A bióloga Raquel Mello, 34 anos, conseguiu vencer a leucemia mieloide aguda ao receber o transplante de medula óssea alogênico não aparentado, ou seja, quando as células-tronco são provenientes de um doador não familiar. Agora, se prepara para comemorar o Dia Mundial dos Transplantados, na segunda-feira (6 de junho).
Ela encarou todo o tratamento com leveza nas redes sociais, mostrando, de forma positiva, sua rotina de transfusões de sangue e quimioterapia. Ela conta que registrou, durante o carnaval, sua fantasia de vampira para humorizar com o fato de sentir-se mais disposta toda vez que recebia uma doação de sangue.
Depois de um ano e meio do transplante, como recomenda o protocolo, Raquel pôde conhecer o nome do doador: Vinicius Gonzales. Por conta da pandemia, o encontro entre eles aconteceu meses depois, mas a emoção se preservou. Vinicius, que havia perdido um amigo e um vizinho com leucemia no passado, revelou-se seguro ao escolher ser doador.
“Só quando fui chamado para de fato fazer a doação que entendi a intensidade de tudo. Também vivi uma montanha-russa de sentimentos, mas o processo se mostrou mais simples do que imaginava. Para resumir a experiência em uma palavra: gratidão. Só ganhei”, conta Vinicius.
‘Vejo a vida com um olhar melhor, mais otimista’
Raquel foi transplantada com sucesso no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da Dasa, onde segue um acompanhamento médico. “Sinto-me com muito mais saúde física e mental agora. Minha cabeça melhorou; vejo a vida com um olhar melhor, mais otimista; meu jeito de ser mudou para melhor”, revela.
A bióloga conta que encontrou nas redes sociais e nas campanhas, um jeito de motivar e inspirar outras pessoas que estão passando pela mesma situação e assim conseguir captar as doações de sangue para aumentar os cadastros para possíveis doadores de medula. “Atualmente, também sou voluntária em uma ONG engajada na temática de doação de medula óssea e sigo tentando contribuir com o próximo”, enfatiza a ex-paciente.
Segundo Márcia Rejane Valentim, head assistencial do CHN, a experiência de sucesso do paciente transplantado depende de um por cento do transplante especializado, bem como da equipe multidisciplinar envolvida durante o tratamento.
“Um grande diferencial é oferecer ao paciente toda a linha de cuidado de que ele precisa, desde um diagnóstico rápido até a consolidação do transplante. O paciente necessita do suporte de uma equipe multidisciplinar experiente que atua há mais de 10 anos, com especialistas de todas as áreas para casos de intercorrências, o que dá segurança e confiança para que os pacientes venham até Niterói realizar seus transplantes”, afirma Márcia.