Má notícia para quem pretendia fugir nas filas dos postos de saúde da rede pública e buscar o conforto das clínicas particulares de vacinação para se imunizar contra a febre amarela. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC) anunciou nesta quinta-feira (18) que no mês de janeiro não haverá reposição de estoque da vacina contra a doença nas clínicas de vacinação particulares. A previsão é que – caso o Carnaval não atrapalhe – novas doses sejam recebidas no final de fevereiro. As vacinas são produzidas fora do país e, por isso, o abastecimento pode sofrer com restrição na capacidade de distribuição.

Segundo o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, atualmente, não tem estoque em praticamente nenhuma clínica do Brasil. Em caráter excepcional, diante da atual situação do país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de conceder ao laboratório responsável pelo abastecimento, Sanofi Pasteur, a importação de um novo lote da vacina com embalagem internacional (dizeres em idioma Inglês, Francês e Espanhol). A vacina, que já teve distribuição de mais de 400 milhões de doses ao redor do mundo, é chamada de Stamaril e está registrada em mais de 100 países.

Em posicionamento enviado à ABCVAC, a Sanofi informou que tanto a empresa, quanto a Anvisa estão empreendendo todos os esforços para acelerar a importação e disponibilizar esta vacina o mais rapidamente possível, seguindo todas as normas e regras aplicáveis para o processo de importação e disponibilização das doses no mercado privado. A Sanofi já iniciou o processo de importação e o lote estará disponível para comercialização no mercado em aproximadamente 30 dias. Ainda segundo Barbosa, o número de doses não deve resolver completamente o problema de desabastecimento, mas será um número expressivo que irá ajudar o Programa Nacional de Imunização. “Essas vacinas serão distribuídas de forma a atender a todos os estados”, diz.

Febre amarela – entenda

De acordo com o infectologista do Hospital Santa Paula, Marcelo Mendonça, a febre amarela silvestre é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae, transmitida em áreas silvestres, próximas ou não aos centros urbanos. É transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

Embora não esteja ocorrendo, existe um potencial de risco nas áreas urbanas infestadas pelo Aedes aegypti que pode vir a se tornar um transmissor da doença.

“Não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença, além do cuidado redobrado com o mosquito Aedes aegypti. É muito importante não deixar água parada para impedir que ele se reproduza, além da utilização de telas em janelas e portas e mosquiteiro para evitar o contato com o mosquito”, afirma.

Uma vez infectado, os principais sintomas são febre, calafrios, dores no corpo, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, os pacientes apresentam hemorragias, que podem levar à morte. O tratamento é sintomático, com antitérmicos e analgésicos (exceto anti-inflamatórios e salicilatos) com muita ingestão de líquido e repouso.

Fonte: ABCVAC

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