Câncer de mama metastático não é mais ‘sentença de morte’

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A carioca Amanda da Silva descobriu o câncer de mama já com metástase óssea, em 2014, após ir ao médico consultar fortes dores que sentia nas costas. Ao receber o diagnóstico da doença e descobrir que já tinha duas vértebras quebradas, ela teve que se submeter à uma cirurgia de emergência, à radioterapia na coluna, na bacia e no seio, e a utilizar terapias-alvo. Por ser química, precisou ser afastada de sua vocação pelo risco de exposição a agentes cancerígenos. Apesar de todo o transtorno, Amanda hoje afirma ter uma vida normal: “Cuido da minha família, passeio, dirijo e estou sempre engajada em atos sociais. Amo estar com meus dois filhos e tenho paixão por cinema”. Hoje, já em remissão da doença, ela mantém o tratamento somente com as terapias-alvo.

Graças ao avanço da medicina personalizada, as perspectivas de enfrentamento do câncer de mama hoje são positivas. Graças a terapias que agem diretamente no tumor e provocam menos efeitos colaterais e danos às células saudáveis, as chances de cura da doença descoberta em fase inicial são de quase 100%. Em relação à fase metastática, associada à morte por 70% das pessoas, a oncologista do Grupo COI Aline Coelho Gonçalves reforça que, com o tratamento adequado, não é uma ‘sentença de morte’ já que existem pacientes vivendo com qualidade de vida e por muitos anos.

Segundo a oncologista, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza o mesmo tratamento que o sistema privado para mulheres com o subtipo HER2 – positivo em fase metastática. “Há uma dificuldade na incorporação de novas tecnologias devido ao alto custo e isso compromete o tratamento de pacientes no SUS”, explica a médica.  “Gerar discussões sobre o câncer de mama é fundamental e os avanços tecnológicos representam uma importante conquista para o tratamento de pacientes com câncer de mama”, afirma Aline.

Dados alarmantes

O câncer de mama é responsável por 15% de todos os óbitos por câncer em mulheres no mundo. Para 2017, estima-se 56 diagnósticos a cada 100 mil mulheres no país. O histórico desta doença é alarmante, em 2014, foram esperadas 14 mil mortes e em 2012 esta previsão chegou a 500 mil óbitos.

No sistema público de saúde brasileiro, aproximadamente 50% das mulheres diagnosticadas descobrem a doença em fase avançada, também conhecida como metastática, fase em que acomete outros órgãos, o que dificulta o tratamento do tumor.

O Inca apontou que o câncer de mama representa 30% entre os dez cânceres mais incidentes nas mulheres do sudeste. Segundo a especialista, este número se deve a vários fatores de risco, entre eles a alta expectativa de vida da população feminina da região, que é de aproximadamente 78 anos.

Luta que vem desde 1980

A dimensão do câncer de mama sempre foi grande, e as brasileiras enfrentaram muitos obstáculos na luta por políticas públicas efetivas contra a doença. Nos anos 1980, as ações propostas para a prevenção e detecção do câncer de mama consistiam, basicamente, em estimular as mulheres a palparem suas mamas e em sensibilizar os médicos a detectarem nódulos suspeitos por meio do exame clínico. As Secretarias Municipais de Saúde só passaram a ter acesso a mamógrafos e a materiais educativos direcionados aos médicos em 2002, com incentivo do projeto “Viva Mulher”, que visava o controle nacional dos cânceres femininos.

O Sistema de Informação de Controle do Câncer de Mama (Sismama), só foi finalizado em 2009 pelo INCA e DataSUS. A ferramenta gerencia ações de detecção precoce do câncer de mama. No mesmo ano, um Encontro Internacional sobre Rastreamento do Câncer de Mama foi realizado no Rio de Janeiro, com debates sobre programas nacionais de rastreamento populacional do câncer de mama na América do Norte e na Europa.

Fonte: Grupo COI

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