Embora raro em âmbito global, o câncer de pênis atinge níveis alarmantes no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2015 e 2024, foram registrados mais de 21 mil casos desse tipo de tumor no país, resultando em cerca de 5,8 mil amputações penianas – o que corresponde a uma média de 585 cirurgias por ano.

Além disso, os dados apontam para mais de 2,2 mil internações relacionadas ao câncer de pênis e mais de 4 mil mortes no mesmo período decorrentes da doença, o que reforça a gravidade do problema. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta que o Brasil está entre as nações com maior incidência da doença, amplamente associada à falta de cuidados básicos de saúde.

Falta de higiene adequada na região genital

Em relação ao câncer peniano, a principal causa apontada é a falta de higiene adequada na região genital, que favorece o acúmulo de secreções e o desenvolvimento de infecções recorrentes. Outro fator de risco relevante é a baixa adesão à vacinação contra o HPV, cuja prevenção pode reduzir significativamente a incidência da doença.

A falta de higiene íntima é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pênis, assim como a ausência de vacinação contra o HPV, que é responsável pela origem desse e de outros tipos de câncer”, afirma Cicilia Marques Rodrigues, oncologista do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).

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Vacinação contra o HPV é fundamental na prevenção

Entre os primeiros sinais da doença estão o aparecimento de úlceras que não cicatrizam e secreção com odor forte na região. O diagnóstico precoce, feito por meio de uma biópsia, é essencial para iniciar o tratamento adequado e aumentar as chances de cura.

Além disso, a vacinação contra o HPV, amplamente recomendada em diversos países, é uma medida eficaz para reduzir os casos de câncer de pênis. No Brasil, no entanto, a cobertura vacinal ainda é insuficiente, o que contribui para a persistência da doença em níveis elevados”, destaca a médica.

Diagnóstico tardio e formas de tratamento

Não é novidade que as sociedades médicas ressaltam a importância da prevenção por meio de ações cotidianas – como a realização de exames de rotina, o acompanhamento de fatores hereditários e a adoção de simples mudanças de hábitos, que podem colaborar para a melhoria da qualidade e da expectativa de vida.

No universo masculino, esse cenário apresenta inúmeros desafios, tendo em vista que, ao contrário da maioria das mulheres, os homens costumam procurar ajuda médica somente quando as doenças alcançam estágios mais avançados“, alerta o Ceparh, que realiza por mês cerca de 3.240 atendimentos particulares e 2.889 pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além dos atendimentos da cota de gratuidade.

Recentemente, um estudo brasileiro apresentado no ASCO Annual Meeting 2024 destacou avanços no tratamento de casos avançados de câncer de pênis. A pesquisa revelou que a combinação de imunoterapia e quimioterapia tradicional conseguiu reduzir o volume tumoral em 75% dos pacientes analisados, trazendo novas perspectivas para o manejo da doença.

Com Assessorias

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