O Ministério da Saúde vai investir R$ 25 milhões para acelerar os processos de registros de novos medicamentos realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA). O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) pelo ministro da Saúde em exercício, Adriano Massuda, durante a apresentação, em Brasília, do Plano de Ação para Redução das Filas de Registro na Anvisa.
Dois dias antes, no Rio Health Fórum — evento paralelo à Fisweek 2025 —, o diretor-presidente da Anvisa, Leandro Safatle, havia revelado que a agência estava preparando um pacote de medidas para reduzir a burocracia e acelerar o sistema de aprovação de novos medicamentos.
Na abertura do Fórum, ao lado de Adriano Massuda, Safatle reconheceu a situação da agência e a necessidade de apoio para lidar com o aumento da demanda da indústria. Em entrevista ao Portal Vida e Ação, ele também destacou o desafio do aumento no volume de pedidos, que exige uma resposta ágil do órgão regulador:
Até poucos anos atrás, a gente tinha recebido por exemplo na área um pedido de registro, esse ano a gente já está chegando nos mil [pedidos]. Então, isso é importante, mostra que a indústria tá avançando, tá crescendo.”
O diretor-presidente da Anvisa fala sobre o conjunto de ações no vídeo da entrevista em nosso Youtube.
Um ponto crucial para a agilidade é o reforço humano. Leandro Safatle já havia antecipado ao Vida e Ação a chegada de um novo corpo técnico:
A gente conseguindo agora 100 novos servidores que estão começando o curso de formação agora nesse mês ainda, vai ser muito importante esse reforço de servidores para a agência”, disse o diretor-presidente, destacando que os novos profissionais atuarão diretamente nas filas.
Com a combinação de IA e reforço de pessoal, a meta do órgão é ambiciosa: “Atuaremos em diversas frentes e esperamos, em um ano, diminuir o tempo médio em 50%, que hoje é de no máximo três anos,” destacou Safatle.
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Investimento histórico e 100 novos servidores
O plano anunciado em primeira mão durante o Rio Health Forum e agora oficializado, conta com um investimento histórico de R$ 25 milhões do Ministério da Saúde, focado em ferramentas de Inteligência Artificial para modernizar os processos.
Esse é um investimento histórico, ampliando em três vezes o investimento em IA da Anvisa pelos próximos dois anos. A estratégia é agilizar os registros, eliminando parte do tempo de análise com processos administrativos,” relatou Adriano Massuda.
De acordo com o ministro da Saúde em exercício, o investimento tem como objetivo modernizar e aprimorar as análises regulatórias da Anvisa, aumentando a capacidade institucional para otimizar as filas de análise de produtos para registro comercial no Brasil.
Esse é um avanço importante para garantir cada vez mais o acesso da população a tecnologias em saúde que podem salvar vidas e fortalecer o nosso sistema público de saúde, que é referência mundial em atendimento”, disse Adriano Massuda.
Projeto será realizado em dois anos com uso de IA
A iniciativa será realizada por meio do Projeto AnvisAI, com vigência de 24 meses, que buscará estruturar soluções tecnológicas para análises mais ágeis, precisas e baseadas em evidências científicas. O projeto está alinhado às ações do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS).
De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo é atrair o investimento de empresas nacionais e internacionais e ampliar o acesso da população a medicamentos, vacinas e inovações em saúde para o tratamento de diversas doenças, principalmente as raras e crônicas.
Outras ações previstas para os próximos meses incluem:
- Criação do Comitê Regulatório para a Inovação e do Comitê de Acompanhamento do Plano de IA.
- Análise de registro por agrupamento de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e forma farmacêutica (sintéticos).
- Publicação de edital para substituição de posição na fila de análise de registro de medicamentos, mediante desistência formal de um requerente.
- Aprimoramento da matriz de risco de inspeções, que permitirá mais agilidade em casos de maior risco sanitário.
Com informações do Ministério da Saúde




