O mês de novembro é dedicado à conscientização sobre os riscos da prematuridade, um problema de saúde pública no Brasil. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações esclarecem que, assim como qualquer recém-nascido, o prematuro deve ser vacinado assim que nasce. A Sociedade de Pediatria Americana e a Organização Mundial de Saúde também recomendam as vacinas em prematuros.

Ao cumprir o calendário de vacinação de prematuros, pais e pediatras evitam que esse grupo de bebês corra o risco de contrair infecções, especialmente os prematuros que apresentam comorbidades, ou que estão hospitalizados, e considerados de alto risco para formas graves, complicações e até óbitos.

Com o objetivo de informar a população sobre a importância do cumprimento do calendário de vacinação em bebês prematuros, a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) lançou neste Mês da Prematuridade a campanha Prematuro também vacina!

A ação também lembra aos pediatras o quanto a participação de cada um é importante no processo de conscientização sobre a vacinação neste grupo de crianças.

Presidente do Departamento de Imunização da Soperj, a pediatra Isabella Ballalai reforça que as vacinas são seguras e muito importantes para a manutenção da saúde de bebês prematuros, assim como dos demais recém-nascidos. Todos, sem exceção, precisam ser vacinados.

“As primeiras vacinas a serem ministradas são a Hepatite B e a BCG. No entanto, a BCG só pode ser aplicada ao nascimento se o prematuro tiver nascido com pelo menos dois quilos. Caso contrário, a BCG deverá ser adiada até que o bebê atinja esse peso ou complete um mês de vida”, explica a especialista.

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Maioria dos imunizantes é oferecida no SUS

A campanha Prematuro também vacina! alerta que a maioria dos imunizantes (vacinas e palivizumabe), recomendada no calendário vacinal de prematuros, é oferecida gratuitamente pelo SUS através do Programa Nacional de Imunizações (PNI). E, mesmo durante a hospitalização, estão disponíveis nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

As vacinas presentes no calendário do prematuro são as mesmas dos outros bebês. O prematuro que não for vacinado na idade cronológica corre o risco de ser infectado e apresentar doenças potencialmente graves e, dependendo da situação e da fragilidade do bebê, riscos de complicações e óbitos são maiores.

Para o prematuro, diferentemente do bebê nascido a termo, o CRIE ainda disponibiliza as vacinas hexavalente e pentavalente acelulares (no lugar da pentavalente de células inteiras disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o palivizumabe.

Como vencer a resistência dos pais

A campanha Prematuro também vacina! pretende colaborar para acabar com a resistência de pais, e até mesmo de alguns pediatras, de vacinar prematuros. Isabella Ballalai argumenta que a resistência por parte dos pais é natural, pois eles veem o prematuro como mais frágil e temem que qualquer procedimento possa prejudicar a saúde do bebê.

No entanto, a médica enfatiza que essa preocupação é um mito que precisa ser derrubado. A campanha também prima pela educação médica. Muitos pediatras entendem que na UTI, ou durante a hospitalização, as vacinas podem atrapalhar o tratamento ou provocar uma recaída no estado clínico do bebê.

A proposta da campanha é enviar referências para que os pediatras se sintam seguros nessa recomendação. Os prejuízos da não vacinação dos prematuros, mesmo que hospitalizados, é a longo prazo. O atraso no início da vacinação deixará a criança desprotegida, com risco de adquirir uma infecção grave que poderia ser evitada com vacina.

Imunização pelo anticorpo monoclonal 

A pediatra ressalta ainda que, além das vacinas, existe a proteção de prematuros por meio do anticorpo monoclonal palivizumabe, uma imunoglobolina que induz a imunização passiva específica contra o vírus sincicial respiratório (VSR).

O tratamento se aplica à prevenção de quadros graves de infecções respiratórias em lactentes nascidos prematuros, como a bronquiolite e, principalmente, pneumonias.

O palivizumabe deve ser aplicado, a partir do nascimento, durante os cinco meses da sazonalidade do vírus sincicial que varia um pouco de uma região para outra. Dependendo do quadro da criança, novas aplicações podem ser indicadas em até duas sazonalidades anuais até os dois anos de idade.

Isabella Ballalai enfatiza que a literatura médica brasileira e a internacional demonstram com clareza que a vacinação e o uso do palivizumabe para prematuros são consenso internacional. 

 

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