Por Andrea Ladislau*

A vida escolar é um período de desenvolvimento psicológico, intelectual e físico de crianças e adolescente, carregado de nuances e emoções. É nesta fase que as alterações de comportamento, corpo e também de personalidade se acentuam e marcam a vida destes indivíduos.

Eles estão se descobrindo e se percebendo enquanto ser humano que, possui medos, dúvidas, sentimentos, emoções afloradas e desejos reprimidos. No entanto, o bullying e a violência na escola ainda fazem muitas vítimas e transformam a vida, de forma negativa, de muitas crianças e jovens.

Se considerarmos que a escola traz o aprendizado, o ensino e pode potencializar as relações interpessoais, podendo moldar o caráter, o respeito, a empatia e até alimentar as construções benéficas ou não, destas relações; podemos assim entender que o ambiente escolar é de suma importância no conjunto de aplicações psicológicas do ser humano.

Trazendo todas essas questões para a avaliação da influência do bullying e da violência no desenvolvimento de nossos jovens e crianças, podemos entender que, por ser um conjunto de atos de violência física e psicológica, de forma intencional e contínua, trazem sim grandes impactos na trajetória destes.

É importante deixar claro que, o Bullying pode ser configurado tanto como agressão física e verbal, quanto psicológica, atentando para a integridade de quem o sofre. Esse comportamento agressivo pode surgir de diversas maneiras. Muitas vezes o que pode parecer apenas um tipo de brincadeira, tem uma conotação camuflada da agressiva velada, através de atitudes graves que divergem da inocência, trazendo para essas crianças e adolescentes sérias consequências.

Sim, se perguntarem se o bullying afeta a saúde mental do indivíduo? A resposta é sim, afeta e traz deficiências para a vida de uma forma geral. Os seus efeitos podem ser curtos ou de longo prazo, diretos ou indiretos.

O psicológico do afetado fica abalado e podemos observar que a criança ou o jovem que sofre o bullying pode apresentar sintomas de insônia, reações psicossomáticas, medo, angústia, insegurança, dificuldade de interação com o outro, déficit de atenção e, nos casos mais graves, pode apresentar sintomas depressivos de alta grandeza, desencadeando transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e, até levar ao suicídio.

Não existe uma forma melhor de acabar com esta prática grave do bullying que não seja pela conscientização, correção e também pela prevenção. Fazer com que nossos jovens e crianças percebam que podem estar sofrendo essas agressões e que devem sim, denunciar e falar com seus professores, diretores e pais. Através deste cuidado e de muita orientação aos nossos jovens poderemos ver inibida essa violência.

Somada a união, educação, formação adequada do caráter e da personalidade deste ser humano, certamente, veremos um cenário melhor e mais propício a boas práticas de convivência e de relações interpessoais saudáveis e menos carregadas de perversidade e falta de empatia. Pois, o que podemos perceber é que nossos estudantes sofrem sim, consequências gravíssimas em seu desenvolvimento se negligenciarmos a proteção e até a punição para os casos em que o bullying está presente, afetando assim a saúde mental e física de nossas crianças.

*Andrea Ladislau é pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É também graduada em Letras e Administração de Empresas, palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

Contatos: Instagram: @dra.andrealadislau / Telefone: (21) 96804-9353 (Whatsapp)

Andrea Ladislau colabora para a seção Palavra de Especialista toda quarta-feira. Dúvidas e sugestões para palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.

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