O meio-campista Ederson, do Clube de Regatas Flamengo, acaba de ser diagnosticado com um tumor no testículo, uma doença que já registra 150 mil casos por ano no Brasil. Em entrevista coletiva convocada às pressas nesta terça-feira (25), o clube informou que o atleta passará por uma biópsia, cirurgia e, possivelmente, também por quimioterapia.
Especialistas ouvidos pelo Vida & Ação explicam que esse tipo de tumor tem grandes chances de cura, se o prognóstico for feito precocemente. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. A doença atinge principalmente jovens com idade entre 15 e 50 anos, e o tratamento pode acarretar a infertilidade definitiva ou temporária.
A notícia boa é que a chance de cura é bastante alta em casos como este. “Esse tipo de câncer, apesar de muito raro, tem altos índices de cura, caso seja detectado de forma precoce, reduzindo, assim, seu índice de mortalidade. Infelizmente, não há maneira específica de prevenção do tumor de testículo. Seus sintomas são aumento de testículo e/ou dor no mesmo. É muito comum que os homens o descubram no banho, durante a higiene”, esclarece o médico oncologista e diretor da Oncoclínica Carlos Augusto Vasconcelos de Andrade.
“O câncer de testículo é uma doença com grande chance de cura. Se difere dos outros tipos de câncer, uma vez que, mesmo em caso de metástase, há grande chance do paciente ser curado com cirurgia e a quimioterapia. Apesar disso, o paciente pode sofrer com infertilidade temporária ou definitiva, baixa imunidade e toxicidade no pulmão, problemas causados pelo tratamento. Por isso, fica o alerta: quem notar um caroço ou massa no testículo deve procurar orientação médica”, afirma Cristiano Guedes Duque, oncologista do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), que coordena a pós-graduação Lato sensu (residência médica) em Oncologia Clínica do Inca.
Carlos Augusto Vasconcelos de Andrade, esse tumor germinativo está relacionado a crianças que tiveram criptorquidia, disfunção congênita em que o testículo nasce dentro do corpo, ou seja, fora de posição normal. “Nesses casos, o recomendável é a cirurgia. Por isso, apesar de esporádico, meninos que apresentaram a criptorquidia têm maior chance de desenvolvimento da doença e seus pais devem ficar atentos a qualquer alteração no testículo dos filhos”, ressalta o especialista.
De acordo com o departamento médico do Flamengo, o tumor foi descoberto após um exame mais minucioso para entender o aumento do beta-HCG do jogador. Na coletiva, o médico do Flamengo, Márcio Tannure, explicou que um exame antidoping surpresa realizado pela CBF, na última quinta-feira (20), detectou uma anomalia na presença do hormônio HCG no organismo do jogador, o que levou o clube a pensar na possibilidade de alguma condição patológica. Novos exames indicaram a presença do tumor. Tannure lembrou que outros atletas já passaram por questão de saúde parecida — como o lateral francês Abidal, quando estava no Barcelona, o brasileiro Nenê Hilário, do basquete, e mais recentemente o zagueiro espanhol Yeray Alvarez, de 21 anos.
Fonte: Hospital São Vicente de Paulo e Oncoclínica
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