AVC volta a ser a principal causa de morte no Brasil

Mais de 4.200 brasileiros morreram em setembro, vítimas de AVC. Fumantes sofrem 50% mais riscos e mulheres estão sujeitas na menopausa

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Conhecido de forma popular como “derrame”, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado a segunda maior causa de morte e incapacidade no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença atinge cerca de 15 milhões de pessoas no mundo, sendo que desse total, cinco milhões morrem. A Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization (WSO) estima que, em média, uma a cada quatro pessoas sofrerá um AVC durante a sua vida e a cada seis segundos uma pessoa morre em decorrência do AVC.

Em 2022, a Organização Mundial de AVC também divulgou que a doença voltou a ser a primeira causa de morte no Brasil. Dados divulgados pelo Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil informam que nos primeiros seis meses do ano, 56.038 pessoas morreram por AVC. Em 2021 morreram 105.755 pessoas. Somente no mês de setembro, segundo a WSO, o AVC já causou o óbito de 4.236 brasileiros, mais de 200 óbitos por dia.

No dia 29 de outubro ocorre o Dia Mundial do AVC. Estabelecida pela WSO, a data visa conscientizar as pessoas de importantes fatores sobre a doença, como tratamentos e formas de prevenção. Estudos apontam que nove em cada dez casos estão relacionados com fatores de risco que podem ser prevenidos, como hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo. 

“O AVC é uma alteração do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Cerca de 15% dos casos ocorrem por extravasamento de sangue em alguma região do  cérebro, provocando um coágulo, esse é o AVC hemorrágico. Os outros 85% acontecem por falta de sangue em alguma região do cérebro, provocando o AVC isquêmico”, explica o neurologista André Lima, membro da Academia Brasileira de Neurologia e diretor da Clinica Neurovida.

Segundo ele, os sintomas mais comuns durante um AVC e que devemos ter atenção para poder realizar um pronto atendimento são fraqueza de um dos lados do corpo, ‘sorriso torto’, alterações ou perda de visão, dificuldade para falar e compreender a fala, desequilíbrio, tontura, dificuldade para caminhar e dor de cabeça sem causa aparente.

Fumante tem 50% mais chance de ter um AVC

Uma pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. O risco de AVC aumenta por causa do efeito da nicotina, que forma placas nas paredes internas das artérias. Quando alguma placa se rompe pode ocorrer uma ruptura da parede da artéria fazendo um AVC hemorrágico. Mas estas placas podem aumentar tanto de tamanho que pode diminuir o fluxo de sangue em uma região do cérebro, fazendo assim uma isquemia cerebral.

“Embora a maioria dos acidentes vasculares  ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos. As  vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato”, esclarece o especialista.

Segundo André Lima, a doença atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente no período da menopausa. Uma pessoa que já teve a doença tem grandes chances de ter um segundo AVC. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

O médico alerta ainda que o AVC ocorre de forma súbita e por isso é necessário procurar socorro imediato para que seja feito o diagnóstico e a pessoa receba o tratamento adequado. Quanto mais rápido o atendimento, o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados e evitar sequelas.

“Conscientizar a população sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis no dia a dia é apenas o começo da prevenção. É preciso que a sociedade entenda que o tratamento da pressão alta, colesterol e diabetes são essenciais para manter-se sempre longe dos riscos do AVC. Entre os fatores preventivos, o fim do tabagismo e a adoção de uma alimentação saudável, com frutas, legumes, verduras e carnes brancas, somadas a prática de exercícios físicos são essenciais”, ressalta o médico.

Agenda Positiva

Ação gratuita na Praia de Copacabana

Com o objetivo de disseminar informações e orientações sobre a doença, a Rede Placi Cuidados Extensivos – hospitais de transição para reabilitação, readequação de cuidados e cuidados paliativos – realiza uma ação gratuita de promoção à saúde neste sábado (29.10), quando é celebrado o Dia Mundial do AVC. A iniciativa acontecerá a partir das 9h, na praia de Copacabana (em frente à rua Santa Clara). 

“Esse ano o Placi decidiu trabalhar a campanha mundial com o foco em estar próximo à comunidade que, muitas vezes, ainda carece de conhecimento sobre saúde e as principais doenças que acometem a população. Ações como essa estão em linha com um dos principais pilares do hospital, de ir além do tratamento e cuidar das pessoas, acolhendo, orientando e prevenindo consequências mais graves à saúde”, afirma Gabriel Pinheiro, idealizador da ação e assessor de Fisioterapia da Rede Placi. 

A partir do tema da Campanha Mundial desse ano da WSO, “Tempo precioso: minutos podem salvar vidas”, profissionais de saúde do Placi estarão nas praias conversando com a população sobre fatores de risco, o que pode ser feito para prevenir, como reconhecer e o tratamento que deve ser feito após o diagnóstico da doença.  

“Convido todos a comparecerem à ação de saúde do Placi junto à comunidade. Vamos conversar com o público sobre o AVC para, juntos, conseguirmos prevenir essa doença. As informações garantem diagnóstico e tratamento precoces, além de poderem salvar vidas”, conclui Gabriel Pinheiro.  

Com Assessorias

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