A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continua avançando em praticamente todo o território nacional em todas as faixas etárias. As crianças, pré-adolescentes e idosos são os mais impactados pela SRAG por Covid-19. Mesmo nos estados em que os casos de Covid-19 já começaram a diminuir, o vírus sincicial respiratório (VSR) – o que mais circula no momento no Brasil –, ao lado do rinovírus e da influenza, traz como consequência o crescimento dos casos de SRAG.

Os dados do atual cenário epidemiológico no país são do novo Boletim do InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (21/3), refere-se à Semana Epidemiológica (SE) 11, de 10 a 16 de março, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 18 de março.

Pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes destacou que a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19. No quadro geral de óbitos com resultado positivo para vírus respiratório, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o vírus Sars-CoV-2 (Covid-19) se mantém como a principal causa com 86,7% dos casos.

Em crianças pequenas, de até dois anos de idade, a incidência da circulação do VSR no país tem gerado aumento expressivo nas ocorrências de SRAG, superando a Covid-19. Por outro lado, a reversão da tendência da Covid no Centro-Oeste e Sudeste e a desaceleração na região Sul se refletem na diminuição dos novos casos de SRAG na população a partir de 50 anos. Isso mascara o aumento de casos por influenza nessas faixas etárias, que se observa no Nordeste, Sudeste e Sul”, afirma Gomes.

Os dados revelam sinal de crescimento de SRAG no agregado nacional nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse cenário reflete a situação da maior parte do país.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 14,7% para influenza A; 0,4% para influenza B; 21,5% para VSR; e 50,9% Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de 11,4% para influenza A; 0% para influenza B; 1,9% para VSR; e 86,7% para Sars-CoV-2.

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Estados e capitais

 

De acordo com a atualização, 24 estados apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Como já mencionado anteriormente, os casos de SRAG por Covid-19 apresentam queda nos estados do Centro-oeste e Sudeste, e desaceleração na região Sul.

Entre as capitais, 23 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Teresina (PI) e Vitória (ES). 

Da Fiocruz

 

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