Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2023), mais de 70% dos estupros denunciados são de crianças menores de 13 anos; 68,1% são praticados por pessoas conhecidas pelas vítimas e 64,4%, por familiares. O número é ainda mais assustador quando pensamos que crianças e adolescentes vítimas de violência podem ter alguma deficiência.
Uma pesquisa publicada no periódico especializado The Lancet Child & Adolescent Health mostrou que uma em cada três crianças e adolescentes com deficiência já sofreu algum tipo de violência e que em todo o mundo 31,7% das crianças e adolescentes de 0 a 18 anos foram vítimas de violência.
Para completar, os pesquisadores também identificaram que as crianças com algum tipo de deficiência mental (34,4%) ou com algum impedimento cognitivo ou de aprendizado (33%) são as que mais sofrem violência.
Justamente pela incidência da violência ser maior para as crianças e adolescentes com deficiência que a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência está encabeçando essa pauta na cidade do Rio de Janeiro.
Para mudar esse cenário alarmante, será realizada uma capacitação sob o tema ‘Violência se previne!’ no dia 2 de julho no auditório da Prefeitura, a partir das 9h, para instituições, entidades, profissionais da Educação e de órgãos públicos que atuam com crianças e adolescentes.
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Segundo a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Helena Werneck, é preciso ensinar as crianças e adolescentes a se protegerem da violência.
As crianças precisam aprender a reconhecer e se proteger de abusos e agressões. Precisam saber quais são suas partes íntimas, que não podem ser tocadas. Essa tem sido a principal ação da secretaria há um ano e agora desejamos alcançar todas as crianças e adolescentes”, explica.
O objetivo é fazer com que a metodologia “Eu me protejo” chegue a todas as crianças e adolescentes utilizando a educação para prevenção contra a violência na infância. Elaborada por mais de 50 especialistas e aprovada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, entre outros, a ferramenta tem como diferencial a acessibilidade, o que faz com que ela seja adequada para todas as crianças.
Possui linguagem simples, acessibilidade em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e audiodescrição, o que a faz ser eficaz para as crianças com e sem deficiência. A acessibilidade da metodologia é um grande diferencial.