De varizes e trombose ao temido AVC: os riscos do fumo à saúde vascular

Abrindo o especial Vida Sem Fumo deste ano, médico vascular e neurologista alertam para os riscos comprovados do tabagismo à saúde vascular

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No dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Além de sensibilizar e alertar a população para os males provocados pelo tabaco na vida e na saúde, de modo geral, de quem fuma e também daqueles que convivem com fumantes.

É unanimidade entre os profissionais da área médica: o cigarro provoca inúmeras doenças em nosso corpo. Pelo menos 50 enfermidades estão relacionadas ao hábito de fumar e os problemas vão desde os mais variados tipos de câncer, passando por doenças sérias no aparelho respiratório, problemas cardiovasculares, disfunções no sistema digestivo, impotência sexual e infertilidade, além de prejudicar, e muito, a saúde da pele e do cabelo.

Na parte estética o fumo provoca, sem sombra de dúvidas, o envelhecimento precoce, com manchas na pele, perda de colágeno, fios dos cabelos opacos e sem vida, além de grandes problemas na saúde vascular. Se o cigarro é muito prejudicial para a saúde e aparência do cabelo e da pele, imagina o que não provoca internamente em nosso organismo, em especial no tão importante sistema vascular, responsável pela circulação arterial e venosa e o bom funcionamento de órgãos essenciais.

Risco maior de varizes e trombose

“O fumo causa infinitas complicações nas artérias, como aterosclerose e aneurismas. Além de problemas nas veias, em especial varizes e tromboses”, alerta o médico vascular Gustavo Marcatto, de São José do Rio Preto (SP), que ainda ressalta: esses problemas podem acometer tanto homens, quanto mulheres.

O tabagismo é um dos mais importantes fatores de risco para o surgimento de vasinhos e varizes nas pernas e pode agravar o quadro levando até à trombose. “O hábito de fumar e as substâncias tóxicas do cigarro alteram consideravelmente as paredes das veias e artérias e isso atrapalha a dinâmica do sistema circulatório, comprometendo todo o funcionamento do organismo”, explica o profissional.

Segundo Dr. Marcato, algumas lesões provocadas pelo tabagismo acabam tornando-se permanentes. Por isso o fundamental é abandonar o quanto antes o cigarro para prevenir a evolução dos problemas e suas complicações. “A maioria das lesões estruturais provocadas pelo fumo, como varizes e aneurismas, é irreversível. O fundamental, mesmo, é procurar ajuda para conseguir parar de fumar e, assim, manter a saúde do corpo em geral. Porque quando veias e artérias são afetadas, algumas medidas apenas minimizam as complicações que, mais uma vez, alerto, podem ser gravíssimas”, ressalta o médico.

Para aqueles fumantes que já possuem predisposição a doenças vasculares, as consequências são mais graves. Os fumantes têm risco duas vezes maior de desenvolver um quadro de AVC em comparação com pessoas que não fumaram ao longo da vida. Estima-se que aproximadamente 20% dos casos de AVC estão relacionados ao tabagismo.

Maior chance de desenvolver o temido AVC

Segundo o neurologista André Lima,  do Rio de Janeiro (RJ), a soma do fumo com a idade avançada, diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo e histórico familiar de arteriosclerose, são alguns dos fatores de risco para obstrução das artérias. “Se esse problema não for tratado devidamente, a obstrução das carótidas pode ocasionar o Acidente Vascular Isquêmico que representa 85% de todos os casos de insuficiência vascular cerebral”, diz.

O cigarro contém substâncias que são pró-coagulantes e as artérias e veias podem ficar comprometidas com o tempo. O fumante tem o risco real de desenvolver uma trombose. O fumo aumenta a viscosidade do sangue, o que significa que o sangue dos fumantes é mais espesso em relação aos não fumantes e isso acaba favorecendo  o aparecimento de trombos e coágulos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório  e doenças cardiovasculares como o acidente vascular cerebral, a enfermidade que mais mata no Brasil, com mais de 100 mil vítimas fatais por ano.

André Lima explica que embora a maioria dos acidentes vasculares ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos.

“As vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato. É importante que se conheça os sintomas iniciais que são perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar”, diz.

O AVC atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente as fumantes e que estão no período da menopausa. Uma pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. Uma pessoa que já teve AVC tem grandes chances de desenvolver outro. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

Com Assessorias

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