Ninguém, em sã consciência, é contra o meio ambiente. Mas na prática, não é bem assim. Apesar do discurso oficial em defesa da natureza, há muito pouco na prática de real interesse sobre o tema. O resultado disso é a baixa mobilização dos brasileiros para cobrar soluções importantes na pauta de políticas públicas para o setor. É o que pretende mostrar um estudo que está sendo realizado pelo Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio para investigar melhor sobre o que brasileiros realmente pensam sobre mudanças climáticas e sustentabilidade.

A ideia é que as conclusões preliminares desse estudo sejam apresentadas em setembro 2018 e depois na 24ª conferência anual das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP24), que acontece no fim de 2018 em Katowice, no sul da Polônia. A Polônia presidirá a Cúpula Climática da ONU de dezembro de 2018 a dezembro de 2019. Uma das etapas da investigação consiste em conhecer comportamento e nível de reflexão do cidadão conectado sobre os temas. Para isso, quem quiser contribuir, pode responder a um questionário online disponível neste link.

Apesar de quase ninguém se dizer ‘contra o meio ambiente‘, o tema não parece fazer parte do cotidiano e da cultura geral do brasileiro. Se tivermos uma população de fato pouco ou parcialmente interessada nos temas, teremos um exército de indivíduos sem capacidade de criticar, cobrar e até executar ações concretas e eficientes para uma relação saudável com o meio ambiente“”, destaca o professor Rodrigo Penna-Firme, que coordena a pesquisa.

PhD em Antropologia pela Indiana University, nos Estados Unidos, ele lembra que um levantamento recente feito pelo grupo WWF-Brasil e pela Associação Contas Abertas apontou que o orçamento ambiental caiu R$ 1,3 bilhão em cinco anos no país. Para Penna-Firme, a aparente pouca importância dada pelo Governo Federal pode estar associada ao descaso que a própria população tem em relação ao tema.

Valores, crenças e hábitos formam a cultura de um povo. A cultura guia parte do comportamento dos indivíduos e marca diferenças entre diferentes grupos e sociedades. Se por um lado há um crescente discurso “oficial” e global de proteção da natureza, que tem se transformado no novo ópio do povo, por outro, não sabemos como as pessoas recebem, incorporam ou rejeitam esses novos valores e comportamentos”, analisa o professor.

Outra pesquisa realizada na Polônia com 400 entrevistas pessoais vai complementar o esforço no Brasil e oferecerá a possibilidade para comparar atitudes em ambos países. O estudo é conduzido pela professora do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, a polonesa Agnieszka Latawiec, Ph.D em Ciências Ambientais pela University of East Anglia, Inglaterra. O Brasil se ofereceu para sediar a COP25 em 2019.

A cidade onde (con) vivemos

A maioria da população do estado do Rio de Janeiro vive nos 21 municípios que compõem a Região Metropolitana (76%). Os demais 24% se distribuem desigualmente pelos 71 municípios do estado. A concentração demográfica no Grande Rio tem desestimulado investimentos que agreguem valor ao interior do estado.

Para pensar estratégias de potencialização do interior e, ao mesmo tempo, de viabilizar uma governança coparticipativa e cooperativa entre os municípios muito povoados da Região Metropolitana, o professor Augusto César Pinheiro da Silva vai representar o Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio no debate ‘A cidade onde (con)vivemos’, do Festival LivMundi, neste sábado (9), no Parque Lage, zina sul do Rio. Também participam do debate a diretora-executiva e de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, e a Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Isabela Souza.

O Festival LivMundi marca as comemorações pela Semana Mundial do Meio Ambiente, com o objetivo de discutir uma vida sustentável, integrando aspectos sociais, econômicos e ambientais. O projeto nasceu da vontade de buscar novos caminhos de desenvolvimento sustentável e estimular que o cidadão participe de projetos transformadores em sua comunidade.

Da Redação, com assessoria do Departamento de Geografia da PUC-Rio

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