Mês de julho e as crianças estão em casa. Finalmente os pequenos podem descansar, brincar e.. gastar energia! Para isso, eles precisam de uma alimentação balanceada para aguentar o pique. Mas não dá pra relaxar completamente da rotina: férias escolares não é tempo de liberar o cardápio para a criançada. O recesso escolar do meio do ano também é tempo de ficar de olho na alimentação das crianças. Especialistas alertam que os pais não devem descuidar da alimentação das crianças, dando continuidade às opções saudáveis de lanches nos tradicionais horários de intervalos dos colégios. E os pais  também devem estimular os filhos a brincarem cada vez mais ao ar livre.

O médico nutrólogo Carlos Alberto Nogueira de Almeida, diretor do Departamento de Nutrologia Pediátrica da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), lembra que existem dois perfis de crianças: “Temos aquela criança que já é propensa à obesidade e trabalhamos o ano inteiro para controlar, e aquelas que são muito hiperativas e esquecem de comer, pois preferem brincar.” Para o médico nutrólogo, ambos os perfis precisam de muita atenção, principalmente nas férias. “Os pais costumam ser mais permissivos com aquela criança que faz dieta o ano inteiro, e as hiperativas tendem a piorar a sua quantidade de refeições, pois estarão livres para brincar, saindo da rotina. O ideal é encontrar um equilíbrio durante o período”, afirma o médico.

Permissividade deve ser exceção

Para o especialista, a permissividade é preocupante e não deve ser um hábito e, sim, uma exceção. “Pedir uma pizza às terças-feiras é algo pouco saudável durante as semanas ‘normais’. Nas férias, é algo que pode acontecer, mas não deve ser pizza às terças, pastel às quartas, e hambúrguer no sábado”, ressalta.

Dr. Nogueira relata ainda que percebe uma transformação no perfil de lazer das crianças. “Antigamente existia aquela expectativa em sair na rua e se divertir. Atualmente, quando pergunto em meu consultório, as crianças sempre falam primeiro em ‘zerar’ algum jogo, ou, quando mais velhos, terminar determinada série. Só depois disso lembram de fazer algum esporte”, diz.

A atividade física durante as férias representa pouco ganho efetivo ao longo do ano. Mesmo assim, é essencial e pode ser uma oportunidade de a criança se engajar com algum esporte. “O ideal é que a criança já realize, de maneira contínua, algum esporte. Vale lembrar que as férias são uma época onde aumenta o número de lesões e pequenos acidentes durante a prática esportiva, muitas vezes causadas pela falta de preparo físico”, alerta o médico nutrólogo.

Cuidado com a alimentação começa na primeira infância

Para a professora do curso de Nutrição da Anhanguera de Niterói, Flávia da Silva Santos, o cuidado com a alimentação deve começar na primeira infância. “É preciso educar as crianças desde cedo para que tenham uma alimentação saudável até a fase a adulta. É importante sempre explicar a importância de uma boa alimentação”.

Para a especialista, um dos principais problemas de obesidade na fase adulta é a falta de orientação alimentar e os devidos cuidados na infância. “Não é preciso proibir, mas as crianças precisam ter noção da importância da alimentação balanceada, evitando alimentos industrializados e gordurosos. A mudança de hábito deve ser uma atitude dos responsáveis, aplicando também às crianças”. A professora lista os 10 piores alimentos para as crianças, que também devem ser evitados na época das férias.

Os 10 piores alimentos para a criançada

1) Refrigerante – Rico em açúcar favorece o risco do desenvolvimento da obesidade desde a infância e de cáries. Possui altos teores de sódio e, aqueles a base de cola, excesso de fósforo (ácido fosfórico), fatos que podem diminuir o aproveitamento do mineral cálcio pelo organismo e/ou proporcionar a perda de cálcio óssea.

2) Suco de soja – Rico em açúcar e fitoestrôgenos (isoflavonas), que possuem atividades semelhantes a hormônios sexuais femininos, podendo aumentar o risco de alterações hormonais precoces.

3) Sucos industrializados (pó, néctar, garrafa) – Ricos em açúcares e aditivos (corantes, adoçantes, etc.). Aumentam o risco de obesidade e alergias alimentares.

4) Embutidos – Ricos em sódio, gordura e nitratos. Aumentam o risco do desenvolvimento de hipertensão arterial e de cânceres.

5) Biscoitos recheados – Ricos em açúcares e gordura. Aumenta o risco de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis associadas (diabetes, cânceres, etc.).

6) Biscoitos salgadinhos – Ricos em sódio aumentam o risco de hipertensão e perda de cálcio no organismo.

7) Balas – Ricas em açúcares e corantes. Aumenta o risco do desenvolvimento de cáries, alergias e obesidade.

8) Salgados – Ricos em gordura e sódio podendo levar ao risco do desenvolvimento de obesidade, hipertensão e alterações de colesterol.

9) Gelatinas industrializadas – Ricos em corantes, açúcares e algumas versões adoçantes. Aumenta o risco do desenvolvimento de alergias e obesidade.

10) Frituras em geral – Ricos em gorduras podendo favorecer o desenvolvimento de obesidade e alterações de colesterol.

Fonte: Anhanguera e Abran, com Redação

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