Desde a última terça-feira (20/4), grávidas que vivem na cidade do Rio de Janeiro e têm alguma doença pré-existente, como obesidade, hipertensão ou diabetes, já podem ser vacinadas contra a Covid-19, desde que apresentem pedido médico e assinem uma autorização. No entanto, para o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) todas as grávidas no estado, independentemente de ter ou não comorbidades, devem ser imunizadas.

Para o posicionamento, divulgado nesta quinta-feira, 22, o Cremerj considerou os graves relatos de médicos sobre o assunto que têm chegado à entidade por meio da Comissão de Saúde Pública. Há casos de grávidas que comparecem à maternidade, principalmente no momento do parto, já infectadas ou que se contaminam ao chegar à unidade. Os sintomas começam a aparecer na gestante ainda na maternidade e evoluem muito rapidamente, inclusive para a forma mais crítica, que é o óbito.

Apesar dos estudos para vacinar grávidas ainda estarem em andamento no Brasil, com base na observação cotidiana, o Cremerj se manifesta em favor da vacinação das gestantes e puérperas. No município do Rio de Janeiro, as grávidas a partir de 18 anos com comorbidades – como diabetes, doenças pulmonares, hipertensão, doença cardíaca e obesidade – já podem ser vacinadas.

Todas devem ser imunizadas e ser incluídas no grupo prioritário. É uma constatação epidemiológica. Estamos vendo isso na prática. Não é estudo acadêmico, mas sim uma observação do dia a dia que nos dá base suficiente para tomar esta decisão hoje. O risco de não se imunizar contra a Covid-19, comprovado pela realidade, é muito maior que receber a vacina. A situação é gravíssima e pedimos que as autoridades entendam essa necessidade. As evoluções têm sido dramáticas”, afirma a coordenadora da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Margareth Portella.

Outro agravante, segundo ela, é que a maioria das maternidades do estado não tem unidade de terapia intensiva para as mães, dificultando ainda mais a assistência.

De acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), ao longo de 2020, foram registradas, no país, 453 mortes de grávidas e puérperas em razão do novo coronavírus – o que representa uma média semanal de 10,5 óbitos. Já de janeiro a abril de 2021 foi identificado que 289 mulheres gestantes ou que acabaram de dar à luz morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil. Se comparar 2020 com 2021, o número de mortes de grávidas e puérperas foi de 145,4%, enquanto que na população geral esse aumento foi de 61,6%, de acordo ainda com a OOBr Covid-19.

Prevenção e vacinação contra a gripe

Margareth Portella explica que a vacinação contra a gripe também é importante para as grávidas. No entanto, a imunização contra a Covid-19 é urgente. “Reforçamos que todas as gestantes devem ser vacinadas contra o novo coronavírus. E não é para a grávida deixar de tomar a vacina contra a gripe, pois também é importante para ela. Elas só devem atentar para o prazo. Nenhuma das duas deve ser tomada simultaneamente e é preciso ter um intervalo de 14 dias entre uma e a outra”, explica.

Além disso, as grávidas devem seguir à risca as orientações de distanciamento social, do uso de máscaras e da higienização adequada das mãos, independentemente de estarem ou não vacinadas contra a Covid-19. O Cremerj também destaca para o cuidado no ambiente profissional. “As grávidas devem aderir, preferencialmente, ao trabalho remoto. Pedimos que as empresas também se sensibilizem com esta situação. A imunização contra a Covid-19 aumenta as chances de evitar que a grávida contraia a forma gravíssima da doença, mas ainda assim ela fica exposta à contaminação”, completa Margareth Portella.

Do Cremerj, com Redação

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