Em 2023, cerca de 21,2 milhões de brasileiros realizaram voos internacionais para turismo, registrando aumento de 29,8% se comparado ao ano anterior, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com o governo, o Brasil transporta, anualmente, cerca de 80 mil animais. Desses, aproximadamente 8% são de médio ou grande porte, por isso, viajam no porão das aeronaves.

Levar o pet nas viagens é uma iniciativa eficaz para mantê-lo próximo e não gerar estresse ou tristeza causado pela distância dos tutores por longos períodos. No entanto, é preciso conhecer a legislação sanitária de cada país, para realizar viagens internacionais com um pet.

Para levar o animal de estimação com você para alguns países é importante estar ciente das regulamentações. Muitas das pessoas que pretendem viajar para o exterior neste ano, tem uma dúvida em comum: ainda não sabem bem como funcionam os processos e exigências para levar seu pet.

Inicialmente pode parecer complexo, mas com a devida preparação e seguindo algumas regras, é totalmente viável. Os tutores devem estar atentos e alinhados com as normas de segurança para transporte.  A apresentação do Certificado Veterinário Internacional (CVI) é obrigatória. Este documento é uma comprovação das boas condições sanitárias do animal para ingressar em outro país.

No Brasil, a ANAC exige que o tutor apresente a carteira de vacinação do animal contendo a vacina antirrábica aplicada 30 dias antes da data de embarque, e um comprovante atestado por um médico veterinário mostrando que o animal está sadio e apto para viajar.

Animais vindos de países com alto risco para raiva devem seguir regras específicas

De acordo com Wagner Pontes, fundador e CEO da assessoria imigratória D4U Immigration, essas regras mudam de um país para o outro. “Nos EUA, por exemplo, quem determina as obrigações para a entrada de um animal no país é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)”, explica o executivo.

No caso dos EUA, animais vindos de países com alto risco para raiva, como é o caso do Brasil, devem seguir regras específicas. “Seu cachorro precisa ter mais de seis meses de idade e possuir um microchip ISO-compatível, conforme o padrão ISO 11784/11785. Também é essencial que o pet tenha um certificado válido de vacinação antirrábica emitido nos EUA”, completa o especialista.

Pontes alerta que o não cumprimento dessas diretrizes pode resultar no retorno do seu pet ao país de origem, custeado pelo próprio passageiro. Segundo ele, é vital também considerar as regulamentações adicionais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e as especificidades do estado ou território para onde você está se mudando, já que pode variar de acordo com cada cidade.

Alguns documentos obrigatórios para levar o pet para o exterior são:

  • Certificado Veterinário Internacional (CVI): o Certificado Veterinário Internacional (CVI) é um documento fundamental, pois comprova que o cachorro está saudável e apto para viajar. Este certificado deve ser emitido por um veterinário licenciado. Nele constarão todos os detalhes da saúde do pet, incluindo vacinas e qualquer tratamento específico que esteja recebendo.
  • Microchip compatível com ISO: um microchip ISO-compatível é uma exigência para a entrada de animais de estimação nos Estados Unidos. Este chip, implantado sob a pele do cachorro, armazena informações vitais sobre o animal e seu proprietário. É importante que o microchip seja ISO-compatível, pois isso garante que ele possa ser lido por scanners padrão nos EUA.
  • Atestado de saúde do pet: além do CVI, um atestado de saúde emitido por um veterinário é necessário, pois esse documento reafirma a boa saúde do seu animal e certifica que ele está livre de doenças contagiosas.
  • Carteira de vacinação atualizada: é essencial apresentar uma carteira de vacinação atualizada. O documento deve incluir todas as vacinas tomadas pelo seu animal, especialmente a vacina contra a raiva, que é obrigatória para entrada em muitos países.

Viagem de avião com pets exige planejamento especial

Tutores precisam ficar atentos as exigências legais antes de levá-los para viajar

Apesar de o transporte aéreo de animais por companhias aéreas ser regulamentado pela International Air Transport Association (IATA), ou seja, independentemente da companhia, todas devem seguir um padrão. Alguns detalhes, como o atendimento ao cliente e a estrutura da empresa em solo, podem ser cruciais para o sucesso da viagem e o bem-estar de cada pet.

A escolha de uma caixa de transporte adequada deve ter a dimensão correta para garantir que o animal se mova sem dificuldades e se sinta seguro e confortável no ambiente de transporte. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) orienta que o tutor acostume seu pet a se adaptar à caixa de transporte.

Para que o animal viaje na cabine do avião, é necessário checar as regras determinadas por algumas companhias áreas brasileiras:

– Azul: o animal deve ter mais de quatro meses de idade e pode pesar até dez kg (animal + caixa);

– Gol: o animal deve ter mais de seis meses de idade e pode pesar até dez kg (animal + caixa);

– Latam: o peso total não pode ultrapassar sete kg (animal + caixa) e o pet deve ter, pelo menos, quatro meses de vida.

Restrições específicas de raça e saúde do pet

É importante o passageiro estar atento às restrições específicas de raça e saúde do pet. “Algumas raças de cachorro, por exemplo, especialmente as braquicefálicas (como pugs e bulldogs), podem enfrentar restrições devido a preocupações com a saúde durante o voo. Verifique antecipadamente se a raça do animal está sujeita a quaisquer restrições”, finaliza Wagner Pontes, CEO da D4U Immigration.

Para o transporte aéreo, existem diversas restrições de acordo com cada companhia. Não é recomendado transportar, por exemplo, fêmeas prenhes, animais idosos e/ou portadores de doenças cardiorrespiratórias ou neurológicas. Cães braquicéfalos, ou seja, de “focinho curto”, como boxers, pequinês, buldogues e pugs, geralmente são proibidos de viajar em aviões.

O especialista reforça alguns cuidados com a logística do animal. “Certifique-se de reservar um voo direto, se possível, para minimizar o estresse do animal de estimação. É essencial que os passageiros obtenham caixas de transporte apropriadas, que sejam suficientemente espaçosas, seguras, ventiladas e que atendam aos padrões da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA)”.

Ele também recomenda acostumar o pet com a caixa de transporte antes da viagem para que ele se sinta mais confortável durante o voo. Antes de viajar, providencie uma plaqueta com seu nome, endereço e telefone, e coloque-a na coleira dele. Também vale a pena adicionar o nome e endereço de onde vai estar hospedado.

Com Assessorias

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