No dia a dia do trabalho de atendimento a vítimas da Covid-19 com problemas respiratórios, os médicos e outros profissionais de saúde normalmente precisam se aproximar muito dos pacientes para intubá-los e correm o risco de se expor ao vírus. Durante a intubação, é comum o paciente tossir e engasgar, promovendo o efeito de aerossol. Essas gotículas expelidas expõem os médicos a alto risco de contágio do novo coronavírus.

Com o objetivo de tornar o procedimento mais seguro para os profissionais de saúde envolvidos, a Facens – Centro Universitário de Sorocaba iniciou a produção de um EPI (Equipamento de Proteção Individual) pioneiro para a área hospitalar. Trata-se de uma caixa de intubação, colocada em cima da cabeça de pacientes (sem tocá-los), por onde o médico insere as mãos e realiza a intubação, enquanto se mantém protegido das secreções comumente expelidas durante esse tipo de procedimento.

De acordo com os pesquisadores, a proteção é essencial para tratamento de pacientes infectados pelo Covid-19, devido ao alto nível de contágio que o vírus apresenta. O novo instrumento deve ser sempre utilizado em conjunto com as demais EPIs, como máscara, luva e escudo facial.  A EPI, usada principalmente dentro de centros cirúrgicos e UTIs, pode ser reutilizada após higienização.

Veja o vídeo da entrega da caixa de intubação e dos escudos faciais

Ideia surgiu a partir de demanda de hospital

A ideia do novo equipamento de proteção foi trazida à Facens pela Santa Casa de Sorocaba. O hospital entrou em contato com o Centro Universitário em busca de auxílio para o desenvolvimento de um protótipo. Um modelo com melhor ergonomia foi desenvolvido pela equipe do Fab Lab Facens e aprovado por profissionais de saúde da Santa Casa de Sorocaba, ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e Hospital Regional de Sorocaba.

Desde que a Covid-19 começou a se espalhar pela Brasil, nossa equipe tem buscado incessantemente maneiras de contribuir com o setor de saúde e a sociedade. Nos sentimos muito animados quando a Santa Casa nos procurou para o desenvolvimento dessa caixa de intubação. Agora temos não uma, mas duas EPIs em produção”, explica Paulo Roberto Freitas de Carvalho, reitor da Facens.

Além desta nova EPI, a Facens contribui na produção e doação de escudos faciais, feitos em uma fazenda de impressoras 3D criada na instituição de ensino. Os dois projetos são supervisionados pelo coordenador do Fab Lab da Facens, Ântoni Romitti. As iniciativas também têm colaboração de Karen Abrão, médica responsável pela área de Saúde e Tecnologia em Saúde do Centro Universitário, e do diretor de Operações do IPFacens, Lester Faria.

Vídeo-laringoscópio custa R$ 40, contra os US$ 2 mil do mercado

Um novo equipamento médico, que ajuda profissionais de saúde a intubar pacientes, foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês utilizando 30 impressoras 3D na cervejaria Ambev em Guarulhos (SP). Com o novo vídeo-laringoscópio é possível realizar o procedimento a uma distância segura, tornando-se essencial para ajudar a proteger os profissionais no momento da intubação.

Graças à fabricação local, o custo do vídeo-laringoscópio foi reduzido a R$ 40 por unidade. Como referência, os modelos importados custam cerca de US$ 2 mil. O time de inovação da Ambev conseguiu um produto 270 vezes mais barato e vai produzir duas mil unidades e doar para os hospitais do Brasil. Atualmente, nenhuma empresa brasileira produz o equipamento.

Os vídeo-laringoscópios da Ambev já foram testados em manequins no Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa e agora vão passar pela certificação da Anvisa. A tecnologia começará a ser avaliada em estudo clínico no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e no Instituto Central (ICHC), ambos Institutos do complexo hospitalar do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

Tecnologia inovadora no Brasil

O projeto foi idealizado por um grupo de médicos residentes do Hospital Sírio-Libanês, coordenado por Claudia Simões, do Serviço Médico de Anestesia (SMA). Também participam outros médicos de grandes instituições como o Hospital das Clínicas e o Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves (RS).

Neste momento estamos em fase final dos testes, com aprovações em provas do Inmetro, aguardando aprovação da Anvisa e no processo de aprovação do projeto clínico pelo Comitê de Ética em pesquisa. Além do ICESP / ICHC que coordenarão o estudo clínico, estamos mapeando outras instituições públicas de saúde que podem beneficiar-se do equipamento”, afirma Dra. Claudia.

Outra inovação foi em relação à captação de imagem do vídeo-laringoscópio. Ao invés de ter uma tela acoplada, utilizou-se uma câmera que conecta com o celular ou computador e que serve como tela para reproduzir as imagens captadas pelo aparelho. Como a produção na impressora 3D é feita camada por camada, isso traz uma versatilidade e agilidade muito grande de adaptação.

O projeto foi possível também graças à Forge, startup que faz parte do ecossistema de inovação da Ambev e que ajudou a aprimorar o projeto do videolaringoscópio. A parceria entre as empresas não é nova: as impressoras 3D fazem parte de um hub que a Ambev mantém dentro da sua cervejaria de Guarulhos para trabalhar com projetos de inovação.

Com Assessorias
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