Muito se fala sobre o risco do colesterol alto para a saúde, mas você sabia que existe o bom e o mau colesterol? Na verdade, cerca de 80% do colesterol no corpo são produzidos pelo fígado, enquanto os outros 20% vêm dos alimentos que ingerimos. O colesterol “bom” é o HDL-c (do inglês High-Density Lipoprotein), e o chamado colesterol “ruim”, o LDL-c (do inglês Low-Density Lipoprotein). Por que um é bom e o outro é ruim?

Como anda o seu colesterol? Para viver com saúde, esse é um ponto que merece sua atenção. Presente em todas as partes do corpo, o colesterol é responsável pela produção de várias substâncias, a exemplo dos sais biliares (encarregados da digestão dos alimentos), da vitamina D (importante para absorção do cálcio), e de alguns hormônios denominados esteroides, que influenciam no controle metabólico e nas características sexuais dos indivíduos.

Existem dois tipos de colesterol: o ruim (LDL), que promove a formação de placas de gordura nas artérias, e o bom (HDL), que age de maneira oposta e ajuda a carregar a gordura para fora dos vasos. colesterol elevado não provoca sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias. A condição avança em silêncio e, sem controle, podendo ter como a primeira manifestação um infarto do miocárdio ou até mesmo um acidente vascular cerebral.

Entre os fatores que podem elevar o “colesterol ruim”, o sedentarismo está fortemente associado, assim como uma dieta pouco balanceada, rica em embutidos e alimentos processados. Isso ocorre porque o colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal. Portanto, esses alimentos devem ser evitados ou consumidos com moderação, pois contém alta quantidade da substância. Outros alimentos que entram nessa lista são ovos, queijos amarelos, carne vermelha e frutos do mar.

“O perigo mora no excesso do colesterol ruim, pois a formação de placas de gorduras nas paredes das artérias diminui o fluxo sanguíneo e pode obstruir a passagem do sangue, provocando doenças cardiovasculares e aumento dos riscos de infarto, AVC, entre outros males”, explica Ricardo Alonso, cardiologista da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, marcas do Grupo Fleury no Rio de Janeiro.

Então, se o colesterol pode causar o entupimento dos vasos, por que não o eliminar por completo? O colesterol é parte importante do funcionamento do organismo. É um tipo de substância do corpo humano responsável por várias funções, como a formação das células, produção de hormônios e formação dos ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras. O colesterol em si é muito importante, mas, como tudo na vida, o seu excesso faz mal.

Inimigo silencioso: diagnóstico e acompanhamento periódico

O diagnóstico depende da dosagem sanguínea de colesterol total e de suas frações, ou seja, das lipoproteínas de alta e baixa densidade (HDL e LDL) e dos triglicérides – outro tipo de gordura presente na circulação, que contribui para aumento do risco cardiovascular.

A interpretação médica dos resultados é fundamental, mesmo para as pessoas que têm resultados dentro do esperado. Isso porque a composição do colesterol total precisa ser avaliada. Um valor normal composto principalmente do colesterol ruim, por exemplo, pode representar um sinal de alerta para uma futura hipercolesterolemia.

A hipercolesterolemia é uma condição que se caracteriza pela presença de taxas elevadas de colesterol total no sangue, acima dos 190 mg/decilitro, com ou sem jejum antes da coleta do sangue. Esse quadro afeta um quinto da população brasileira, especialmente as pessoas com mais de 45 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Em geral, a hipercolesterolemia é resultante de uma predisposição genética associada a uma vida sedentária e alimentação pouco saudável, com a ingestão farta e frequente de gordura animal e trans presentes em margarinas, biscoitos, salgadinhos, fast-food e diversos outros produtos industrializados. No entanto, algumas doenças também causam níveis elevados de colesterol, como hipotiroidismo e problemas no fígado.

Adesão do paciente ao tratamento é fundamental

O sucesso no controle de condições crônicas depende de alguns fatores, entre eles a adesão do paciente ao tratamento, que é quando o indivíduo segue à risca a prescrição e demais orientações da equipe médica sem falhar. No caso do colesterol ruim (LDL) a má adesão ao tratamento usual com estatinas está associada ao não atingimento das metas seguras, principalmente nos pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica. Como consequência, a doença evolui, aumentando a morbidade e mortalidade dos pacientes.

Quando falamos em colesterol, que se trata de uma doença silenciosa, a assiduidade ao tratamento é fundamental para o atingimento das metas de LDL. Para as pessoas que sofreram um infarto ou AVC, é recomendado manter os níveis abaixo de 50 mg/dL, e, apenas uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos não são suficientes para atingir essa meta. É essencial um acompanhamento médico regular e, muitas vezes, a utilização de medicamentos específicos para o controle eficaz do colesterol”, disse o cardiologista do InCor, Sergio Timerman.

Um estudo norte-americano, baseado no banco de dados Komodo Health, realizado com pessoas já em tratamento, indica uma mudança de chave que pode ajudar médicos e pacientes a superarem o desafio da adesão, O estudo avaliou a adesão ao tratamento com três terapias: inclisirana, alirocumabe e evolocumabe.

Dentre as terapias analisadas, inclisirana, que é administrada em injeções em um esquema com dose inicial, outra em três meses e depois semestralmente, teve a maior adesão com 69,9% dos pacientes continuando com o tratamento. A aderência com alirocumabe e evolocumabe, administrados a cada duas semanas ou uma vez ao mês, foi de 51% e 48,6%, respectivamente, comprovando que posologia influencia na adesão ao tratamento do colesterol ruim.

Dicas para controlar o colesterol sem ter que se privar de tudo

  • Antes de comprar um alimento, leia o rótulo e evite aqueles com gorduras saturadas (descritas às vezes como gordura vegetal hidrogenada ou gordura trans)
  • Para o consumo de leite e derivados, opte pelos desnatados ou light
  • Fracione a alimentação ao longo do dia: consuma em porções menores em um número maior de refeições.
  • Reduza o consumo de carnes gordas: prefira os pescados e outras carnes brancas (grelhadas e sem pele)
  • Aumente o consumo de fibras: verduras, legumes, grãos integrais e leguminosas (feijão, por exemplo) e alimentos como farelo de aveia são indicados
  • Inclua oleaginosas (nozes e amêndoas, por exemplo) como parte do padrão alimentar
  • Evite açúcar e frituras
  • Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas
  • Evite os queijos amarelos e dê preferência aos queijos magros, como cottage e ricota
  • Pratique atividade física regularmente ou incorpore algum exercício à sua rotina: caminhar, trocar o elevador pela escada e descer do ônibus dois pontos antes da parada de destino são formas simples de evitar o sedentarismo
  • Evite o tabagismo
  • Faça exames com regularidade e consulte o médico especialista
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