A ampla divulgação em torno das vantagens de se vacinar contra a gripe provocou uma corrida aos postos de saúde em todo o Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, no entanto, o número de doses não tem sido suficiente para atender às longas filas que têm se formado.

Enquanto aguarda nova remessa de vacinas por parte do Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu suspender o funcionamento nos pontos de vacinação drive thru montados no Riocentro e em cinco postos do Detran nesta quinta-feira, dia 2 de abril. A vacinação será mantida apenas nas 233 clínicas da família e centros municipais de saúde, das 8 às 17 horas.

A SMS esclarece também que, devido ao baixo estoque de doses, existe a possibilidade de as vacinas acabarem em alguns postos ao logo do dia. A vacinação em sistema drive thru será retomada após o reabastecimento”, diz em nota.

Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que aguarda a chegada de novos lotes da vacina para fazer mais uma distribuição às cidades. A competência de entrega de imunizantes aos estados é do Ministério da Saúde; aos estados, por sua vez, compete distribuí-las às prefeituras. Na segunda-feira (30), o Ministério da Saúde já enviou 23 milhões de doses para os Estados.

Desde o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, 807.701 pessoas em todo o território fluminense foram imunizados. Desse total, 683.740 (84,6%) doses foram aplicadas em idosos, que é o público-alvo nesta etapa da campanha, assim como os profissionais da saúde. Até o momento, a SES já disponibilizou 2,2 milhões de doses para os 92 municípios do estado.

Somente no município do Rio de Janeiro mais de 760 mil idosos acima  de 60 anos e profissionais de saúde foram imunizados. Deste total, 16% (121 mil) foram vacinados nos seis pontos de drive thru. Em domicílio, já receberam doses mais de 28 mil idosos acima de 80 anos. Com estes números, a SMS alcançou a marca de 67% de idosos e 55% de profissionais de saúde vacinados contra o Influenza.

Na última terça-feira (24/03), a SES mudou a estratégia de vacinação contra a gripe, para evitar aglomerações nos postos de saúde. O esquema, dividido por faixas etárias, começou priorizando idosos com 80 anos ou mais. Desta segunda-feira até 3 de abril, será a vez de pessoas com idades entre 70 e 79 anos; e, de 06 a 14 de abril, indivíduos que tenham entre 60 e 69 anos. A partir do dia 15, a imunização poderá ser feita em todos os cidadãos com 60 anos ou mais.

As taxas de cobertura na capital e no Estado do Rio são mais altas que a média nacional. Até o início desta segunda-feira (30), 8,7 milhões de idosos já tinham sido vacinados contra a gripe em todo o País. Esse número representa 42,12% do total da população idosa a ser alcançada. Em relação aos trabalhadores de saúde, foram vacinados 1,7 milhão (34,81%) da meta.

Em 2020, até a Semana Epidemiológica 12 (21 de março), foram registrados 204 casos e 19 óbitos por Influenza A (H1N1)pdm09, 181 casos e 17 óbitos por Influenza B e 21 casos e 3 óbitos por Influenza A (H3N2). O estado de São Paulo concentra o maior número de casos de Influenza A (H1N1) pdm09, com 50 casos e 4 óbitos. Em seguida, estão a Bahia (49 casos e 3 óbitos) e o Paraná (21 casos e 5 óbitos). No ano passado, o país registrou 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza.

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Postos do Detran.RJ já vacinaram 100 mil pessoas

Para ajudar a desafogar as unidades de saúde de todo o estado, o Detran.RJ colocou seus postos à disposição das prefeituras e em apenas nove dias bateu a marca de 100 mil pessoas vacinadas contra a gripe em suas unidades. Idosos e profissionais de saúde são imunizados sem precisar sair do veículo (no modelo drive thru), evitando aglomerações que favorecem a propagação do novo coronavírus.

Entre os dias 23 e 31 de março, somente  na capital, quase 83 mil pessoas foram vacinadas contra a gripe nos cinco postos de vistoria do Detran disponibilizadas para a ação. No interior e na região metropolitana, cerca de 20 mil pessoas já foram imunizadas. O posto com maior número de atendimentos em todo o estado até agora foi o da Barra da Tijuca, no Rio. Lá, foram aplicadas 24.893 doses até a última terça-feira, 31.

