O temporal que arrasou a cidade do Rio de Janeiro e deixou 10 mortos e centenas de pessoas desalojadas e desabrigadas entre a noite de segunda-feira (8) e o dia inteiro desta terça (9) acendeu um sinal de alerta para a saúde pública. O principal risco é com a leptospirose, doença grave que pode ser fatal.
Causada pela bactéria Leptospira, ela é transmitida pela urina de ratos misturada à água de esgotos e bueiros que transbordam em temporais. Qualquer pessoa ou animal (em especial, os cães) que tenha contato com a urina infectada corre o risco de contrair a leptospirose.
Uma das recomendações é observar sintomas como a ictericia (pele amarela), febre, prostração, perda de apetite, vômitos, diarreia (algumas vezes com sangue) e urina escura. Eles surgem, em média, 15 dias após a infecção, e sinalizam para a necessidade imediata de procurar atendimento”, explica Patrícia Nuñez, médica veterinária e coordenadora de vigilância em zoonoses da Prefeitura do Rio.
O tratamento é feito à base de antibióticos, e no caso dos animais, a Prefeitura do Rio oferece assistência em duas unidades da Vigilância Sanitária: no Centro de Controle de Zoonoses em Santa Cruz, e no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, em São Cristóvão.

Dicas de prevenção neste período de chuva

1- Vacine os cães contra a leptospirose.
2- Não acumule lixo ou entulhos onde ratos encontrem alimento e abrigo.
3- Mantenha as lixeiras bem fechadas.
4- Não deixe restos de ração nas vasilhas dos animais domésticos.
5- Troque a água dos cães diversas vezes ao dia.
6- Faça a higiene diária deixando as vasilhas de molho em água sanitária, e depois lave com água e sabão.
7- Não permita que os cães andem em poças de água, principalmente, nesse período de chuvas intensas.
8- Nunca ande descalço em pontos com acúmulo de água de chuva, e procure manter os calçados e até meias para andar em regiões com pontos de alagamentos.

Atenção para os alimentos contaminados

Com a chuva intensa dos últimos dias, a Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) também reforça os cuidados básicos para minimizar os riscos de doenças que podem ser provocadas pelo consumo de água e de alimentos com possibilidade de contaminação. Além das orientações, o órgão realiza diariamente ações de prevenção a surtos, como a coleta desses e outros produtos para análise no Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp), em São Cristóvão.
Coordenadora da unidade, a médica-veterinária Roberta Ribeiro recomenda à população que redobre a atenção no período pós-enchente e alagamentos, quando é comum a água se misturar ao esgoto, lixo, produtos químicos e outras impurezas, podendo causar danos à saúde.
Atitudes simples como observar o aspecto e o cheiro da água, limpar os reservatórios e lavar as mãos, frutas, legumes e verduras ajudam a evitar doenças. Outro aspecto fundamental é conferir as condições dos alimentos e dr preferência a frutas e legumes comercializadas em estabelecimento de confiança”, ressalta a especialista.
Por isso, segundo ela, é muito importante que a população faça a sua parte, não só se prevenindo mas também registrando irregularidades e mesmo suspeitas na Central 1746, para que as equipes possam atuar.
Laboratório de Saúde Pública do Rio (Foto: Divulgação)

Dicas para minimizar riscos de contaminação

1- Evite contato com água e lama contaminadas.
2- Higienize as mãos sempre que possível, principalmente, antes das refeições, após ir ao banheiro e na hora de manipular alimentos.
3- Lave os alimentos, em especial, frutas, legumes e verduras.
4- Mantenha os alimentos devidamente acondicionados em recipientes fechados, fora do alcance de roedores, insetos e outros animais.
5- Procure beber água tratada, proveniente da rede de abastecimento local. Caso não tenha certeza da procedência, ferva por cinco minutos para o consumo e preparo de alimentos ou adicione duas gotas de água sanitária (hipoclorito de sódio 2,5%) por litro de água e aguarde 30 minutos para o uso.
6- Proteja e mantenha a caixa d’água tampada para evitar acesso de insetos, roedores e outros pequenos animais.
7- Não acumule lixo, entulhos e materiais de construção.

Criança nasce em meio à tragédia

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que desde o início das fortes chuvas que atingiram a cidade mantém equipes da  estão de prontidão, promovendo ações para redução de danos, acolhimento e atendimento médico a feridos e desabrigados. Também atuam no salvamento de vítimas ou para ajudar em nascimentos inesperados.

Foi o que aconteceu, por exemplo, no Rio das Pedras, na Zona Oeste, onde profissionais da rede de Atenção Primária, mesmo com as dificuldades de acesso, levaram assistência à gestante Sangela Ávila (foto), que deu à luz em casa, ajudada por profissionais das clínicas da família Otto Alves de Carvalho e Helena Besserman.

Com a circulação de veículos dificultada e mais demorada na área, os profissionais correram para o imóvel para ajudá-la. A pequena Jady nasceu com 3,195 kg e 50cm. A ambulância do programa Cegonha Carioca resgatou mamãe e bebê em casa, que passam bem e estão agora na Maternidade Leila Diniz, na Barra.

Fonte:  Prefeitura do Rio, com Redação

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