O inverno começa oficialmente neste 21 de junho, mas muitas pessoas já vêm percebendo mudanças no humor nas últimas semanas. Também conhecida como transtorno afetivo sazonal (SAD), a Depressão Sazonal está relacionada ao desenvolvimento de sintomas depressivos diretamente associados às mudanças climáticas. Em geral, a desordem afetiva sazonal começa no outono ou inverno e termina na primavera ou início do verão.

Segundo a Academia Americana de Médicos da Família, entre 4% e 6% dos americanos podem ter depressão sazonal. A incidência também é grande em países nórdicos, como Finlândia, Noruega e Suécia, uma vez que os dias são mais curtos e há menos horas de luz no inverno.

Mas não se trata de uma regra, já que o principal desencadeador da depressão sazonal é a menor incidência de luz solar, que pode ocorrer até no verão, quando há mudanças bruscas de temperatura.

De acordo com um estudo realizado no Departamento de Psicologia Médica da King’s College/Universidade de Londres, em países tropicais como o Brasil, uma média de 1% da população é afetada pela depressão sazonal, equivalente a quase 2 milhões de pessoas.

O que ocorre na depressão sazonal

Próximo de estações ou períodos com menos luz solar, muitas pessoas, especialmente as mais suscetíveis à depressão, sentem perda de energia, mudança de humor, maior irritabilidade e até ansiedade generalizada.

Tendemos a mudar algumas atitudes e comportamentos devido à baixa temperatura, como ficar mais tempo em casa, diminuindo a exposição ao ar livre. Por consequência, reduzimos a produção de hormônios como a serotonina e a melatonina, responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer. Essa desarmonia pode deixar a pessoa mais deprimida, ansiosa e cansada, gerando o transtorno afetivo sazonal.

Além disso, com a menor exposição ao sol, diminuem os níveis de vitamina D no organismo, fundamental para a absorção de cálcio, como também para várias funções do sistema imunológico, digestivo, circulatório e nervoso. Daí o maior cansaço e desânimo. O transtorno é quatro vezes mais comum em mulheres e costuma acontecer com maior frequência após os 20 anos de idade.

Sintomas típicos

Os principais sinais de uma depressão sazonal são semelhantes ao de uma depressão normal:

– Labilidade emocional (variação frequente do humor)

– Desinteresse pelas atividades do cotidiano

– Dificuldade de concentração

– Dificuldade para dormir ou sono excessivo

– Tristeza sem causa aparente

– Afastamento familiar e social

– Fraqueza generalizada

– Dores no corpo

Tratamento pode envolver medicamentos

Ainda que a depressão sazonal esteja relacionada aos mecanismos biológicos, buscar ajuda psicoterapêutica é fundamental. Há diversas alternativas que podem reduzir os impactos negativos da depressão sazonal, e que dependem da gravidade dos sintomas, como a fototerapia, que consiste na aplicação de luz brilhante sobre a pessoa como substituição à exposição solar.

A chamada terapia da luz deve ser realizada em hospitais e clínicas especializadas. O indivíduo permanece deitado, enquanto recebe a luz durante um período de 20 a 60 minutos, dependendo da força da luz e o tempo de tratamento estipulado pelo médico. A fototerapia é bastante indicada para pessoas com depressão sazonal, sendo aplicada, normalmente, em conjunto com medicamentos..

Alguns medicamentos, no entanto, podem ser indicados, como antidepressivos, que atuam no equilíbrio de neurotransmissores responsáveis pelo prazer e bem-estar, como serotonina, dopamina e noradrenalina, proporcionando melhora nos sintomas depressivos.

Vale lembrar que estes medicamentos não apresentam resultados imediatos, podendo levar de duas a três semanas para o indivíduo sentir os efeitos. Além disso, cada pessoa tem uma resposta diferente aos antidepressivos. Em muitos casos, é preciso ajustar o tipo e a dosagem do medicamento, até encontrar a combinação mais eficaz. Daí a importância de buscar ajuda o quanto antes.

Também há estudos que apontam que a deficiência da vitamina D pode ser compensada com a suplementação, atuando na manutenção do equilíbrio mental e corporal, e proporcionando a energia perdida neste período.

A adoção de hábitos saudáveis é sempre benéfica. A escolha de alimentos nutritivos, como frutas, verduras e legumes, é totalmente favorável à redução da incidência de depressão. A prática regular de atividade física é um importante aliado, pois estimula a liberação dos hormônios responsáveis pelo bem-estar.

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