha’. “Junte os familiares e amigos e se divirtam tentando reproduzir desenhos nas massinhas de modelar! A diversão será garantida e ainda trabalharão a criatividade e coordenação motora, além de proporcionar tempo de qualidade”, destaca.
- Brincadeiras que envolvem desafios: montar quebra-cabeças, criar enigmas ou construir objetos com blocos de montar estimula o pensamento crítico. “Quando a criança supera desafios em uma brincadeira, ela aprende a lidar com erros e a buscar soluções, o que é uma habilidade essencial para o futuro”, ressalta Mariana.
- Brincadeiras ao ar livre: atividades como esconde-esconde, pega-pega ou até jardinagem estimulam a coordenação motora, a interação social e a criatividade. Além disso, estar em contato com a natureza é fundamental para o bem-estar emocional das crianças. Usar o período para aprendar jardinagem também é uma boa: “Chame seu filho para plantar mudinhas de plantas e cuidar das que já tem em casa, esse contato com a terra é excelente para aliviar o estresse e a ansiedade, além de ensinar valiosas lições sobre o meio ambiente e conscientização.
- Praticar exercícios: A atividade física faz bem para a saúde do corpo, mas ela também melhora a saúde mental, principalmente das crianças, desenvolvendo coordenação motora, promovendo a interação entre colegas e amigos, e relaxando a mente. “Atividades físicas, ao ar livre, como andar de bicicleta, caminhadas em trilhas, jogar bola, ajuda a se desligar da internet e criar conexão com amigos e familiares”, afirma Lívia.
Com assessorias