O goleiro Jairo, ex-ídolo do Corinthians, está lutando bravamente contra o câncer de rim, um tipo raro e, muitas vezes, letal, que acomete mais homens. Para ajudar no tratamento, cujos medicamentos podem ajudar a prolongar a vida de Jairo e chegam a custar R$ 300 diários, foi criada pelo filho do goleiro, Jairo da Silva Nascimento, a campanha “Defenda o Jairo”.
Dentre tantas patologias já conhecidas quando o tema é câncer, pouco se escuta sobre o câncer renal e tudo que envolve seu diagnóstico e tratamento. A doença é considerada relativamente incomum, atingindo cerca de 150 mil pessoas no mundo, em sua maioria homens na faixa etária de 50 aos 70 anos.
Mas apesar da baixa incidência, dados do Globocan, um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS), indicam que a cada dois pacientes diagnosticados com tumores renais, um acaba morrendo. Em grande parte, a razão principal dos altos índices de morte se deve à descoberta tardia da doença, quando já há presença de metástases.
DIAGNÓSTICO
A doença, tem causas variadas, como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial e história familiar, bem como algumas síndromes clínicas raras. A presença de doença renal cística adquirida, uso prolongado de analgésicos não esteroides e exposição ocupacional a alguns agentes, como asbestos, cádmio e derivados de petróleo também podem causar esse tipo de neoplasia. Contudo, seus primeiros sinais podem ser silenciosos.
“Em seus estágios iniciais, o câncer de rim costuma apresentar poucos sintomas e, muitas vezes, seu diagnóstico é feito como um achado ocasional em exames de imagem realizados por outras razões. Um pequeno número de pacientes tem massa abdominal palpável, dor e presença de sangue na urina, com possibilidade de febre, falta de ar, emagrecimento e dores ósseas”, diz Andrey Soares, conologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – unidade de São Paulo do Grupo Oncoclinicas.
A confirmação do diagnóstico só é possível após a abordagem cirúrgica da lesão e pode apresentar dois resultados histológicos se confirmada a malignidade do tumor: carcinomas de células claras, que são a maioria dos casos, e carcinomas de células não claras, que apesar de menos incidentes são classificados como mais agressivos.
SINTOMAS
“Em seus estágios iniciais, o câncer de rim costuma apresentar poucos sintomas e, muitas vezes, seu diagnóstico é feito como um achado ocasional em exames de imagem realizados por outras razões” destaca o oncologista Carlos de Andrade, diretor da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro.
Ainda segundo o especialista, um pequeno número de pacientes tem massa abdominal palpável, dor e presença de sangue na urina. Outros sintomas tais como, falta de ar, emagrecimento e dores ósseas podem ser consequência das metástases da doença. “A confirmação do diagnóstico só é possível após a análise do patologista que muitas vezes ocorre após abordagem cirúrgica da lesão ou biópsia de alguma metástase”, ressalta Andrade.
Tipos
Há 5 diferentes tipos de câncer renal, sendo eles:
1. Carcinoma Renal de Células Claras: conhecido com RCC (Renal Cell Carcinoma) é o mais comum, ocorrendo em 70% a 90% dos casos. Ele tem origem no tubo responsável por filtrar as purezas do sangue.
2. Carcinoma Papilar: Menos comum, este câncer atinge cerca de 10% a 15% dos casos. É um tipo agressivo que pode causar metástase. Costuma causar obstrução das vias urinárias, gerando dor. Existe o carcinoma papilar tipo 1 e o tipo 2.
3. Carcinoma Renal Cromófobo: Ocorre em cerca 5% dos casos e é considerado um dos menos agressivos.
4. Ductos Coletores: Tipo de câncer extremamente raro que afeta uma estrutura do rim chamado Tubo de Bellini.
5. Sarcomatóides: Em geral ocorre em concomitância aos outros tipos, principalmente ao carcinoma de células claras, sendo um componente do mesmo e com características mais agressivas.
tratamento
De acordo com o Dr. Andrey, a escolha do tratamento depende de fatores variados, desde o tipo e extensão do câncer até as condições clínicas do paciente, podendo incluir cirurgia e/ou terapias de alvo molecular ou ainda a chamada imunoterapia. Já Carlos Augusto explica que este é um tumor que não responde à quimioterapia – a exceção são os tumores do ducto de Bellini.
“O maior avanço recente no tratamento de tumores renais certamente está relacionado ao uso de imunoterápicos. O medicamento, que pode ser aplicado de forma intravenosa ou subcutânea, leva o próprio organismo a combater as células cancerosas e tem apresentados resultados animadores em casos de pacientes em estágio avançado da doença”, afirma o oncologista do CPO.
“Temos obtido excelentes resultados no uso da imunoterapia isolada ou combinada entre elas ou com terapia alvo no tratamento de tumores renais. Atualmente no Brasil já disponível para uso isolado na falha de um tratamento inicial”, completa Dr Carlos Augusto.
Fonte: Grupo Oncoclínicas, com Redação