O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira (28), maioria de votos para reconhecer que escolas públicas e particulares devem coibir discriminações de gênero e sexual.  A Corte analisa a questão no julgamento virtual de uma ação protocolada em 2014 para reconhecer que a obrigação consta no Plano Nacional de Educação. No processo, o PSOL alegou que o combate à discriminação está previsto no plano, mas de forma genérica.

Até o momento, seis dos 11 ministros votaram para reconhecer que escolas públicas e privadas devem coibir discriminações por gênero, orientação sexual, além de bullying e discriminações de cunho machista e transfóbicas. Os votos foram proferidos pelo relator Edson Fachin, além dos ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. 

No voto condutor do julgamento, Fachin concordou com o PSOL e entendeu que é preciso explicitar o reconhecimento de proteção. “Uma restrição a direitos fundamentais desta natureza não apenas deveria estar posta expressamente, senão também haveria de ser acompanhada de argumentos dotados de extraordinário peso que a justificassem”, afirmou o ministro.

O papel da educação no combate ao ódio

De acordo com estudo divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, um em cada 10 estudantes brasileiros é vítima de bullying e cyberbullying – prática que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. Entre os professores, sete em cada 10 relatam aumento de violência nas escolas, especialmente entre os alunos.
Mas qual é o papel que a educação e os professores desempenham no combate ao discurso de ódio? Pedagoga do Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ana Gabriella Sardinha descreve a educação como ferramenta de desenvolvimento em prol de uma sociedade com mais empatia.
Para a especialista, além de planejar, implementar e integrar noções de educação não violenta, é necessário promover valores como tolerância e respeito dentro das escolas, para que seja possível construir uma sociedade mais justa e solidária.  De acordo com Ana Gabriella, a campanha não se limita às aulas de ciências humanas, mas deve ser incorporada em todas as áreas do conhecimento:
É fundamental que o combate ao ódio pela educação seja uma prática constante“. Para a especialista, são válidos todos os esforços dos profissionais da educação e estudantes que buscam a quebra de discriminação, bullying e preconceito na educação e nas escolas das periferias.

Manifesto pela Paz

O Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência foi escrito por um grupo de vencedores do Prêmio Nobel da Paz visando criar um senso de responsabilidade pessoal em relação à humanidade. Foi lançado em Paris em março de 1999 e aberto para assinaturas do público geral em todo o mundo.
Precisamos colocar em prática os princípios registrados no Manifesto Unesco 2000 por uma cultura da paz: respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta e redescobrir a solidariedade”, completa Ana Gabriella.
O documento inclui Nelson Mandela, Dalaï Lama, Desmond Tutu e Mikhail Gorbatchev. Os pilares da publicação são: não violência, diálogo, tolerância, reconciliação, justiça e solidariedade. Mais de 76 milhões de pessoas no mundo assinaram o manifesto.
Com Agência Brasil e Assessoria
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