Estamos em pleno outono desde o dia 20 de março, mas parece que ainda é verão, tamanho o calor que tem feito nas útimas semanas no Rio de Janeiro. Folhas que caem, ambientes menos ventilados e pó nos ambientes durante o outono são portas abertas para o desenvolvimento de fungos que desencadeiam reações alérgicas também nos olhos. A chamada meia estação, com redução de chuvas, temperatura e umidade relativa do ar, deixa os olhos  mais expostos ao ar seco e poluído do outono.

A estação favorece o aparecimento da Síndrome do Olho Seco – causada pela redução ou má qualidade da lágrima –, além de alergias e conjuntivite. O oftalmologista Marco Polo Ribeiro, do Grupo Hospital de Olhos do Brasil (HOBrasil) de Salvador (BA), explica que os principais sintomas do olho seco são vermelhidão, coceira, irritação, rdor e sensação de “areia nos olhos”. E alerta para a necessidade de procurar um especialista para o diagnóstico correto.

A prática comum de administrar colírios, sem recomendação médica, não é recomendada pelo especialista. Ele explica que alguns medicamentos podem perder a validade e a função terapêutica em 30 dias. “Além disso, os sintomas podem ser de outras doenças oculares. Por isso o ideal é marcar uma consulta médica para uma avaliação adequada. Só o médico pode determinar a medicação e os cuidados adequados para cada caso”, ressalta.

Pisque mais e evite a síndrome do olho seco: 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, a primeira medida de prevenção é usar nas atividades externas óculos de sol que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta). “Além de funcionarem como barreira física aos poluentes, os óculos diminuem a evaporação da lágrima, evitam a catarata, o pterígio e a degeneração macular.

“A dica também vale para quem usa lente de contato”, salienta. Segundo o médico muitos acreditam que o filtro solar das lentes já é suficiente. Não é bem assim. “Primeiro porque os poluentes antecipam o vencimento das lentes de contato. Além disso, no Brasil durante o ano todo a radiação ultrapassa seis, índice máximo preconização pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para expor os olhos ao sol sem proteção”, pondera.

Outono: mitos e verdades sobre doenças alérgicas

Doenças e grupos de risco

Queiroz Neto afirma que os olhos de mulheres, pessoas que usam lente de contato, quem trabalha no computador e idosos são os que mais sofrem no outono. Isso porque estes são os grupos com maior prevalência de alterações na lágrima. “É a síndrome do olho seco, um desequilíbrio na qualidade ou quantidade da lágrima que funciona como porta de entrada para  a ceratite, inflamação da córnea, e para conjuntivite alérgica, inflamação na membrana que recobre a parte branca do olho.” afirma. Isso acontece porque a lágrima tem a função de proteger, lubrificar, oxigenar e limpar a superfície ocular onde estão localizadas a córnea e a conjuntiva.   Cocar os olhos pode fazer a ceratite evoluir para uma úlcera na córnea e até à perda da visão.

O especialista destaca que o olho seco é mais frequente na mulher por conta dos hormônios, maior uso de lente de contato entre elas e à maquiagem.  “Entre elas 35% das complicações com lentes resultam da penetração de resíduos de maquiagem e outros cosméticos nos olhos. “Isso provoca a quebra mais rápida da lágrima e diminui o prazo de validade das lentes que  sofrem alterações na textura, coloração e transparência. Insistir no uso apesar do desconforto pode causar diminuição definitiva da visão.

Prevenção

As principais dicas do oftalmologista são:

Olho seco:

●Beba dois litros de água/dia

● Inclua na alimentação peixes, nozes e semente de linhaça que são ricos em ômega 3

●Pisque voluntariamente na frente do computador

●Mantenha a tela  do monitor abaixo na linha da visão

●Proteja os olho nas atividades externas com óculos de sol.

Alergia: 

● Não durma com lentes

●Respeite o prazo de validade

●Troque o estojo a cada 4 meses

●Use solução multiuso na limpeza e enxágüe

●Friccione bem na limpeza

●Coloque antes da maquiagem

●Interrompa o uso no primeiro desconforto

●Guarde o estojo em ambiente limpo e seco

Ceratite:

Não durma com lentes

●Respeite o prazo de validade

●Troque o estojo a cada 4 meses

●Use solução multiuso na limpeza e enxágüe

●Friccione bem na limpeza

●Coloque antes da maquiagem

●Interrompa o uso no primeiro desconforto

●Guarde o estojo em ambiente limpo e seco

Maquiagem: 

•Evite rímel ou delineador a prova d’água porque podem manchar definitivamente a lente

•Não use rímel alongador. Os fios de nylon podem cair no olho e causar irritação

.•Dê preferência aos lápis macios

•Substitua as sombras em pó por sombras em bastão para não cair resíduos dentro do olho

Fonte: Instituto Penido Burnier e Hospital de Olhos do Brasil (HOBrasil), com Redação

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