O brasileiro não pode negar a sua paixão pela hora do cafezinho: de acordo com o IBGE, cada habitante do país consome em média entre 3 e 4 xícaras diariamente.  Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, com um consumo médio de cinco a seis xícaras diárias por pessoa. Além da tradicional xícara de café preto, o café pode ser usado como ingrediente em receitas no dia a dia.

“O café possui antioxidantes que estão relacionados à redução do risco de inúmeras doenças e traz outros benefícios, tais como melhora na sensação de cansaço físico e mental, aumento do estado de alerta, melhor desempenho da memória e mais disposição”, explica a nutricionista Carla Fiorillo, do Que Bem Que Faz.  

Mais do que um hábito cultural, a bebida é vista como um potencializador da produtividade, o que atrai especialmente quem está em uma rotina mais intensa de trabalho ou estudo. Estudos já mostraram que o consumo da cafeína é seguro para a maioria das pessoas, em quantidades baixas ou moderadas.

Apesar da paixão pela bebida, o consumo do clássico cafezinho ainda gera muitas dúvidas. Por exemplo, em excesso, a cafeína pode ser prejudicial ao organismo? Ou pode ser uma aliada para melhorar a performance física e mental?

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Motivação ou ansiedade: os efeitos do café na rotina

“Se for consumida de forma inadequada a bebida pode causar efeitos colaterais desagradáveis, e até perigosos à saúde, dependendo de quanto tempo a substância ficar no seu corpo”, explica o biólogo e professor Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, especializada na preparação de alunos para o Enem e vestibulares.

Ele esclarece que no cérebro humano existe uma molécula de energia chamada ATP (trifosfato de adenosina), que age como um combustível para o corpo funcionar. Durante uma longa maratona de estudos, o cérebro vai esgotando essas moléculas, o que causa sono e cansaço.

“Quando a cafeína entra no sistema, ela se liga a receptores específicos que enganam o cérebro e fazem parecer que não existe tanto cansaço. Mas na verdade é apenas a percepção de fadiga que diminui: o ‘combustível’ continua baixo”, explica o biólogo.

No entanto, o papel do café não é recarregar energia — para isso, nada substitui uma boa noite de sono. O especialista explica que dormir é essencial para que as moléculas de ATP se restabeleçam. Caso contrário, não há produção dessa energia, e, como consequência, não acontece o processo de restauração cerebral que acompanha o descanso.

Além do café, outras bebidas e alimentos contêm cafeína, como chás, refrigerantes, energéticos, chocolates e alguns medicamentos. Embora a cafeína seja popular quando o assunto é produtividade, há outras estratégias para um bom desempenho cerebral, como dieta equilibrada, sono adequado e exercícios físicos.

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Café também requer moderação no consumo

Segundo a orientação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o consumo diário de cafeína deve estar abaixo de 400mg, o equivalente a três xícaras de café. Apesar disso, cerca de 61% dos brasileiros ultrapassam essa recomendação, alerta o biólogo. O consumo excessivo pode gerar taquicardia, ansiedade, tremores, alterações digestivas e insônia.

“Acima dessa dosagem, o consumo pode gerar sintomas como taquicardia, dores de cabeça, insônia, perda de apetite, entre outros”, completa a nutricionista. Para o controle de dosagem, ela recomenda associar uma rotina saudável, com prática de exercícios e uma alimentação saudável.

Além da quantidade apropriada, o biólogo aponta outros cuidados. Como evitar a bebida após as 16 horas, já que a cafeína pode atrapalhar o sono à noite. “Isso acontece porque a cafeína leva mais ou menos 7 horas para ser metabolizada pela metade, o que significa que mesmo horas após o consumo você continua sentindo os efeitos dela no corpo”, explica o biólogo.

“A permanência da cafeína no corpo depende de diversos fatores, como idade, metabolismo e quantidade ingerida por cada indivíduo. Em geral, há um pico de 30 a 60 minutos após a ingestão e a quantidade vai caindo de 3 a 6 horas até a eliminação completa”, esclarece a nutricionista Carla Fiorillo.

Com Assessorias

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