Em meados de abril, ficamos impressionados com o compartilhamento de imagens do corpo da cantora Marília Mendonça nas redes sociais. As fotos foram feitas no Instituto Médico Legal (IML) após a queda da aeronave em que a cantora sertaneja de 26 anos viajava com sua equipe para um show no interior de Minas Gerais, em 5 de novembro de 2021. O avião caiu ao colidir com cabos de alta-tensão das torres de transmissão de energia que não estavam devidamente sinalizados.

Advogados afirmam que a divulgação – que envolve produzir e repassar material desse tipo – é considerado crime de vilipêndio de cadáver e familiares podem processar e exigir indenização por danos morais. É o que o jurídico da família de Marília está fazendo. Em nota, a equipe  informou que o advogado está acionando a Justiça e afirmou estar em “choque” com o fato de pessoas estarem comentando e compartilhando esse material. (Veja a nota na íntegra abaixo).

Em 2015, depois que o corpo do cantor Cristiano Araújo (1986-2015), morto em um acidente de carro, foi levado para necropsia e preparação na funerária, fotos e vídeos que trouxeram imagens chocantes do sertanejo também foram divulgados. O mesmo teria ocorrido também após a morte do cantor de forró e sertanejo Gabriel Diniz, autor do hit “Jennifer”, que também foi vítima na queda de um avião, em maio de 2019.

Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu no dia 17 de abril, em Brasília, um homem de 22 anos, identificado como Felipe Alves, suspeito de ter negociado as fotografias do corpo da cantora durante o procedimento de necropsia.

O suspeito foi levado para a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e esta semana foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O Núcleo Especial de Combate a Crimes Cibernéticos (Ncyber) pediu que o jovem seja investigado pela divulgação de fotos do corpo do cantor Gabriel Diniz.

A investigação da ‘Operação Fenir‘ tinha o objetivo de reprimir os crimes envolvendo o vazamento dessas fotos na internet. Fenir, na mitologia nórdica, é um lobo monstruoso. Na investigação, a polícia identificou administradores de perfis em redes sociais que divulgaram e compartilharam fotos e vídeos dos corpos dos famosos. As imagens foram obtidas de forma ilegal e compartilhadas amplamente na internet.

O registro de prints (fotos instantâneas) de telas de computadores de terminais policiais é a principal hipótese para explicar como se deu o vazamento das fotos da necrópsia da artista sertaneja. Outros métodos, como o uso de smartphones para registrar e divulgar criminosamente pelas redes sociais as fotos da perícia no corpo ou mesmo o reaproveitamento dos cartões de memória das câmeras do IML de Caratinga, no interior de Minas, estariam praticamente descartados.
Se for comprovado que o vazamento partiu do inquérito policial do acidente, será necessária apuração da responsabilidade civil, administrativa e penal dos funcionários responsáveis. Oficialmente, a instituição não comenta a investigação interna sobre vazamento de elementos sob sua guarda.

Mas, afinal, a quem e por que interessa este tipo de imagem? E por que as pessoas fazem isso, aumentando ainda mais a dor das famílias das vítimas de acidentes? Por que mortes chocantes como a de Marília Mendonça atraem tanto a atenção de curiosos, dispostos a qualquer loucura para ter seus 15 segundos de fama?

Com a palavra os especialistas em Saúde Mental e também em Direito.

Confira a nota da equipe na íntegra:

Estamos todos chocados, só em imaginar a possibilidade de algo desta natureza existir, e de pessoas capazes de divulgar este tipo de conteúdo. Robson Cunha, advogado da cantora, já está em contato com as autoridades e irá tomar as devidas medidas para punir os responsáveis. Por aqui não só estamos pedindo, mas suplicando para que não compartilhem este material. Temos certeza que todos fãs ou não fãs de Marília Mendonça querem nutrir a imagem do sorriso largo da cantora, de sua voz marcante e de sua figura única em carisma e autenticidade. Contamos com todos vocês para denunciar e não compartilhar o conteúdo.

Com informações dos sites Metrópole, Uol, Metro, Estado de Minas e R7

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