As doenças alérgicas são resultado de uma resposta exagerada do sistema imunológico. É quando o corpo confunde uma substância normalmente inofensiva, como alimentos, poeira ou pelos de animais, com patógenos e tenta defender o alérgico contra essa suposta ameaça.

Lesões avermelhadas, coceira, áreas mais grossas, descamação e até mesmo vesículas e bolhas podem ser sinais de algum tipo de alergia na pele. Urticária, dermatites atópica e de contato e alergia a medicamento estão entre as principais alergias de pele.

Neste sábado (7), é o Dia Nacional de Prevenção da Alergia. A data, definida pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) em parceria com o Ministério da Saúde, chama atenção não só para a prevenção, mas também para o diagnóstico e o tratamento de doenças alérgicas, que costumam atacar mais durante a época mais fria do ano.

Conheça os sintomas das principais alergias de pele

Urticária – Um grupo importante das alergias cutâneas é o da urticária, que se caracteriza por lesões avermelhadas, geralmente arredondadas, um pouco elevadas na pele, com coceira intensa. Pode aparecer em qualquer local do corpo, inclusive nas palmas das mãos, plantas dos pés e couro cabeludo. Em 40% a 50% dos casos, a pessoa com urticária também tem o angioedema, que são os inchaços.

“O tipo mais comum é a urticária aguda, que dura até seis semanas, e está associada a alimentos, medicamentos, ferroadas de insetos, infecções virais e bacterianas. A urticária pode ocorrer em qualquer fase da vida. Já a urticária crônica é mais comum em adultos”, explica Luisa Karla Arruda, especialista da Asbai.

Dermatite atópica (DA) – É outro tipo de alergia que desafia médicos e impacta muito a vida da pessoa, levando, muitas vezes, ao isolamento social, ansiedade e depressão. No Brasil, cerca de 15% de crianças e adolescentes têm DA.

A doença apresenta características peculiares como pele avermelhada, coceira quase insuportável, pele grossa e com descamação. A DA acomete locais específicos, como dobras do cotovelo, atrás do joelho, no pescoço e, às vezes, pode acometer a face.

Dra. Karla conta que a DA é muito comum em crianças pequenas e com o tempo pode entrar em remissão. Porém, ela pode iniciar durante a adolescência e persistir na fase adulta. Mais raramente, a DA pode começar na terceira idade.

“A alergia alimentar, comum na infância, pode estar associada à DA nos primeiros anos de vida. Já na criança maior e no adolescente, a alergia a ácaros é dominante como causa de dermatite atópica em nosso meio”, comenta a médica.

Dermatite de contato – Ocorre quando há o contato com a substância que desencadeia a alergia. Metais são as causas mais comuns, como bijuterias, o botão da calça jeans, por exemplo. Substâncias químicas também podem causar alergias, como tinta de cabelo, esmalte e maquiagem.  Existem testes que podem indicar qual a substância química causa a alergia no paciente.

Dra. Karla comenta que na suspeita de uma alergia cutânea, é comum o paciente procurar pelo dermatologista. Mas, principalmente, para os casos mais graves e de difícil diagnóstico, a orientação é buscar o auxílio de um médico alergista e imunologista, que trabalhará em conjunto com o dermatologista para devolver a qualidade de vida ao paciente.

“O (a) dermatologista pode contribuir muito em realizar o diagnóstico diferencial e orientar sobre os cuidados com a pele, podendo fazer até uma biópsia da lesão da pele para ter uma visão melhor do quadro, se indicado. E o (a) alergista e imunologista, por usa vez, realizará testes que possam identificar a causa daquele tipo de alergia, como testes cutâneos, testes de contato e exames laboratoriais, por exemplo”, ressalta a especialista.

Alergia a medicamentos – Um outro grupo que ganha destaque são as manifestações cutâneas da alergia a fármacos. Pessoas com reação de hipersensibilidade ou alérgicas a medicamentos com frequência apresentam sintomas cutâneos.

“É muito importante comunicar o médico se – após o uso de um medicamento – aparecerem sintomas como vermelhidão, corpo empipocado, presença de bolhas ou coceira na pele. Isso porque a alergia pode evoluir para um quadro mais grave”, alerta a médica da Asbai.

Como prevenir os sintomas das alergias em crianças

Um dos principais motivos de procura de atendimento médico ambulatorial e de internações hospitalares de crianças, as alergias mais comuns em crianças são rinite alérgica, asma, dermatite atópica e alergia alimentar.

De acordo com Tim Markus Muller, presidente do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, é possível dividir a prevenção dos sintomas em três categorias.

Prevenir o surgimento das doenças alérgicas

Muito foi pesquisado neste sentido, mas infelizmente poucas intervenções tiveram resultados positivos, pois o surgimento de uma alergia é uma combinação de fatores genéticos com fatores ambientais.

O aleitamento materno pelo maior tempo possível reduz o surgimento das alergias. Na introdução de alimentos a partir de seis meses de idade recomenda-se oferecer todos os tipos de alimentos.

Postergar a introdução de alimentos que são frequentes causas de alergia alimentar, como leite, ovo e peixes aumenta o risco de alergia! Além disso, o contato com animais como cachorros e o contato com o ambiente rural podem ajudar a diminuir o risco de alergias.

Prevenir sintomas evitando o contato com o alérgeno

Uma vez que se desenvolveu uma alergia, evitar o contato com o agente causador pode ajudar a controlar os sintomas. A residência deve ser mantida limpa, bem arejada, sem mofo, sem objetos que acumulam poeira.

Uma vez identificado o alérgeno pelo médico especialista, em alguns casos o agente causador pode ser removido, como por exemplo removendo um animal doméstico de dentro de casa ou não ingerir um alimento específico.

Prevenir crises de alergia controlando os sintomas com medicamentos

Alergias são doenças crônicas e muitas vezes requerem o uso constante de medicamentos para controlar os sintomas. As necessidades podem mudar ao longo do ano e com o crescimento da criança. Por isso, um acompanhamento regular com um especialista é indispensável.

Se o médico prescreve um medicamento de uso continuado, vale lembrar que é preciso usá-lo todos os dias, mesmo quando não se estiver com crise de alergia, para prevenir crises e evitar a necessidade de visitas médicas não planejadas ou, ainda pior, as hospitalizações.

Fonte: Asbai e SBP-SP

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