Desde o dia 16 de março, o Detran.RJ colocou em prática o seu plano de contingenciamento, suspendendo alguns serviços, como as vistorias, e cedendo os espaços para ações de saúde e socioeducativas que ajudem a população nesse momento de crise. A organização da campanha de vacinação é de responsabilidade de cada prefeitura. As datas e horários de atendimento, por exemplo, devem ser consultados junto aos canais oficiais de cada município.

Campanha nacional vai até dia 22 de maio

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe teve início no dia 23 de março e segue até 22 de maio. Neste período, serão realizadas mais duas fases em datas e para públicos diferentes. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos, até o dia 22 de maio. O dia “D” de mobilização nacional para a vacinação acontece no dia 9 de maio (sábado).

A partir do dia 16 de abril o objetivo é vacinar doentes crônicos, professores (rede pública e privada) e profissionais das forças de segurança e salvamento. A última fase, que começa no dia 9 de maio, priorizará crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (mães até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

O estado do Amapá e o Distrito Federal foram os primeiros a atingir a meta de cobertura vacinal para o grupo de idosos, ultrapassando 90%. Os dados são repassados pelos municípios e secretarias estaduais e, até o momento, 9,22% dos municípios (514) ainda não registraram a quantidade de doses aplicadas no Sistema de Informação.

Mesmo que esta fase da campanha seja destinada aos idosos e trabalhadores de saúde, outros grupos ainda têm procurado os postos para receberem vacina. Do total das doses registradas, 2,39% (259.143 doses) foram aplicadas nos demais grupos prioritários que ainda serão convocados na Fase 2 e 3 da Campanha.

O maior número é o do grupo das crianças com 120,5 mil doses aplicadas (46,50%). Destaca-se mais uma vez que estados e municípios sigam a estratégia definida pelo Ministério da Saúde, a fim de que a população priorizada em cada fase garanta a sua vacinação.

 

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Vacina para alérgicos ao ovo

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) lembra que não há comprovação de que a vacina influenza seja eficaz contra o Coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia em priorizar os idosos e profissionais de saúde para receberem a vacina influenza  é evitar que os idosos (mais vulneráveis as complicações da influenza) se desloquem para os serviços de saúde no período em que provavelmente haverá maior circulação de coronavírus no País.

De acordo com a Asbai, a vacina contra gripe é um instrumento capaz de reduzir a circulação do vírus Influenza entre a população, especialmente no início do outono. Em época de pandemia de coronavírus, o controle de qualquer outra infecção respiratória funciona como importante medida para prevenir a contaminação por outro vírus potencialmente perigoso. Mas todo mundo pode receber a vacina?

A alergia ao ovo responde pela segunda principal causa de alergia a alimentos na infância e o fato de a vacina da gripe ser cultivada em fluidos de ovos embrionários de galinhas suscita algumas dúvidas sobre a segurança de se vacinar pacientes alérgicos a ovo. Respaldado em evidências científicas atualizadas e robustas a respeito da segurança da vacinação contra gripe em alérgicos a ovo, o Departamento de Alergia Alimentar da ASBAI esclarece:

– Pacientes alérgicos a ovo de qualquer gravidade podem receber a vacina a partir o 6º mês de vida;

– Pacientes com história prévia de anafilaxia ao ovo devem preferencialmente ser vacinados em ambiente seguro, com supervisão médica;

– Não está indicada a aplicação da vacina influenza em doses fracionadas para alérgicos ao ovo;

– Testes cutâneos epidérmicos ou intradérmicos com a vacina não são preditivos para reação à vacina influenza;

– Não há necessidade de precaução adicional posterior à administração da vacina, mas a observação por tempo maior pode ser orientada a critério médico;

– A prática recomendada para aplicação de todas as vacinas em crianças deve incluir a capacidade de reconhecer e tratar reações de hipersensibilidade agudas;

– Reações à vacina da gripe podem ser secundárias a hipersensibilidade a outros componentes da vacina e em casos de reações prévias, o paciente deverá ser avaliado por um especialista para as orientações de como proceder nas doses futuras.

Tendo em vista o perfil de segurança e o benefício da imunização, especialmente diante da atual epidemia do coronavírus, a ASBAI posiciona-se altamente favorável à vacinação contra gripe em pacientes alérgicos ao ovo.

Com assessorias

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