O Dia D de mobilização contra a dengue no Rio de Janeiro teve atividades educativas de combate ao Aedes aegypti e busca ativa por crianças de 10 e 11 anos para vacinação contra a doença, uma vez que apenas 26% do público-alvo foi imunizado até o momento na cidade. Ao todo, foram dez mutirões de conscientização sobre a importância de se combater o mosquito transmissor, além 130 atividades de prevenção em mais de 60 bairros.

O conjunto de mobilizações fez parte da campanha nacional orientada pelo Ministério da Saúde no cenário em que o país ultrapassou a marca de 1 milhão de casos, com 258 mortes. As ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reuniram inspeções de vigilância ambiental em áreas públicas e particulares e distribuição de material informativo sobre a doença e o mosquito transmissor em áreas com grande fluxo de pessoas.

Das 8h às 13h, a campanha “Brasil Unido contra a Dengue fez inspeções de vigilância ambiental para prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti nos territórios, distribuição de material informativo e orientações aos usuários nas unidades de saúde, nas estações BRT e em logradouros públicos. O objetivo foi mobilizar a população no combate à epidemia de dengue, que depende da parceria entre todos os setores da sociedade.

Entre os destaques da programação estão o RAP da Saúde (Rede de Adolescentes e Jovens Promotores de Saúde), que apresentou esquetes teatrais nos locais das ações, e o Programa Academia Carioca, que promoveu caminhadas para chamar a atenção da população sobre os cuidados contra a dengue.

Os agentes de vigilância também realizaram atividades de rotina, como bate-papo com os usuários nas salas de espera das unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) e visitas domiciliares para eliminação de possíveis criadouros do Aedes aegypti.

Para Gislani Mateus, superintendente de Vigilância em Saúde, é necessário apoio de toda a população no combate ao mosquito transmissor da dengue. Ela destaca o trabalho de vistoria que cada um deve fazer em casa e o trabalho conjunto de todas as instituições durante a epidemia. “É fundamental evitar o nascimento do mosquito vetor”, disse.

Pais aproveitam para levar os filhos para vacinar

Na Largo do Machado, zona sul do Rio, a primeira criança que recebeu a dose da vacina da dengue na ação da SMS no Largo do Machado foi Juliana Gonçalves, de 11 anos. A estudante do 7° ano sempre tira um tempo em casa para ajudar na vistoria dos principais focos do mosquito.

“Eu passo repelente e hoje foi a minha primeira vez me vacinando contra a dengue. Acho muito importante o cuidado e a prevenção contra a doença e a morte”, disse a menina.

Quem ficou feliz com a imunização de Juliana foi a mãe dela, Paula Gonçalves, que acaba de se recuperar de um quadro de dengue. Ao saber do evento na praça, a mãe não poupou tempo. “Fiquei muito mal esses dias por causa da dengue, então aproveitei pra levar minha filha nessa campanha”.

Leonardo Santos também levou o filho, Davi Santos, de 11 anos, para se vacinar. Leonardo acredita que a ação é um facilitador para muitos responsáveis que trabalham durante a semana e não conseguem levar os filhos para postos de imunização. “Sabemos que estamos na epidemia de dengue, então temos que levar nossas crianças para se vacinar.”

Estado escolhe ponto turístico na zona sul para o Dia D

Já a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) promoveu ações de conscientização em uma tenda montada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, uma região de apelo turístico. A proposta era orientar moradores da região a eliminar todos os pontos de água parada em casa e nos locais de trabalho e convivência. Uma das formas de mostrar a importância de se combater o Aedes aegypti foi observar o inseto por meio de um microscópico.

“Pude perceber as diferentes fases do mosquito e o quanto eles evoluíram conforme nós paramos de cuidar das nossas casas”, contou Roberto Rezende, morador da Lagoa, que estava caminhando com a esposa próximo à tenda do Dia D e parou para conferir os microscópios.

Já a química Márcia Panucci, moradora do Humaitá, interrompeu a pedalada em volta da Lagoa para conferir a ação no Parque das Figueiras. “Moro em um condomínio próximo a uma região de mata e vou aproveitar para levar os panfletos e conscientizar os moradores para ajudar a salvar mais vidas”, disse.
As equipes da SES-RJ também distribuíram panfletos com o check-list de limpeza dos possíveis criadouros e ofereceu atividades para as crianças, que eram chamadas a eliminar o personagem Mosquitão.

Check-list do mosquito é distribuído

“Preparamos este guia, que também está disponível em nosso site, com todos os pontos que você tem que verificar em casa: as calhas, a bandeja da geladeira, os pneus, garrafas, qualquer local que possa acumular água. Importante que a população esteja atenta e verifique esses possíveis criadouros do Aedes aegypti ao menos uma vez por semana”, disse a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A SES-RJ informou que também ofereceu orientações à população por meio do Instituto Vital Brazil em suas duas sedes: Niterói, na Região Metropolitana, e Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana.

O estado registrava até 1º de março 84.861 casos notificados prováveis da doença e 14 mortes, o que levou o governo a decretar epidemia no Rio. Em todo o ano de 2023, foram 51.428 casos e 36 mortes confirmadas.

O aumento dos casos de dengue levou o Governo do Estado a decretar epidemia no Rio de Janeiro e a lançar a campanha “Contra a Dengue Todo Dia”. Desde o ano passado, quando os casos prováveis de dengue começaram a aumentar de forma atípica, o Governo iniciou uma série de ações para prevenir a dengue e ajudar municípios a apoiar a população que busca as unidades de saúde para diagnóstico e tratamento.

Com informações da Agência Brasil, SES-RJ e SMS-Rio

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