O Rio de Janeiro – que teve 101 mortes por Covid-19 desde o início do ano e quase 20 mil casos, como mostramos aqui – aparece entre os estados que apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo, junto com Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Há sinal de crescimento tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas). “No Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina o sinal é mais incipiente, sendo mais claro nos demais. Em Minas Gerais, onde também se observou crescimento recente de SRAG por Covid-19, o cenário atual é de oscilação”, aponta o boletim.
A cidade do Rio de Janeiro está entre as 11 capitais que registram crescimento de casos, sendo os sinais mais evidentes naquelas localizadas no Sudeste e no Centro-Oeste. As outras são Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
“Em boa parte dos estados dessas duas regiões, há uma situação de retomada do crescimento semanal das internações associadas à doença”, afirma Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe e pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz). O boletim se refere à semana epidemiológica de 11 a 17 de fevereiro.
Já a Região Norte segue com tendência de interrupção do ciclo iniciado na virada do ano. “Agora, diversos estados da região já mantêm queda ou interromperam a sequência de crescimento do número de novos casos”, completou.
Vírus da gripe também em alta
A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e população a partir de 65 anos de idade. Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantém o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e idosos.
Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de Covid-19. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus.
O documento também aponta para um aumento de casos positivos para o vírus Influenza A, responsável pela gripe, em estados do centro-sul do país. No entanto, os casos ainda são significativamente inferiores ao da Covid-19. Gomes pondera a possibilidade de circulação simultânea dos vírus.
“Eventualmente podemos ter uma situação de cocirculação, ou seja, um aumento simultâneo dos dois vírus em alguns estados do país, especialmente no Centro-Sul”, diz o pesquisador.
Uso de máscaras em unidades de saúde
Em caso de suspeita da doença, tais como sintomas de infecção respiratória ou parecidos com gripe, a recomendação fundamental é o repouso, o isolamento e buscar atendimento médico, além do uso da máscara. Além desses cuidados, manter em dia a vacina tanto da Covid quanto da gripe é fundamental.
Para minimizar o risco de contágio, pessoas com sintomas respiratórios semelhantes aos de um resfriado ou gripe devem ficar em isolamento e usar máscara facial apropriada ao sair de casa. O repouso também é essencial para a recuperação do organismo.
As máscaras são recomendadas para qualquer pessoa que precise ir a uma unidade de saúde, seja para atendimento médico, visita a pacientes ou trabalho.
“Faça uso de uma boa máscara de proteção, preferencialmente N95 ou PFF2, que oferecem maior capacidade de proteção coletiva através do uso individual”, orienta Gomes.
A Fiocruz reforça a importância da vacinação contra a Covid-19 e Influenza, além da manutenção de medidas de higiene como lavar as mãos frequentemente e evitar aglomerações. A atenção aos sintomas e a busca por atendimento médico precoce também são cruciais para conter o avanço das doenças.
Com informações da Agência Fiocruz