O Brasil é hoje o quarto país do mundo com o maior número de pessoas com diabetes, atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos. São 16 milhões de brasileiros convivendo com a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados divulgados em 2018 apontavam que 8,9% da população vivem com a enfermidade. Considerando que, de acordo com o IBGE, o Brasil tem 208 milhões de habitantes, a doença pode já afetar aproximadamente 18 milhões de brasileiros.
A má notícia é que esse número não para de crescer: nos últimos dez anos a taxa subiu 61,8%. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, revela que a taxa saltou de 6,2% para 7,7% de 2008 a 2018 entre a população acima de 18 anos. As mulheres lideram o ranking: 9,9% da população feminina declarou possuir a doença contra 7,8% dos homens.
A doença é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. O envelhecimento aumenta a prevalência. Dos 45 aos 54 anos é de quase 10%, índice que salta para 23% aos 65 anos ou mais. O cenário só tende a piorar. Até 2045 o país pode ter até 23 milhões de casos, um número 43,7% maior, de acordo com projeções da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês).
O diabetes tipo 2 será a próxima epidemia global, segundo especialistas. Segundo a OMS, no mundo, já são mais de 425 milhões de diabéticos, e a expectativa é que em 2030 haja um aumento de 123% dos casos, atingindo 522 milhões de pessoas globalmente. Em 2017, foram registradas 4 milhões de mortes decorrentes da doença no mundo, sendo 44,9% destes óbitos em pessoas com menos de 60 anos. Estimativa da IDF revela que metade dos pacientes ainda está sem diagnóstico e 40% das pessoas com o problema, na América Latina, não sabem ter a doença.
Neste cenário, o custo com os diabéticos deve dobrar até 2030, chegando a US$ 97 bilhões, em estimativas mais conservadoras, como mostra o levantamento. Além disso, o país passa pelo desafio da falta de controle glicêmico dos pacientes. Cerca de 50% dos diabéticos desconhecem o diagnóstico.
O diretor médico da MedLevensohn, Alexandre Chieppe, explica que existem dois tipos da doença: o 1, que normalmente aparece na infância ou na adolescência, e o 2, que se manifesta, geralmente, em pessoas acima dos 40 anos. “É uma doença potencialmente grave e que, muitas vezes, não é devidamente valorizada. Um número significativo de pessoas portadoras de diabetes não entende sua gravidade e seu potencial para causar danos em diversos órgãos do nosso corpo, como rins, vasos sanguíneos e coração”, destaca.

Com o intuito de sensibilizar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce do diabetes e do controle glicêmico para prevenção de complicações da condição, o Dia Mundial da Diabetes (14 de novembro) alerta para prevenir e conscientizar a população sobre essa doença. Em várias cidades do país, a data é lembrada durante todo o feriadão de 15 de novembro com uma série de atividades. Confira algumas delas no Rio de Janeiro e São Paulo.

Rio de Janeiro

Exames gratuitos de glicemia e colesterol

A cidade do Rio de Janeiro é a capital com maior índice de diagnósticos no Brasil, com 10,4 casos para cada 100 mil habitantes. A cidade recebe a campanha “Quem Vê Diabetes Vê Coração” que alerta para a relação do diabetes tipo 2 com o sistema cardiovascular, tem o objetivo de prevenir e conscientizar sobre os danos que a doença pode causar ao coração. O país registra 360 mil óbitos anuais decorrentes de problemas cardiovasculares, muitos deles causados pelo diabetes.

Quem passar pela Praia de Copacabana, entre os dias 14 e 15 de novembro, poderá realizar exames gratuitos de glicemia e colesterol. Um estande branco (coberto devido às condições do tempo) foi montado em frente ao Hotel Copacabana Palace. Durante o evento, os participantes também podem testar conhecimentos sobre o tema, por meio de jogos educativos. O local estará sinalizado com uma ampulheta gigante, que simboliza a importância do tempo para a vida do paciente. Há, ainda, uma exposição com histórias de pessoas que vivem com o diabetes, com fotografias produzidas por elas próprias.

A iniciativa, promovida pela Novo Nordisk, conta com o apoio da MedLevensohn. Este mês, a empresa inaugurou o MedMóvel, veículo que estacionou em Teresópolis (RJ), levando testes de glicemia e aferição de pressão com rastreio de fibrilação atrial gratuitamente à população. A próxima ação ocorrerá na cidade de Três Rios (RJ), em 13 de novembro, das 9h às 17h, à Rua Padre Conrado, 231, Centro, Matriz São Sebastião. Também participam da ação a ADJ Diabetes Brasil e a Associação de Diabéticos da Lagoa (Adila).

São Paulo

Testes de glicemia e desfile de diabéticos

Para chamar a atenção sobre a gravidade da epidemia e gerar conscientização sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoces, a ADJ Diabetes Brasil promove campanha de detecção de diabetes no Mezanino C do Metrô República, entre os dias 11, 12 e 13 de novembro, das 10h às 17h. Se as pessoas apresentarem resultados alterados da glicemia, acima de 99mg/dL (jejum) e de 140mg/dL (2 horas após refeição ou aleatório) serão encaminhadas para o balcão de orientação no próprio evento e recebem informações básicas sobre o diabetes e orientadas a procurar um serviço de saúde.

Além disso, haverá no mesmo espaço, um desfile de pessoas com diabetes tipo 1 ou 2 de várias faixas etárias, no dia 13 de novembro entre 11h às 13h. A ação é uma iniciativa de Fabiana Couto, fundadora do movimento Divabética, que tem o intuito de mostrar à sociedade que as pessoas com diabetes, que realizam o tratamento adequado, têm uma vida normal, autônoma, independente e podem ser felizes, independentemente da condição.

