Aos 49 anos, a atriz Angelina Jolie voltou a estampar as manchetes globais ao posar para a capa da edição de estreia da TIME France. Mais do que um ensaio fotográfico, a imagem traz um detalhe poderoso: a cicatriz de sua mastectomia preventiva, realizada em 2013. O gesto, carregado de simbolismo, reafirma o papel da estrela como uma das maiores vozes da conscientização sobre a saúde feminina no mundo.
Na época da cirurgia, Angelina revelou ter identificado uma mutação no gene BRCA1, que elevava drasticamente suas chances de desenvolver câncer de mama e de ovário — doenças que vitimaram sua mãe, avó e tia. A exposição daquela decisão gerou o que a comunidade médica chamou de “Efeito Angelina”, resultando em um aumento imediato na procura por exames genéticos e rastreamento.
O impacto do “Efeito Angelina” na saúde pública
A coragem de transformar uma questão íntima em utilidade pública ainda colhe frutos. Na França, estima-se que a procura por exames de rastreamento cresceu 20% após os relatos da atriz. Para a mastologista Denise Joffily, essa exposição é um divisor de águas na medicina preventiva.
“Quando uma figura pública fala abertamente sobre prevenção, genética e rastreamento, ela quebra tabus e aproxima as mulheres da informação correta. Isso salva vidas”, afirma a Dra. Denise.
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Embora a imagem da cicatriz seja impactante, especialistas alertam que a cirurgia não é uma regra para todos os casos. A Dra. Denise Joffily explica que a decisão deve ser tomada com cautela e acompanhamento técnico rigoroso.
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Individualização: A cirurgia é recomendada para casos específicos, como mutações genéticas comprovadas (BRCA1 e BRCA2) ou histórico familiar fortíssimo.
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Critérios médicos: “Essa decisão deve ser baseada em testes genéticos e avaliação médica criteriosa. O mais importante é que cada mulher conheça seu risco”, pontua a mastologista.
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Rastreamento é a chave: Para a maioria da população feminina, o foco deve ser o diagnóstico precoce por meio de exames de rotina.
Diagnóstico precoce: o maior aliado da cura
O câncer de mama continua sendo o tipo mais frequente e a principal causa de morte por câncer entre mulheres no mundo. No entanto, a ciência é clara: o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura e permite o uso de tratamentos menos agressivos.
Ao exibir sua marca na capa da TIME France, Angelina Jolie não mostra apenas uma cicatriz de cirurgia, mas uma “medalha” de sobrevivência e autonomia. A mensagem é transparente: a informação e o cuidado coletivo são as ferramentas mais potentes que as mulheres possuem contra a doença.






