Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão neste domingo (7/5), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância de intensificar a vacinação contra a Covid-19, após a declaração do fim da emergência de saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrido na sexta-feira (5).  Em seu discurso, a ministra também agradeceu aos profissionais de saúde e destacou a importância da ciência e de fortalecer a capacidade científica e tecnológica do país para o enfrentamento de emergências sanitárias.

Ela afirmou que infecções pelo vírus Sars-COV 2, responsável pela covid-19, vão continuar ocorrendo e que o momento é de fortalecimento dos sistemas de vigilância, diagnóstico, assistência e vacinação. Segundo ela, o vírus ainda sofrerá mutações e, por isso, os cuidados devem ser mantidos.

Ministra da Saúde, Nísia Trindade (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)

“É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas. Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para covid- 19. Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida”, acrescentou.

Durante o pronunciamento em rede nacional sobre a declaração da OMS e a vacinação no Brasil, ela lembrou que o Brasil perdeu 700 mil vidas durante o surto sanitário. “Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança. O momento é de transição do modo de emergência para enfrentamento continuado como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas”, disse a ministra.

“Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país. Não podemos esquecer. Precisamos preservar esta memória para construir um futuro digno”, reforçou.

Nísia Trindade agradeceu os cientistas e os laboratórios que desenvolveram os imunizantes e fez uma referência especial aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).  “Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limites dos trabalhadores e das trabalhadoras da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS”, reforçou Nísia.

13,5 milhões de pessoas imunizadas com a bivalente

Vacina bivalente contra a covid-19 (Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil)

O Ministério da Saúde contabilizou, até sexta-feira (5), 13,5 milhões de pessoas imunizadas com a vacina bivalente. O imunizante Comirnaty, da Pfizer, que protege conta a variante Ômicron, foi disponibilizada para maiores de 18 anos que tenham recebido, pelo menos, duas doses monovalentes, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.

O aumento da cobertura vacinal contra a covid-19 é, segundo a pasta, uma prioridade do governo federal. Em nota divulgada pela pasta, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, lembra que a vacinação é “fundamental para minimizar a carga e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença”.

“Quem ainda não completou o ciclo vacinal e está com alguma dose em atraso, também pode procurar a Atenção Primária, porta de entrada do SUS [Sistema Único de Saúde]. O Ministério da Saúde reforça que, tanto as vacinas monovalentes quanto as bivalentes, têm segurança comprovada e são igualmente eficazes na proteção contra o coronavírus”, diz a nota.

A fim de resgatar a confiança da população nas vacinas e reforçar a segurança e eficácia de imunizantes, em geral, o Ministério da Saúde lançou, em fevereiro, o Movimento Nacional pela Vacinação.

Confira o pronunciamento na íntegra:

Minhas amigas e meus amigos,

Boa noite

A Organização Mundial da Saúde declarou no dia 5 de maio que a pandemia de Covid-19 não é mais uma  emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.. Depois de termos passado por um período tão doloroso,  nosso país recebe essa  notícia com esperança.  

Ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo muitas mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens,  sem o agravamento do quadro sanitário.

Temos uma redução progressiva do número de hospitalizações e óbitos, resultado de proteção da população pelas vacinas. 

Neste cenário, entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas. 

Infecções pelo vírus SARS-COV2 vão continuar e devemos manter cuidados.  Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos. 

Um alerta: É hora de intensificar a vacinação: as hospitalizações e óbitos pela COVID-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas. 

Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para Covid- 19.

Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida.

Muitos foram os obstáculos  ao longo desta pandemia. 

O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas. 

Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas. 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes!!! 

Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país.

Não podemos esquecer! Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno. 

Neste momento, quero agradecer a todas e todos que lutaram em defesa da nossa sociedade. Arriscando a própria vida, principalmente antes do desenvolvimento de vacinas.

E se as vacinas foram responsáveis por salvar vidas, devemos agradecer aos cientistas e aos laboratórios que as desenvolveram e as produziram. Um agradecimento especial ao papel desempenhado no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Fiocruz e pela Anvisa. Mesmo com todos os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de soluções. Devemos agradecer também aos governadores e prefeitos que não se deixaram levar pelo negacionismo e contribuíram decisivamente para o enfrentamento da pandemia. E também, a sociedade civil que se engajou nesse processo.

Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do Presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS.

É hora também de aprendermos as lições dessa pandemia. De fortalecermos o Sistema Único de Saúde, o maior sistema universal de saúde do mundo.  De nos prepararmos com programas consistentes para futuras epidemias e emergências sanitárias. De fortalecermos nossa capacidade científica e tecnológica e de superarmos as desigualdades sociais, que fazem com que a pandemia atinja de forma desigual aqueles em situação social de maior vulnerabilidade.

É hora, sobretudo, de valorizarmos a vida, a saúde e a cultura democrática.  

Vamos atuar juntos, governo, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, comunidade científica e toda a sociedade para preservar a vida e melhorar as condições de prevenção de doenças e promoção da saúde. Para nunca mais vivermos os dias terríveis do passado recente e construirmos um futuro melhor.

Boa noite e boa semana.

Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde

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