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O período mais aguardado do ano  chegou e muita gente só pensa em beber e beber até cair. Mas cachaça não é água, não. E é preciso evitar os excessos. Mas, afinal, é preciso mesmo abusar do álcool para se divertir no Carnaval? O psiquiatra Jorge Jaber explica que o corpo humano é capaz de sentir alegria e prazer sem nenhum aditivo.

“Se a pessoa estiver triste, deve viver sua tristeza e elaborá-la. Se a tristeza se aprofundar e durar muito, deve procurar um médico para ser tratada em sua doença. O consumo de drogas só piora qualquer quadro psiquiátrico e de desequilíbrio emocional e aumenta o estresse”, afirma.

Segundo ele, há um estímulo ao consumo de álcool pelos meios de comunicação, mesmo fora das datas festivas.  “A propaganda de bebidas alcoólicas sempre condiciona sua ingestão à possibilidade de vida social e sexual. Quer convencer o sujeito de que ele só pode se divertir se beber. O que é uma mentira. É um crime, na minha forma de ver”, afirma Jaber, que comanda o bloco Alegria sem Ressaca durante o Carnaval do Rio.

Mas o que acontece com o comportamento das pessoas nesta época  do ano? Como o uso de álcool e outras drogas produz que efeitos no cérebro humano, nesta época de excessos? “São dias de ‘permissão’ para excessos em geral, de descompromissos, de emoções. Aumentam o consumo de álcool e outras drogas e o número de internações psiquiátricas e acidentes, assim como registros de violência. Tudo é muito intenso e passageiro”, ressalta o médico, que é especializado em dependência química em Harvard e professor da pós-graduação em Psiquiatria na PUC-Rio.

Para o especialista, há uma inversão de valores no Carnaval. “As pessoas acabam abusando de substâncias como o álcool, que adicionam no organismo, para atingir o máximo de euforia. O ideal seria que aproveitassem a oportunidade para buscar a alegria através da música, do samba, do encontro com outras pessoas, na brincadeira da fantasia.  As pessoas são convencidas pela sociedade de que só é possível se divertir bebendo”, explica. O abuso, segundo ele, pode ser o fator determinante de doenças como alcoolismo e dependência química. “O mais preocupante é com o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes sem o menor controle”, destaca.

Como o álcool atua no cérebro

Segundo ele, o álcool é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central causando mudanças de comportamento a quem o consome. “O consumo excessivo tanto de álcool como de outras substâncias químicas provoca efeitos no organismo como euforia, desinibição e desenvoltura para falar. Mas, logo em seguida, aparecem os efeitos depressores, a diminuição da coordenação motora, dos reflexos, além de outros problemas de saúde, gerando acidentes e violência”, ressalta o especialista.

Ainda segundo ele, os excessos provocam o efeito contrário do almejado. Do ponto de vista fisiológico, o cérebro humano funciona com os neurotransmissores, que se assemelham às moléculas das drogas, como o álcool, o tabaco, a cocaína, a maconha. “Nas datas festivas, há uma tendência de haver falta dessas substâncias no cérebro. Aí, a pessoa toma alguma substância, como o álcool, que é um estimulante em pequenas doses, mas que, se tomado em excesso, acaba produzindo o efeito inverso. Em vez de um estímulo ao sistema nervoso central, ela passa a ter uma inibição do sistema nervoso central, fazendo com que aumentem ainda mais sentimentos que a pessoa procurou afogar no álcool”, afirma.

Da Redação, com Assessoria

 

 

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