O equilíbrio emocional é fundamental para afastar qualquer tipo de pensamento ruim. Mas sabemos que para atingir esse equilíbrio uma série de fatores estão envolvidos. E na longevidade, não é diferente. A etapa da vida caracterizada como velhice é carregada de bonitas histórias, velhas lembranças e, em muitos casos, de sofrimento e tristeza também. Nas faixas etárias mais avançadas aumentam os relatos de transtornos depressivos e até suicídios.

O envelhecimento apresenta fatores muitos distintos que podem apontar causas que levam a esse desequilíbrio emocional. Estes sofrimentos psíquicos e o desejo de antecipar a vida podem ser motivados por diversas perdas específicas dentro de um processo de envelhecimento, desde a perda da saúde, da autonomia, da produtividade e dos papéis sociais que exerciam até a perda de cônjuges, amigos, entre outras perdas pessoais.

Não raro encontramos idosos que sofrem de transtornos depressivos em diversos níveis de intensidade. A depressão é a desordem mais comum nesse segmento etário. As causas para essa vulnerabilidade emocional está concentrada principalmente no isolamento social e no etarismo – o preconceito contra pessoas idosas, que ainda é muito presente em nossa sociedade.

A propósito, vamos falar sobre “Equilíbrio emocional e etarismo” no ‘Saúde sem Idade’ – Inspiração para uma vida longa e plena’, que o portal Vida e Ação e o site Comida na Mesa promovem no dia 22 de fevereiro, no quiosque Mar de Copa, na Praia de Copacabana. Ao lado de outros profissionais de saúde e bem-estar, estarei presente no evento, que é gratuito e aberto a pessoas de todas as idades – saiba mais aqui. 

Não se sentir mais útil, o fantasma do envelhecimento

Muitas vezes as pessoas idosas não se sentem incluídas na sociabilidade de lazer da família, sentem medo de se tornar um peso para os parentes e da dependência constante do outro. Outro desafio é o alto número de medicamentos que precisam ser ingeridos todos os dias, tornando-os prisioneiros dos fármacos.

Não se sentir mais útil é um dos maiores fantasmas do envelhecimento. Muitos sentem a necessidade do diálogo e a falta de alguém para ouvi-los, mas as conversas já não os comportam mais. Os assuntos em família ficam restritos a um núcleo em que esse idoso não se encaixa por estar “ultrapassado”.

Situações estas que, acabam por provocar um isolamento natural. Criam, portanto, a ilusão de que não são mais importantes em seu espaço de convivência, o que motiva a diminuição do prazer pela vida e a redução dos níveis de energia desse idoso. Uma fragilidade alimentada por inseguranças e conflitos internos tão cruéis, que são capazes de antecipar, de forma drástica e definitiva, a sua partida..

Como integrar a pessoa idosa no contexto familiar

O ideal é buscar acolher esse idoso e estar mais próximo. Escutar e se deixar levar pelo mundo lapidado pelo envelhecimento. Procure promover ações de integração do idoso no núcleo familiar, demonstrando a ele sua importância e seu papel dentro deste contexto.

Além disso, ao ajudá-lo a se sentir útil de alguma forma, uma chama de sobrevida está sendo acesa para auxiliar no processo de equilíbrio mental e psíquico deste indivíduo. Se perceber a necessidade, não hesite em buscar ajuda e apoio de um profissional de saúde mental para que essas perdas sejam amenizadas através do autoconhecimento.

Portanto, o que precisa ser feito é diminuir a vulnerabilidade que uma pessoa desta faixa etária carrega em seu inconsciente. Assim como uma criança, um jovem e um adulto, o idoso também precisa se sentir vivo. Precisa, sobretudo, ter condições de expor seus medos, suas queixas, suas dúvidas, alegrias e tristezas.

Ao externar estas emoções, o sofrimento fica mais leve e a carga menos pesada. Depressão na velhice é coisa séria, não ignore os sinais. A melhor arma no combate a este mal é o apoio emocional. Envelhecer está longe de ser um mar de calmaria, mas pode sim, ser um mar de ondas nostálgicas que tragam velhas lembranças e velhas histórias de uma vida inteira, recheada da individualidade e da marca pessoal desse idoso.       

 

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