No dia 9 de novembro a ADJ também realizou o Passeio Descida da Estrada Velha de Santos, reunindo pessoas com diabetes e seus cuidadores. O objetivo é mostrar aos participantes que a família desempenha um papel fundamental no processo de aceitação do diabetes e este não deve ser motivo de desestruturação familiar, pelo contrário, pode ser decisivo na escolha de uma vida mais saudável para todos. Mas é preciso achar o ponto de equilíbrio entre amor e limites, e assim colaborar para o desenvolvimento do senso de responsabilidade frente ao tratamento, facilitando o processo de independência inerente a todo ser humano.

Campanha #DiabetesNãoMePara

Quem passar pela Avenida Paulista (em frente ao shopping Center 3) nesta quinta-feira, dia 14, das 12h às 18h, poderá tomar sucos preparados de uma maneira diferente: por meio das próprias pedaladas. No local, a população poderá fazer teste de glicemia e pedalar nas bicicletas para fazer seu suco natural. Ao pedalar, o participante movimenta um liquidificador e, assim, faz seu próprio suco com opções de frutas com baixo teor de açúcar e carboidrato, mais indicadas para quem tem diabetes.

A ação é parte do movimento #DiabetesNãoMePara, iniciativa da Roche Diabetes Care com o objetivo de gerar conscientização e fornecer informação sobre a doença. Também serão entregues materiais educativos de prevenção e orientações de profissionais de saúde. Qualquer pessoa pode participar no período das 12h às 18h, incluindo crianças. A ação acontece com apoio institucional da Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) e Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) e IDF-SACA.

A Roche Diabetes já distribuiu gratuitamente mais de 150 mil testes de glicemia em todo o Brasil e convida a população que procure próximo da sua casa um ponto de campanha e faça a ponta de dedo. A Roche Diabetes fez um filtro especial com o círculo azul e divulgou em suas redes sociais para as pessoas se engajarem na campanha, usando a hashtag #DiabetesNãoMePara? Veja o filtro aqui.

Para a realização destas ações, a ADJ Diabetes Brasil conta com o patrocínio da Astrazeneca, Bayer, BD, Boehringer, Merck, Novo Nordisk, Roche e Takeda e o apoio do Metrô e movimento Divabética. Mais informações podem ser acessadas no www.adj.org.br.

Diabetes – entenda

O diabetes é uma doença caracterizada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Sem insulina, a glicose não consegue entrar nas células e permanece no sangue, aumentando o nível de glicemia (açúcar no sangue).

O diretor médico da MedLevensohn, Alexandre Chieppe, explica que existem dois tipos da doença: o 1, que normalmente aparece na infância ou na adolescência, e o 2, que se manifesta, geralmente, em pessoas acima dos 40 anos. “É uma doença potencialmente grave e que, muitas vezes, não é devidamente valorizada. Um número significativo de pessoas portadoras de diabetes não entende sua gravidade e seu potencial para causar danos em diversos órgãos do nosso corpo, como rins, vasos sanguíneos e coração”, destaca.

Diabetes Tipo 1 (DM1): aparece geralmente na infância ou adolescência. De início rápido, seus sintomas são mais evidentes (muita sede, muita fome e perda de peso). Requer tratamento com insulina.

Diabetes Tipo 2 (DM2): Normalmente diagnosticado em adultos, apresenta poucos sintomas e está associado a obesidade, sedentarismo e fatores hereditários. Normalmente é tratado com medicamento oral.

Diabetes gestacional: caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, esse tipo de diabetes pode trazer complicações à saúde da mulher, como problemas renais e hipertensão, e do bebê, que pode ter seu pâncreas sobrecarregado e risco de hipoglicemia (baixa brusca da glicose do sangue).

O controle dos níveis de glicemia é fundamental para manter as taxas de glicose em ordem, sempre respeitando o limite de 70mg/dL a 180 mg/dL. As principais práticas de combate à doença incluem alimentação saudável, prática de exercícios físicos e controle da glicemia.

Números da Sociedade Brasileira de Diabetes

  • 425 milhões de pessoas no mundo têm diabetes;
  • Estima-se que o número chegue a 629 milhões em 2045;
  • No Brasil, 16 milhões de pessoas são diabéticas;
  • O país ocupa o quarto lugar no ranking geral de países com mais casos;
  • Menos da metade das pessoas com diabetes sabem que têm a doença;
  • Entre as que sabem, apenas 30% estão com a glicemia controlada.

Sobre o Dia Mundial

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

Em 2006, o movimento ganhou o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Desenvolvido como parte de uma campanha de conscientização, o círculo azul tornou-se símbolo do Diabetes. Em diferentes culturas, o círculo simboliza a vida e a saúde e a cor azul reflete o céu, que une todas as nações. Na campanha do Dia Mundial do Diabetes, o círculo também simboliza a união, a unidade da comunidade global do diabetes em resposta à pandemia.

A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.

Com Assessorias (atualizada em 15/11/19)

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1 Comment
  • Luana
    Luana
    9 de fevereiro de 2020 at 14:01

    OLÁ, BOM DIA! GOSTEI MUITO DO CONTEÚDO… É POSSÍVEL DISPONIBILIZAR AS FONTES SOBRE A EXPECTATIVA PARA O AUMENTO DA TAXA DE DIABETICOS TIPO 2?

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