Febre amarela: número de casos este ano no Rio já é o mesmo de 2017

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Dia D Febre Amarela em Macaé - Foto Guga Malheiros
Vacinação contra a febre amarela nos postos de vacinação de Macaé (Foto: Guga Malheiros/Prefeitura de Macaé)

Subiu para 27 o número de casos confirmados – dentre os quais, nove óbitos – de febre amarela silvestre em humanos no Estado do Rio de Janeiro somente nestes primeiros 29 dias de 2018. Os números já são idênticos aos registrados em todo o ano de 2017, quando o surto da doença começou. Os novos dados foram divulgados na noite desta segunda-feira (29) pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e preocupam cada vez mais a população e as autoridades de saúde.

No último sábado (27), Dia D de Vacinação contra a Febre Amarela, cerca de 500 mil pessoas foram imunizadas nos 92 municípios fluminenses, estimou a SES. Somente na capital, foram 199.924 pessoas nas 232 unidades que participaram da mobilização, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio. A vacina oferecida é a dose fracionada (uma dose para cada cinco pessoas), cuja validade é de oito anos, enquanto a dose plena é válida por toda a vida. A vacina fracionada foi recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apara conter o surto em áreas de grande concentração populacional.

A SMS informou ainda que quem ainda não se vacinou deve procurar a unidade de Atenção Primária (Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde) mais perto da residência. “É importante lembrar que a vacinação é a melhor medida de prevenção, mas na cidade do Rio de Janeiro não há casos da doença, nem em macacos e nem em seres humanos. Portanto não há motivos para pânico e há vacina para todos dentro do público alvo, que são pessoas entre nove meses e 59 anos de idade”, diz a nota oficial.

Hemorio vacina mais de 3,5 mil candidatos à doação de sangue 

O Hemorio, órgão da Secretaria de Estado de Saúde e hemocentro coordenador do estado do Rio de Janeiro, recebeu 3.578 candidatos à doação e coletou 2.601 bolsas de sangue em seis dias de campanha de vacinação contra a febre amarela. No total, foram aplicadas 2,4 mil doses da vacina. Antes da ação, a média diária de bolsas coletadas, em janeiro de 2018, era de 190 bolsas.

Ao longo da semana, os voluntários chegaram cedo à unidade, para, além de doar sangue, serem imunizados com uma das 400 doses da vacina oferecidas por dia. A vendedora Adriana Barros foi um deles. “Como já chegou no período de eu doar sangue novamente, eu pensei, vou doar primeiro e depois tomar a vacina”, afirmou.

O diretor geral do Hemorio, Luiz Amorim, ressaltou a importância da campanha para o reforço dos estoques de sangue nesse período do ano. “Tivemos um apoio muito grande de nossos doadores e conseguimos reforçar o nosso estoque para o período. Não só o nosso, mas o de todas as unidades de saúde que utilizam o sangue doado aqui no Hemorio”.

O operador de loja Davi Ramos de Oliveira não sabia da campanha de vacinação, mas aproveitou a oportunidade e saiu imunizado. “Meu pai é doador há muitos anos, fazia tempo que eu queria vir. Hoje aproveitei a minha folga para estar aqui. As pessoas não ligam muito para essas coisas, mas doar é muito importante”, afirmou ele, logo após tomar a vacina contra a febre amarela.

Quem pode receber a vacina

A vacina da febre amarela é feita com vírus vivo e tem contraindicações importantes para idosos, gestantes, mulheres que estejam amamentando bebês menores de seis meses, pessoas com alergia grave ao ovo, com quadro de imunodeficiência por doença ou tratamento. Por isso, em regiões sem a presença do vírus em circulação, como a cidade do Rio atualmente, a vacina não é indicada para essas pessoas. Caso haja alteração nas condições epidemiológicas do município, essa recomendação poderá ser revista com base nos devidos critérios técnicos.

Para que essas pessoas com contraindicações sejam vacinados nas condições epidemiológicas atuais da cidade do Rio (sem circulação do vírus), é imprescindível a apresentação de atestado médico por escrito, preferencialmente feito pelo médico que já acompanhe o paciente e conheça suas condições de saúde. Somente desta forma o profissional poderá atestar que o paciente está apto a receber a vacina.

Cinco por cento das pessoas podem desenvolver, cinco a dez dias depois da vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibilidade são raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina.

Em Macaé,  98% da população do município – aproximadamente 195 mil pessoas – já estão protegidas contra a febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informa que quem já tomou a vacina  pelo menos uma vez na vida não precisa de uma nova dose, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em seu site oficial, seguindo também a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Gestantes, lactantes de crianças com até seis meses de idade e pessoas com mais de 60 anos não devem receber a vacina. Nesse último caso, o médico deve avaliar o benefício e o risco da vacinação.

Contraindicações do uso da vacina

– Crianças menores de seis meses de idade;

– Pessoas com história de anafilaxia comprovada relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina e outras);

– Pacientes com imunossupressão grave de qualquer natureza;

– Imunodeficiência devido a câncer ou imunodepressão terapêutica (uso de corticoides em altas doses);

– Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com a contagem de células CD4 < 200 células/mm³ ou menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 13 anos;

– Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores);

– Pacientes submetidos a transplante de órgãos;

– Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica);

– Pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico tendo em vista a possibilidade de imunossupressão;

– Gestantes e mulheres amamentando até os seis meses de idade do bebê.

No Rio de Janeiro, os postos de vacinação podem ser conferidos no site da Secretaria Municipal de Saúde, no link http://www.prefeitura.rio/web/sms/, ou pela Central 1746

Número de casos de febre amarela em humanos confirmados no Rio:
– 13 casos – Valença, sendo quatro óbitos
– 4 casos – Teresópolis, sendo dois óbitos
– 1 caso – Nova Friburgo, sendo um óbito
– 1 caso – Miguel Pereira, sendo um óbito
– 1 caso – Rio das Flores, sendo um óbito
– 2 casos – Duas Barras
– 1 caso – Petrópolis
– 1 caso – Vassouras
– 2 casos – Sumidouro
– 1 caso – Cantagalo

Informações ao doador

Quem tomou a vacina contra a febre amarela há mais de quatro semanas pode doar sangue normalmente. Quem teve a doença também, desde que esteja curado há mais de um ano. É preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais (modelo da autorização: http://www.hemorio.rj.gov.br/html/pdf/Menor_idade.pdf). Não é necessário estar em jejum, mas é preciso evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e bebidas alcoólicas 12 horas antes. A unidade funciona todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados, das 7h às 18h, na Rua Frei Caneca, n° 8, no Centro do Rio.

Fonte: SES, SMS, HemoRio e Prefeitura de Macaé, com Redação 

 

 

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